A PORTA DO SANTÁRIO E SIGNIFICADO

João 14:6 "Disse Jesus: eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim."

Ex 26:36-37 " Farás também para a porta da tenda, uma cortina de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido, de obra de bordador. E farás para esta cortina cinco colunas de madeira de acácia, e as cobrirás de ouro; seus colchetes serão de ouro, e far-lhe-ás de fundição cinco bases de cobre."

Somente os sacerdotes (os filhos de Arão) poderiam entrar no santo lugar e poderiam ministrar dentro do tabernáculo. Logicamente, ele tinha que lavar as mãos e os pés na pia de bronze antes de entrar. A bela cortina bordada, que foi chamada de porta revelava a santidade de Deus, vigiada pelos querubins, bordados por toda a cortina.
- A porta do tabernáculo tinha 10 cúbitos de comprimento x 10 cúbitos de largura (O portão de entrada tinha 20 x cúbitos, e o véu tinha 10 cúbitos quadrados. É muito interessante notar que todas as três entradas somavam 100 cúbitos cada uma.)

- Tinha 5 pilares (madeira de acácia revestida com ouro) com as suas 5 encaixes de bronze:

Sl 97:2 " Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono."

- Cada pilar tinha um capitel (coroa) de ouro:

Ex 36:38 " Com as suas cinco colunas e os seus colchetes; e as suas cabeças e as suas molduras cobriu de ouro; e as suas cinco bases eram de cobre."
- Nestes 5 pilares haviam argolas de ouro para a cortina. A cortina foi feita de azul, purpúra, escarlata, bordadas em linho fino, obra de bordador (hábil no trabalho com agulhas)

Sl 139:15 " Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra."

Um Tipo de Cristo

Jesus disse, "eu sou a porta ". Quando o sacerdote vinha ao altar e fazia a expiação por ele, ele poderia se achegar da porta do tabernáculo, mas só depois se lavaria na pia. Na nova aliança, o crente (que é um sacerdote) tem que se reconciliar primeiro (buscar o perdão dos seus pecados) no altar da cruz, antes adentrar à Presença de Deus. Nós temos uma porta que sempre está aberta, e nós podemos adorar e podemos ter comunhão a qualquer hora com o Senhor . Isso porque Jesus é a porta de aproximação, e nós podemos estar seguros que somos aceitáveis aos Seus olhos. A Palavra de Deus nos diz, " Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno".

Jo 10:7-9 "Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens."

2 Pedro 1:11 " Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo."

O GRANDE DIA DA EXPIAÇÃO - YOM KIPPUR

Esta é talvez a verdade mais difícil do ser humano aceitar, a de que a vida de uma vítima inocente seria sacrificada em nome do culpado. Para entender isto completamente nós precisamos voltar para o jardim do Éden no Livro de Génesis.
1. Adão Entrega a Coroa Para o Diabo
O Senhor criou o homem à Sua imagem. Não porque Deus se parece um homem ou com uma mulher. De acordo com Lucas 24:39, Deus não tem um corpo mas Ele é um Espírito eterno. (João 4:24). Adão e Eva foram criados como seres de natureza espiritual, imortais, eternos. Naquele estado, era impossível para eles deixarem de existir. Adão teve domínio absoluto e autoridade com uma só restrição, não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Tudo o que voou, nadou, e rastejou estava debaixo do domínio de Adão. Quando a serpente entrou no jardim, também estava debaixo dos pés da autoridade de Adão. Adão permitiu esta serpente (Heb. Nachash, "o envenenador") dialogar com a mulher (sua esposa) que é proibido nas Escrituras. Nem sequer Cristo falou com o diabo, pois isso o sujeitaria à vontade ao diabo.

Naquele estado perfeito de controlo e domínio, Adão permitiu que a sua esposa dialogasse com esta criatura que estava debaixo da sua autoridade, a qual chamou a Deus mentiroso, e em nenhum momento, em quaisquer dessas fases do pecado, Adão notou que os seus olhos e os da sua esposa estavam sendo abertos. É importante a nota de que ele não estava neutro, escolhendo a fruta, mas estava "com ela" quando ela foi enganada:
Gén. 3:6 "E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela."

Paulo, o apóstolo, deixou também muito claro que Adão não foi enganado:
1 Tim. 2:14 "E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão."

Adão soube exactamente o que ela estava a fazer, e como ela escolheu pecar, Adão que estava com ela também escolheu pecar e morrer por causa do amor dele para com a sua mulher (um tipo de Cristo). Mas fazendo isto, ele deu literalmente ao diabo a coroa de poder espiritual e de domínio que ele possuiu anteriormente, e colocou-a na cabeça do Nachash. A partir daquele instante, a morte e Satanás passaram a dominar legalmente. Neste ponto, em 2 Cor 4:4, Satanás é denominado como o "deus deste mundo". A palavra 'mundo' no grego é interessante, significa "cosmos" que literalmente significa "o sistema mundial". Alguém pode perguntar, "Onde, na Escritura diz que Adão deu a coroa de autoridade ao diabo? " A resposta está na tentação de Jesus em Lucas 4:
Lucas 4:5-8 "E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás."


2. O Plano de Deus
Assim o mundo inteiro ficou desesperadamente mergulhado em escuridão e morte. Embora Adão e Eva só houvessem morrido fisicamente muitos anos depois, foi a morte espiritual que veio primeiro, como Deus os tinha advertido, "no dia em que dela comeres, certamente morrerás.". Morte significa separação de Deus. Eles não conheciam a morte, mas eles souberam que Deus havia dito "Não" e quando eles desobedeceram a Deus, a morte passou a reinar em seus espíritos e corpos. Seus espíritos eram a parte eterna, e a parte deles que tomou conhecimento de Deus, estavam agora cheios de escuridão e de morte reinando neles, contudo em Génesis 3, onde a queda aconteceu, no verso 15 Deus dá a primeira luz de profecia messiânica onde ele prediz "Aquele que virá" (Heb. Haba):

Gén. 3:15 "E porei inimizade (guerra) entre ti (Satanás) e a mulher (o Israel), e entre a tua semente (Género humano) e a sua semente (Messias); esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."

Este versículo é muito importante para se lembrar, porque é a primeira menção da linha de escarlata da redenção de Deus, e de como as promessas são reveladas ao longo da história de Israel (O Antigo Testamento) e termina na cruz do Calvário, quando o sangue do Cordeiro de Deus é derramado. Assim Génesis 3:15 é o ponto de partida, quando Deus lança de Sua primeira promessa d'Aquele que um dia virá, o Messias, que transformará tudo. Em todas as épocas, as pessoas estavam a esperar por Ele.

Assim, Adão e Eva ao desobedecer, mergulharam todo o género humano em escuridão, e trazendo neles a natureza caída, e tudo aquilo que a árvore personificava, que era a natureza rebelde de Satanás. Daquele ponto em diante é o epitáfio da humanidade:
Isa 53:6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
Rom 3:23 Tudo pecaram destituídos estão da glória de Deus.

O género humano inteiro é categorizado como esses, que buscam o seu próprio caminho. Em Romanos 8:2 Paulo fala sobre "a lei espiritual de pecado e morte". Assim quando Adão e Eva pecaram, naquele momento eles estavam nus, perdidos, em total escuridão e mortos espiritualmente, eles estão limitados, e em um novo reino, escravos dos seus desejos e com a natureza rebelde de Satanás a habitar neles. Mas neste momento algo acontece.

3. O Sangue
Neste momento Deus lhes dá vestes, através do sangue de um animal inocente:
Gén. 3:21-24 "E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida."

Note que Ele os vestiu com túnicas de "pele", e que houve um sacrifício para vestir a ambos. A palavra vestidos fala de expiação pelo sangue. Eles nunca tinham visto qualquer coisa morrer, e eles viram Deus, o doador da vida, sacrificando uma vida, porque quando Deus os vestiu, Ele tinha sacrificado um animal inocente para fazer isto, e eles souberam que a partir daí, eles só poderiam se aproximar de Deus somente através do sangue de um substituto, porque este substituto era um tipo do Cordeiro de Deus que estava por vir. Deste ponto em diante, qualquer pessoa só pode se aproximar de Deus pelo sangue. Este seria o meio de redenção. Sem o sangue não havia nenhum outro meio possível para o homem ser salvo. Não importa quão bom ele seja.
Lev 17:11 "Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma."

Sangue (Heb. dam) é vida, e a vida é o sangue. Quando o sangue é derramado, uma vida é derramada. O sangue se torna o veículo de redenção ao longo da Bíblia inteira. Se você não puder entender o sangue, você não pode entender a Jesus. Jesus não veio curar o doente, Ele fez isto com sua vida. Ele veio e determinou a si mesmo, ir para Jerusalém, e morrer. Jesus disse, "Para esta causa eu vim."

João 10:18 "Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai."

Jesus veio por uma razão, derramar o sangue dele. Lembre-se, Jesus veio restaurar o que Adão e Eva haviam perdido.

1 Cor 15:21-22 "Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo."

Quando João Batista viu Jesus, ele disse, "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo ". Por que João chamou Jesus de O Cordeiro de Deus? Porque o cordeiro era o animal cujo sangue foi derramado em lugar do pecador. Todo ser humano era culpado de pecar e o salário do pecado é a morte, e plano de Deus era que o sacrifício de um inocente sem pecado cobriria a culpa de muitos pecadores.

Deus é santo. O Céu é santo. Tudo o que está perfeito e justo na presença de Deus. Adão e Eva deveriam ter sido destruídos pelo anjo do juízo de Deus, "O Querubim," contudo as suas espadas foram suspensas porque Deus, em Seu amor lhes permitiu contemplar o sangue precioso. Veja a espada de juízo descendo sobre Adão e Eva, e no último momento, Deus revela que, em sua omnisciência, já havia preparado um substituto de forma que a espada pararia o seu curso e cairia sobre ele. Cai sobre aquele substituto toda a justiça, e Adão e Eva poderiam ir livres. Pense nisto como uma dívida, e que era tempo da dívida ser paga, e no último minuto alguém paga isto por completo.

Mas há algo mais que Deus quer que o homem saiba sobre o sangue.

4. O Sangue - Um Significado mais Profundo
Quando nós olhamos Génesis 9, precisamos nos lembrar de que Deus instituiu um plano, chamou o plano de redenção pelo sangue, e nós vamos começar a ver sangue por todo o Antigo Testamento. Desde o princípio, haviam aqueles que não concordaram e chamaram isto de "a religião do matadouro", mas Deus ainda está advertindo do mesmo modo que ele advertiu Caim. Assim, vemos o sangue ao longo do Antigo Testamento em todos os lugares. Em certos momentos durante a celebração da Páscoa haviam mais de 250.000 cordeiros sacrificados por todos os lados, com sangue, por todo o Templo, e fluiu tanto sangue como o riacho Cedron, que foi chamado a "visão horrível." Vendo o cordeiro que em casa, se tornou um animal de estimação por quatro dias, e depois, assistir a isto: golpes e gritos, e então ele é sacrificado na presença da família, e para as crianças era uma lição, um legado que as marcaria para sempre.

Pode nos fazer encolher, ver uma garganta de animais ser cortada, mas é a nossa garganta que merecia ser cortada. Aquele animal era o nosso representante. Deus nos amou, e por sua graça, proveu para nós um meio pelo qual a sua justiça seria completamente satisfeita, e não seria executada em nós. Deus tinha permitido que a medida da sua justiça se completasse nisto, não um pouco, mas completamente. O substituto "suportaria" o juízo que pertenceu ao pecador, e "identificaria com a sua condição ", porque, literalmente "se fez pecado " Deus só pretendia que os pecados do povo estivessem nele, mas aquele animal aos olhos de Deus se tornou a mesma natureza pecadora odiada, e o juízo cheio de Deus caiu sobre ele. Lembra-se do que a Escritura diz de Jesus?

2 Cor 5:21 " Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus."
Jesus não suportou somente um pouco dos nossos pecados, mas, Ele se tornou a mesma coisa pútrida, odiada que havia dentro de Adão, e que o separou de Deus. Quando Cristo se tornou pecado e se identificou completa e totalmente com a condição de homem caído, Ele não suportou somente os nossos pecados, mas, Ele suportou toda a natureza do pecado, e Ele a suportou para se identificar completamente com a nossa condição. E quando Cristo se identificou com a nossa condição, Ele se tornou o "objecto da Ira ". Todo o juízo de Deus foi posto n'Ele, e por isso não é nenhuma maravilha que Jesus bradou em alta voz , " Eli, Eli, sabactâni" o que significa "Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?" porque Ele literalmente se tornou pecado para o mundo. Todo pecado, passado, presente, e futuro, todo pecado que foi ou que será, estava naquele instante sobre Ele.

1 Cor 15:21-22 "Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo."

Assim, ao longo do Antigo Testamento, quando eles sacrificavam um cordeiro, quando a penalidade recaía completamente no substituto inocente, e o homem, que era o verdadeiro culpado, já não era nenhum pouco culpado, porque o preço do pecado foi pago. Ele poderia proclamar que ele estava perdoado, e que a dívida foi liquidada, até que pecasse novamente, e então ele viria novamente a cada vez, e uma vez por ano no Yom Kippur, onde todos os pecados da nação eram expiados. Claro que isto era ano a ano, todos os anos, até que veio o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, e levou o pecado para sempre.

5. Restrições do Sangue
Como nós vemos em Génesis 9, notamos que depois do dilúvio Deus permitiu que o homem comesse carne animal. Noé e sua família (8 pessoas) sobreviveram ao dilúvio. Noé fez um sacrifício, e então Deus disse:

Gén. 8:20-9:3 "E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo o animal limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto sobre o altar. E o SENHOR sentiu o suave cheiro, e o SENHOR disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite, não cessarão.
E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra. E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde."

Note que Deus permitiu que o homem comesse carne animal. Até então eles eram vegetarianos. Mas, note que Deus começa a dar instruções restritivas, com relação ao sangue:

Gén. 9:4 " A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis."

Gén. 9:6 " Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem."

Desde então, o sangue não poderia ser comido, e nem poderia ser derramado. Também em Levíticos:

Lev 17:10 " E qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei a minha face, e a extirparei do seu povo."

Lev 7:26-27 " E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer de gado. Toda a pessoa que comer algum sangue, aquela pessoa será extirpada do seu povo."

Por que Deus deu ordens tão restritas sobre não comer ou não derramar sangue? Porque o sangue era o instrumento de redenção. Era santo, rigidamente separado. Deus teve que dizer literalmente que Ele mataria qualquer um que comesse sangue. Ele santificou o sangue, e fez com que o sangue fosse assim limitado, para que em todo o mundo ele fosse tratado com reverência. Até mesmo durante o período menstrual da mulher, ela era considerada imunda, e não podia ser tocada nem sequer pelo seu marido, antes da sua purificação. Até mesmo após dar à luz, havia restrições por causa do contacto com o sangue.

Assim por que Deus pôs tal proibição no sangue? Por que Ele pôs tal restrição, em toda possibilidade de contacto com ele? Porque o sangue era o meio de redenção. O sangue não podia ser manuseado em qualquer outro contexto, a não ser o do sacrifício. Deus estabeleceu o sangue separadamente como uma coisa santa.

6. A Fé e o Sangue
Não bastava só trazer uma vítima substituta. Era necessário derramar o seu sangue de modo correcto e colocar correctamente a sua gordura no altar. Lembra-se de Abel e Caim? Caim ficou transtornado porque ele pensou ser uma pessoa melhor que seu irmão, e ainda mais, porque Deus aceitou o sacrifício de Abel. Caim era uma pessoa melhor que Abel em todos os sentidos, afinal de contas, ele apareceu para trazer uma oferta primeiro. Ele mostrou o primeiro ato de devoção religiosa. Mas Abel que clama à Deus acerca da indignidade, aproximou-se dele com o sangue de um substituto. Qual seria justificado? Qual Deus aceitaria? Caim trouxe o fruto do solo. Caim trouxe o melhor das suas boas obras e foi rejeitado por Deus. Não há nenhuma boa obra em um homem apartado de Jesus Cristo. Abel soube que ele era indigno, e por isso que, pela fé ele trouxe um substituto. Note o que diz em Hebreus 11:

Heb. 11:4 " Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala."

Não era porque ele trouxe do modo ritualmente correcto, fazendo a coisa certa, mas foi a atitude dele. Note que diz, "Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente, " ele soube que ele merecia morrer e que o Senhor na Sua misericórdia, proveu um substituto para ele. Era a condição do coração. Não era o ato cerimonial do Antigo Testamento que justificava e trazia perdão, mas a aceitação do ritual adicionada à fé.

Somente o Ritual, com a atitude errada nunca foi aceito. Lembra-se quando Jesus condenou as cerimónias e tradições dos fariseus? Imagine que o Messias a tanto esperado, tinha finalmente chegado à Israel e os líderes do Judaísmo estavam tão endurecidos e cegados em seus costumes, que eles perderam tudo completamente. Jesus disse a eles, "Não me verás novamente até venha a dizer, Bendito é Aquele que vem em nome do Senhor ".

É duro para a pessoa religiosa, que dedica-se severamente aos seus rituais e obras de caridade, aceitar o fato de que Deus aceita o mais miserável pecador, que, porém, vem com um coração justo, um coração de fé. O amor de Deus cobre uma multidão de pecados.

Ao longo de toda a história, e igualmente hoje, é a atitude de fé que o Senhor deseja. É um coração que verdadeiramente acredita nas promessas de Deus, não importando o quão ruim ele tenha sido. Não importa qual a profundidade do pecado no qual ele tenha caído.

Quando um Israelita trazia um cordeiro, Deus não queria apenas a cerimónia. Ele não queria um ritual formal. Ele queria um coração confiante nas promessas mantidas por Deus. É por isso que o louvor era sempre uma parte do sacrifício. Você não pôde louvar a Deus verdadeiramente, de coração, a menos que você soubesse que foi perdoado.

Se você fosse bater o ombro de um dos Israelitas ao altar e lhe perguntar, "Por que você está aqui?" Se ele era um homem de fé ele diria: "porque eu sou um pecador e mereço morrer, mas o Senhor meu Deus, Bendito seja, me deu um meio, chamado de Sua Lei, e de acordo com a lei cerimonial, este animal, quando eu coloco minha mão em sua cabeça, torna-se eu, e eu me torno tão inocente como ele é, e a sua inocência torna-se minha, o meu julgamento torna-se dele, e quando eu o mato, eu percebo que era eu quem deveria ser morto, mas por causa daquilo que Deus disse, eu sou perdoado".

Sempre haviam essas pessoas que, há pouco passaram por estes sinais, e nunca compreenderam a misericórdia de Deus. Eles levavam o animal como perfeitamente justos, punham as suas mãos como justos, cortavam sua garganta como justos, punham seus pedaços no altar como justos, e olhavam para o sujeito ao lado vendo suas falhas, porém o coração estava errado, e ele então, era rejeitado por Deus. O olho desnudo mostra apenas duas pessoas idênticas, porque nós olhamos o exterior, porém, Deus vê o interior.

Jesus falou acerca desses dois homens. Um construiu a sua casa em uma fundação de pedra e o outro construiu a sua em uma fundação de areia. Ambas as casas eram iguais, contudo elas foram construídas em duas fundações diferentes. Mas você não percebe, até que vem o juízo.

A Fé age simplesmente pelas promessas de Deus. "Eu acredito no que Tu disse e eu recebo Teu perdão.

Heb. 11:1 "ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."

MOISÉS E O ÊXODO

Moisés nasceu aproximadamente em 1500 AC. Ele foi escolhido para tirar Israel da escravidão, e lhes entregar as leis de Deus. Quando o Livro de Êxodo começa, os hebreus moravam no Egipto, e com o passar do tempo cresceram em número e o novo Faraó que não conheceu a José, escravizou os hebreus, com amarga escravidão. Os escravos hebreus, com o tempo, começaram a se reproduzir tão rapidamente que o rei se sentia ameaçado por uma revolta em potencial contra a sua autoridade. Então, ele deu ordens de que a mais nenhuma criança hebreia do sexo masculino poderia viver. Para salvar o pequeno Moisés, sua mãe fez uma cesta de papiro, e a impermeabilizou com asfalto e piche. Ela colocou Moisés no cesto, e o deixou-o e flutuando entre os juncos às margens do Rio Nilo.
Pela providência de Deus, Moisés - filho de escravos hebreus - foi encontrado e adoptado pela princesa egípcia, a filha do Faraó, sendo criado no palácio real como príncipe dos egípcios: "E Moisés era instruído em toda a sabedoria dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras" (Atos 7:22). Ao mesmo tempo, o Senhor determinou que Moisés deveria ser ensinado em sua infância, pela sua própria mãe. Isto significa que, ele foi instruído na fé de seus pais, embora sendo criado como um egípcio (Ex. 2:1-10).
Moisés foi educado na civilização mais adiantada daquele tempo. O seu treino foi projectado para o preparar para um alto cargo, ou até mesmo o trono do Egipto. Ele ficou familiarizado com a vida na corte de Faraó, com toda a pompa e grandeza da adoração religiosa egípcia. Foi educado na escrita e na literatura do seu tempo. Também aprendeu a administração e a justiça. Quando tinha 40 anos, Moisés se indignou com um feitor egípcio que estava a bater num escravo hebreu; e ele matou o egípcio e o enterrou na areia (Ex. 2:12). Quando isto ficou conhecido, ele temeu por sua própria vida, e fugiu do Egipto para a terra do deserto de Midiã, onde ele se casou uma das filhas de Jetro, passando então a cuidar dos rebanhos de Jetro.
Depois de aproximadamente 40 anos, Deus falou a Moisés de uma sarça que ardia, mas não se consumia. Deus mandou Moisés de volta para o Egipto, para resgatar os hebreus da escravidão, para a terra prometida a Abraão. Deus demonstrou o Seu poder para Moisés e revelou a Ele o Seu Santo Nome "YHVH " ou " Yaweh " (Jeová se tornou uma pronuncia popular no 16º século por tradutores alemães, embora não há nenhum som para o " J " em Hebraico).

As consoantes hebraicas Yod (Y) Eh (H) Vav (V ou W) Eh (H), ou Yahweh, na
Catedral de Winchester. YHWH é chamado o Tetragrammaton, significado do
grego "quatro letras". Os escribas de masoréticos omitiram as vogais, assim
ninguém pronunciaria este Nome Santo. (Jeová se tornou uma pronunciação
popular no 16º século por tradutores alemães, embora não há nenhum som "J" no Hebraico).
O Mishnah estabeleceu a regra "No santuário, o nome de Deus será pronunciado
na Bênção Sacerdotal como é escrito: YHVH, mas fora do santuário deve ser
parafraseado e pronunciado como Adonai."

Deus ungiu Arão para ir com Moisés, para ser o seu porta-voz. Eles, então, convenceram o povo de Israel para os seguir, mas, Faraó não lhes deixaria ir.
Tradição Judaica
O Midrash dá o relato da primeira entrevista que aconteceu entre Faraó e Moisés e Arão. Quando o rei egípcio lhes perguntou, " Quem é seu Deus para que eu deva ouvir a sua voz? eles responderam, "O universo está cheio do poder do nosso Deus. Ele existiu antes que o mundo fosse criado, e Ele continuará a existir quando o mundo acabar. Ele te formou e colocou em ti fôlego da vida. Ele estendeu os céus e pôs os fundamentos da terra. A Sua expele chamas de fogo, rasga as montanhas, e quebra as pedras. O seu arco é fogo e as chamas são as suas flechas. A sua lança é uma tocha, e ele se cobre com as suas nuvens, e o relâmpago é a sua espada. Ele formou as montanhas, as colinas e os cobriu com a relva. Ele faz cair as chuvas e o orvalho, e faz com que brotem as pastagens. Ele também forma o embrião no útero da mãe, e permite que se torne um ser vivente." (Êxodo. R. v. 14).

Então Deus enviou as 10 pragas aos egípcios. A última praga foi a morte dos primogénitos em toda casa, cujas portas não estavam marcadas com o sangue. Quando as pragas do juízo foram todas lançadas, o Egito estava devastado. As pragas não só escarneceram do orgulho dos egípcios, mas também escarneceu dos seus deuses, porque nenhum lhes podia ajudar. A 10ª praga golpeou os egípcios.
1. Primeira Praga: Sangue
2. Segunda Praga: Rãs
3. Terceira Praga: Piolhos
4. Quarta Praga: Moscas
5. Quinta Praga: Peste nos Animais
6. Sexta Praga: Úlceras
7. Sétima Praga: Saraiva
8. Oitava Praga: Gafanhotos
9. Nona Praga: Escuridão
10. Décima Praga: Morte dos primogénitos

Todas as outras pragas reunidas não lançaram fora os hebreus da escravidão, mas a décima praga tocou em todo o Egipto, e matou à meia-noite os seus primogénitos, inclusive o de Faraó.

Ex 12:29-31 " E aconteceu, à meia noite, que o SENHOR feriu a todos os primogénitos na terra do Egipto, desde o primogénito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogénito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogénitos dos animais. E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egipto, porque não havia casa em que não houvesse um morto. Então chamou a Moisés e a Arão de noite, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, servi ao SENHOR, como tendes dito."
Para os egípcios foi uma tragédia e um embaraço quando o Deus dos Hebreus fez uma exibição aberta à vista de todos, da sua superioridade.
Deus ordenou que os Israelitas celebrassem a " Páscoa" onde o anjo da morte poupou as casas que tinham o sangue de um cordeiro.

Ex 12:1-14
"E FALOU o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egipto, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. "

A ovelha era reconhecida por sua gordura, rabo carnudo.
A cor de sua lã normalmente era branca, marrom ou às vezes as pernas e a cabeças pretas. As ovelhas eram descritas como bondosas, não teimosas, temerosas, sem defesa, pacientes, sofredoras, e eram abundantes em Israel.
" E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo."
" Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a Páscoa do SENHOR. E eu passarei pela terra do Egipto esta noite, e ferirei todo o primogénito na terra do Egipto, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egipto farei juízos. Eu sou o SENHOR. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egipto. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo."

Tradição Judaica
Pesach
A Páscoa (Pesach) é a festa da libertação. O Pesach é uma combinação de 2 palavras, peh que significa boca, e sach - que pretende falar. De acordo com a tradição judaica, a escravidão era tão severa, que eles eram obrigados a trabalhar e se manter calados. E eles deviam manter silêncio sobre o seu Deus. Na noite de Páscoa os judeus ficaram livres e então foi-lhes permitido falar d'Ele e louvá-lO livremente.
Ex 15:1-2 "ENTÃO cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR, e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. O SENHOR é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus, portanto lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei."

A Páscoa Moderna
Nos lares judaicos de hoje, a cerimónia da Páscoa é celebrada anualmente. A cerimónia é chamada de um Seder que literalmente quer dizer "a ordem" da cerimónia. Hoje, o ritual que foi projectado para os lembrar da amarga escravidão dos seus antepassados no Egipto, a tremenda libertação que Deus lhes deu, é relatado no livro de oração chamado de Haggadah. A mesa do banquete é decorada com artigos festivos que estimularão perguntas que contarão toda a história de Páscoa. Os artigos são:
Água salgada e Verdura (Representando a vida que vai adiante - a primavera).
Um Osso Assado (recordando o Cordeiro Pascal).
Pão sem fermento ou Matzos (Comido durante toda a semana).
Ervas amargas ou Moror, como rabanete (para os lembrar da amargura da escravidão).
Maçãs, castanhas e vinho, ou Haroseth (a mistura de cores os lembra do barro do qual são feitos os tijolos e a doçura do gosto, simbolizando a esperança de liberdade que adocicou a escravidão).
As crianças fazem quatro perguntas acerca da cerimónia de Páscoa, pois esta era uma noite diferente de todas as outras:
1. Por que em todas as outras noites nós comemos pão fermentado ou matzah e nesta noite nós comemos só matzos?
2. Por que em todas as outras noites nós comemos todo tipo de verduras e nesta noite nós só comemos ervas amargas?
3. Por que nesta noite nós mergulhamos as ervas na salmora, e ervas amargas em haroseth?
4. Por que em todas as outras noites nós comemos sentados ou reclinados, e nesta noite nós comemos em pé? (Antigamente um homem comia o jantar dele, sem pressa, reclinado à mesa).
Meshiach Y'shua Jesus Nossa Páscoa
1 Cor 5:7 "... Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós."
1 Pedro1:18-19 " Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado."
O Novo Testamento ensina que o Egipto era um tipo do mundo, e Faraó um tipo de Satanás, e a escravidão egípcia era um tipo do pecado, e o Cordeiro Pascal fala de Jesus, nosso Cordeiro Pascal que morreu em nosso lugar, e pelas suas pisaduras nós somos curados. O Anjo da Morte ignorou a casa dos hebreus pois viu o sangue que apontava ao Messias que um dia seria entregue, e morreria pelo seu povo.
Os escritos Rabínicos mostravam que o Messias, na Sua vinda, conquistará a morte [Pesikta Rabbah 161b].
Heb 2:14-15 " E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão."
Depois, Faraó finalmente cedeu e deixou o povo de Israel sair (e com toda a riqueza do Egipto).
Depois, Faraó finalmente cedeu e deixou o povo de Israel sair, (e com toda a riqueza do Egipto), mas assim que eles partiram, Faraó mudou de ideia. Ele enviou o seu exército atrás de Israel, que estava acampado diante do Mar Vermelho. Deus separou as águas e os levou em solo seco.
Ex 14:21-22
"Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda."

Faraó conduzindo as suas tropas em uma carruagem de guerra. Ao seu lado estavam carruagens quebradas e soldados agonizantes. A carruagem de guerra era um poderoso instrumento de guerra no Egito em 1700 AC. Cada carruagem tinha um motorista e um tripulante que lutava, armado com um arco, lanças, e protecção.
Então as águas se precipitaram sobre os exércitos de Faraó:
Ex 14:28-29
"Porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nenhum deles ficou. Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar seco; e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda."
Os Israelitas eram guiados pela Shekinah, a misteriosa nuvem de glória que os conduziu no Monte Sinai. No caminho foi provada a fé deles, pois experimentaram intenso calor, fome, sede, e guerra. Deus fez muitos milagres inclusive o "maná", o pão que veio do céu.

Tradição Judaica
O deserto era um lugar de miséria e morte com uma temperatura que às vezes alcança mais de 120 graus. Sem o Senhor, os judeus nunca teriam sobrevivido à isto. Depois da libertação do Egipto, e da cruel escravidão, os judeus tiveram que enfrentar o castigo do amargo frio, e do calor devastador do deserto. Eles sobreviveram por causa da nuvem de glória protetora que pairou por cima deles de dia e de noite. Durante a Festa das Cabanas (Heb. Sukkah), os judeus faziam pequenas cabanas protetoras ou barracas, para lembrar-se dos perigos que eles enfrentaram, durante a Festa das Cabanas. De acordo com tradição judaica, Sukkah, é o mizvah que celebra o cuidado divino do Senhor, e as letras da palavra Sukkah são um acróstico para:
somekh - apoiando
kol - tudo
ha'noflim - que se caem

Sl 145:14 " O SENHOR sustenta a todos os que caem, e levanta a todos os abatidos."

O SUMO - SACERDOTE

INTRODUÇÃO
Êxodo 28-29
No estudo anterior tivemos a oportunidade de falar sobre os querubins, uma figura que representava uma espécie de ser celestial. Eles eram feitos de ouro, e formavam uma só peça com o Propiciatório. Ficavam na parte superior do Propiciatório de frente um para o outro e olhando um para o outro. Vimos que a principal simbologia envolvendo os querubins tem a ver com nossos relacionamentos como filhos de Deus. Ao formarem uma só peça com o Propiciatório, os querubins nos trazem a idéia de comunhão; suas asas cobrindo o Propiciatório tem a ver com a cobertura espiritual que devemos dispensar ao irmão mais fraco; o fato de estarem eles com as faces voltadas um para o outro e olhando um para o outro nos aponta para a transparência nos relacionamentos cristãos. Hoje queremos falar sobre o Sacerdote, bem como a simbologia que envolvia sua indumentária, vestes, apetrechos usados, etc..

O SUMO SACERDOTE
1. O primeiro Sumo-Sacerdote (Nhk lwdg - gadowl kohen) foi Arão. Ele, juntamente com seus filhos foram escolhidos por Deus para ministrarem o ofício sacerdotal. Lendo os primeiros versículos do capítulo 28, podemos ver que Arão era o sacerdote por excelência, sendo destacado de seus filhos através de uma indumentária esplêndida, pujante, enquanto seus filhos usavam roupas e ornamentos mais simples. Cole nos oferece uma boa descrição desta diferença marcante, significativa, entre Arão e seus filhos:
Arão era o sacerdote por excelência, e a maior parte da passagem (Êx 28) descreve as esplêndidas vestimentas para ele preparadas. Em contraste, seus "filhos" (quer literalmente, quer como referência a uma "casta" sacerdotal) se vestiam de maneira relativamente simples. O vestuário sacerdotal completo é bastante complexo, e o significado exato de algumas palavras já não nos é tão claro quanto para os contemporâneos do escritor. Este presume estar tratando de objetos bem conhecidos, e portanto não os descreve, embora concentre sua atenção nos detalhes: isso torna a interpretação difícil. Felizmente, entretanto, o esboço principal é claro: as vestes são santas, isto é, separadas de outras, e são também para glória e ornamento (v. 2). Fora isso, nenhuma outra significância litúrgica é atribuída às peças do vestuário, individualmente. Estas são feitas dos materiais mais finos (como as cortinas do Tabernáculo) entretecidos com fios de ouro, para aumentar o seu esplendor (v. 5).(1)
2. Ao Sumo-Sacerdote cabiam funções específicas, bem como ser "...responsável pelo Tabernáculo, suas ofertas e funções diárias, e também suas Festas regulares, três vezes por ano: a Páscoa, o Pentecostes e o Yom Kippur, o Dia da Expiação (a qual era seguida pela semana de júbilo na Festa dos Tabernáculos), como pode ser visto em Levítico capítulo 23"(2). Porém a sua função principal, era o oferecimento do sacrifício anual pelos seus próprios pecados, e pelos pecados do povo, o que acontecia no Dia da Expiação (Yon Kippur), quando deveria ele levar o sangue de um bode sacrificado no Lugar Santíssimo, tendo em vista o perdão oferecido pelo Senhor.
3. Para a realização do ofício sacerdotal, era exigido do Sumo-Sacerdote santidade, e uma indumentária toda especial – "vestes santas". Devemos observar que a expressão "vestes santas" tem a ver com vestes diferenciadas do vestuário de uso comum. Seriam roupas utilizadas somente no ofício do ministério sacerdotal, exclusivamente separadas para o serviço no Santuário. Barrow resume os trajes do Sumo-Sacerdote da seguinte maneira:
"Esta maravilhosa responsabilidade requeria uma pessoa santificada (Êxodo 29), o sumo sacerdote, vestido em seus "trajes santos". A parte superior da veste santa é parecido com um avental, e é chamado o Éfode. Por cima do Éfode, em forma quadrada, o peitoral, com doze pedras preciosas. Nos ombros havia mais duas pedras preciosas. A vestimenta azul era chamada de manto, embaixo do qual o sumo sacerdote usava uma túnica branca de linho fino, de obra tecida. Na sua cabeça está a mitra branca de linho fino. Ao redor da base da mitra está a lamina de ouro, gravada com os dizeres: "SANTIDADE AO SENHOR".(3)
4. Vejamos quais eram as principais peças que compunham as roupas e ornamentos do Sumo-Sacerdote:
a) A Estola Sacerdotal ou Éfode: Era uma peça parecida um avental, confeccionada nas cores "....azul, púrpura, carmesim e o branco de linho fino retorcido..."(4), Êx 39.1-2, "1 Fizeram também de azul, púrpura e carmesim as vestes, finamente tecidas, para ministrar no lugar santo, e fizeram as vestes sagradas para Arão, como o Senhor ordenara a Moisés. 2 Assim se fez o éfode de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido".
b) O Peitoral do Juízo: "Trata-se de uma placa de ouro, engastada com jóias presas. O peitoral era de forma quadrada, e também bordado com fios de ouro. Fixados em ouro no peitoral estavam doze pedras preciosas, uma para cada uma das doze tribos de Israel. Cada uma tinha o nome da respectiva tribo gravado sobre ela"(5). É bom lembrar que Arão levava os nomes das doze tribos, para a presença do Senhor, todas as vezes que adentrava o Tabernáculo. Era uma forma de identificar-se com o povo. Observe aqui o comentário de Cole:
"Peitoral é pura especulação para o termo hebraico hõsen. Se a tradução for correta, Noth cita um paralelo impressionante em Biblos, na Idade do Bronze. Trata-se de uma placa de ouro, engastada com jóias, presa por uma corrente de ouro. Aparentemente servia de adorno para o tórax de um rei local. Excetuando-se o fato de que o peitoral israelita era feito de pano, não de metal, e era duplo (formando uma espécie de bolsa para as pedras com as quais se lançavam sortes), a semelhança é notável. Basicamente, a idéia é bem simples: o sacerdote levava os objetos preciosos (fossem eles o que fossem) numa pequena bolsa amarrada a seu pescoço: esta bolsa, por sua vez, é apropriadamente adornada com os símbolos das tribos de Israel".(6)
Esta peça era chamada de "peitoral do juízo", porque ai ficavam as duas pedras - "Urim e Tumim", através das quais o julgamento divino poderia ser manifesto, num tipo de "lançar sortes", como "sim" e "não", uma prática usada pelos judeus em diversas ocasiões, Jó 6.27, Ml 4.24, Jo 19.24. Convém observar o comentário de Cole com relação as pedras Urim e Tumim:
"Seus nomes significam ‘luzes e perfeição’, que se tomados literalmente, podem ser uma referência à natureza do Deus cuja vontade elas revelavam. Podem, entretanto, ter sido usadas no sentido de ‘alfa e ômega’, princípio e fim (Ap 1.8), já que os dois nomes começam respectivamente com a primeira e a última letras do alfabeto hebraico. Estas ‘sortes’ sagradas eram usadas para discernir a orientação divina, normalmente com respostas do tipo ‘sim’ e ‘não’: o exemplo mais claro é o caso da indagação de Saul (1 Sm 14.41). Sua natureza é bem incerta: a sugestão mais provável é a de duas pedras preciosas, mas a maneira em que eram usadas não é clara. A julgar de analogias mais recentes, uma das pedras era retirada (ou lançada fora) do peitoral, e a resposta sim ou ‘não’ dependeria de qual pedra aparecesse".(7)
c) O Manto do Éfode: Era um tipo de manto confeccionado na cor azul (alguns estudiosos dizem violeta) com uma abertura no meio para passar a cabeça. Esta abertura era arrematada com uma tira de tecido mais forte, para evitar que se rasgasse com facilidade. Em volta de toda a barra do manto, havia aplicações em forma de romãs, feitas de fios de lã azul, com sinos de ouro entre as romãs. Assim descreve Shedd:
"... aquela parte imediatamente debaixo do éfode; uma veste que provavelmente atingia abaixo dos joelhos, sem mangas, e com uma abertura somente no alto, provavelmente tecida sem costura (Êx 28.32). Era completamente feito de material azul (Êx 28.31). Ao redor da fímbria inferior havia romãs feitas de material vividamente colorido, alternando-se com campainhas de ouro (Êx 28.33, 34)".(8)
d) As Campainhas de Ouro: A função principal das campainhas era marcar os movimentos do Sumo-Sacerdote, principalmente quando ele oferecia as orações do povo no Altar do Incenso. Conforme nos fala Cole:
"Essas campainhas tinham, presumivelmente, a função de indicar ao povo os movimentos do sumo sacerdote, que ficava oculto aos olhos da multidão. Assim, saberiam se sua oferta havia sido aceita, e que não fora fulminado".(9)
e) A Mitra e a Lâmina de Ouro: A mitra era uma cobertura para a cabeça do Sumo-Sacerdote, um tipo de turbante. Amarrada à mitra havia uma lâmina de ouro gravada com frase "Santidade ao Senhor". "Assim como o éfode servia principalmente para levar as jóias, igualmente, o principal propósito da mitra era levar a lâmina de ouro sobre a testa de Arão (vs. 36, 37)".(10)
f) Os Calções de Linho: Era um tipo de "roupa de baixo", cujo objetivo principal era "cobrir a carne nua", indo dos ombros até às coxas, Êx 28.43, "Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a carne nua; estender-se-ão desde os lombos até as coxas". O não uso destes calções durante as ministrações na tenda da revelação, ou no lugar santo, poderia provocar a morte fulminante do sacerdote, v. 43.

SIMBOLOGIA
1. O Sumo-Sacerdote com toda a sua indumentária, representa Cristo, o Sumo-Sacerdote por excelência. O Escritor da carta aos Hebreus, nos exorta a "considerar" Jesus nesse ofício sagrado, "Pelo que, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus", Hb 3.1. Assim como o sacerdote representava o povo diante de Deus, quando adentrava o Santo dos Santos para oferecer o sacrifício anual, pelos seus próprios pecados e pelos pecados do povo, Jesus também nos representa diante do Pai, e pelo seu sacrifício abriu o caminho de acesso direto a Deus, Hb 10.19-22, "19 Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, 20 pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, 21 e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa". Hoje, graças ao Grande Sacerdote de nossa confissão, não precisamos de qualquer intermediário que nos represente diante do Todo-Poderoso. O acesso é livre através do sangue de Cristo! Temos hoje "... um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem", 1 Tm 2.5.

2. Outros simbolismos também significativos, podemos ver na indumentária utilizada pelo Sumo-Sacerdote. Vejamos:
a) A Estola Sacerdotal, ou Éfode: Observe que a Estola Sacerdotal era confeccionada em quatro cores: azul, púrpura, carmesim e o branco de linho fino retorcido. Estas cores "... são as mesmas cores que podem ser vistas na Porta do Pátio externo, na Porta do Santuário e no Véu; elas referem a Cristo quando Ele é revelado nos quatro evangelhos. Mas também há uma outra importante característica no Éfode: os fios de ouro (cortados de uma barra de ouro) eram entrelaçados com as outras cores (Êxodo 39:3). Ouro não somente é precioso, como implica ser divino e celestial.(11) Não é por acaso que João viu o Jesus ressuscitado à direita do Pai com vestes pujantes, "12 E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de ouro, 13 e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro", Ap 1.12-13. Na visão de Daniel temos uma descrição semelhante: "levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz", Dn 10.5. Este "homem vestido de linho", é uma figura de Cristo, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores.
b) O Peitoral do Juízo: Temos aqui uma representação da orientação divina ao seu povo em situações difíceis, onde decisões importantes precisavam ser tomadas. Lembre-se que era através das pedras "Urim" e "Tumim" que a sorte era lançada e a questão era resolvida. O Peitoral do Juízo, portanto tem ver com a direção de Deus! Precisamos ser guiados pelo Senhor, e pela sua Palavra, para trilharmos o caminho seguro. É o Senhor, o Supremo Pastor de nossas almas, que nos guia a "águas tranqüilas", e também nos guia "nas veredas da justiça por amor de seu nome", Sl 23.2, 3. Como nos diz Isaías: "...com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores de campo baterão palmas". Quem anda na direção do Senhor, trilhará o caminho da paz. Será uma pessoa bem-aventurada que esbanjará alegria, felicidade! Quantos filhos de Deus sucumbem em sua vida cristã por não buscarem em Deus o Guia para seus caminhos. Precisamos fazer da Palavra de Deus nossa direção! Devemos dizer como o salmista: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho", Sl 119.105. Desta forma seremos abençoados e prósperos!
c) O Manto do Éfode: Devemos lembrar que era no manto que as romãs e as campainhas eram confeccionadas. As romãs teriam como significado a frutificação. "As romãs (símbolo da fertilidade) ficavam como que ‘penduradas’ entre as campainhas, ou então, eram bordadas no tecido"(12), e as campainhas de ouro "... proclamando que o Sumo-Sacerdote estava oferecendo as orações do povo no altar do incenso (não quando ele penetrava no santíssimo lugar, pois ali entrava somente com as vestes de linho, Lv 16.4). Ao ouvirem as campainhas, o povo, do lado de fora, podia ajuntar suas orações àquelas feitas por seu representante, que se encontrava no interior do santuário".(13) Conforme podemos ver, sobre o manto estava o simbolismo tanto da frutificação, como também a certeza de que as orações dos israelitas estavam sendo ouvidas por Deus. Como povo de Deus, devemos ser frutíferos! Uma das exigências de Jesus para seus discípulos é que eles produzam fruto e fruto em abundância, Jo 15.5, "Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". Ver também Jo 15.16, "Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda".
d) A Mitra e a Lâmina de Ouro: Já vimos que o principal propósito da mitra era levar a lâmina de ouro sobre a testa do Sumo-Sacerdote. "Coroando todas as outras peças do vestuário do sumo sacerdote, ela proclamava que a santidade é a essência da natureza de Deus e que é o fim e o objetivo de toda adoração do sacerdote e do povo".(14) Isto nos mostra que a santidade de Deus precisa ser lembrada e proclamada pelo seu povo. Deus é Santo em toda essência de seu ser. Os serafins, na visão de Isaías proclamavam : "... Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória", Is 6.3. Não somente Deus é Santo, mas exige também a santidade de seu povo, "15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; 16 porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo", 1 Pe 1.15-16. Sabemos que o conceito de santidade (vdq - qodesh) é o de "separação". Assim como Deus "separava", "santificava" instrumentos para serem usados exclusivamente no serviço do tabernáculo, assim também, ao sermos salvos pela graça de Deus mediante o sangue de Cristo, fomos "separados", "santificados", para servirmos a Deus. É por esta razão que freqüentemente Paulo usa a palavra "santos", para se referir aos filhos de Deus, quando envia suas cartas às igrejas, Rm 1.7, "... a todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados para serdes santos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo". Ver ainda 1 Co 1.2; 2 Co 1.1; Ef 1.1; Fp 1.1, etc..
e) Os Calções de Linho: Como já vimos os calções de linho tinham a propriedade de não permitir a nudez do Sumo-Sacerdote quando estava oficiando diante do Senhor. Isto os distinguia dos sacerdotes idólatras de outros povos. "Como em Êx 20.26 (a proibição de altares com degraus), trata-se aqui de uma reação contra a nudez ritual em outras religiões"(15) Como filhos de Deus, nós hoje desempenhamos a função de "sacerdotes" do Altíssimo, Ap 1.6, "... e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém". Que tristeza nos causa ao vermos pessoas que se dizem "crentes", "filhos de Deus", promoverem a nudez nos meios de comunicação, sob o slogan "o que é bonito deve ser mostrado", como no caso de algumas atrizes que se "converteram", mas não mudaram de vida. Tais pessoas não obedecem ao Deus Vivo, estando mais preocupadas com a auto-promoção, e desta forma ofendem à santidade de Deus. Nos convêm falar aqui também de algumas "irmãs" que vêm para o culto na Casa de Deus, com vestimentas inadequadas como mini-saias, frente única, corpo à mostra, etc.. Não queremos ser legalistas, mas a Palavra de Deus fala da decência em nossos trajes como filhos do Altíssimo: "Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos", 1 Tm 2.9. Lembre-se que o Sumo-Sacerdote poderia até mesmo morrer, caso não se trajasse adequadamente para ministrar perante o Senhor. Muitas vidas também estão morrendo espiritualmente por abusar de trajes indecorosos, e a prática de nudez na presença de Deus. Deus exige santidade de seu povo!

BIBLIOGRAFIA:
BARROW, Martyn. Artigo "O Santuário do Tabernáculo". http://www.domini.org/tabern. martyn@domini.org. Tradução: Pastor Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina Gardner (02/02). Calvin G. Gardner 03/02.
BÍBLIA ONLINE. Sociedade Bíblica do Brasil. Versão 2.01. 1999.
COLE, Alan, Ph.D. Êxodo, Introdução e Comentário. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. São Paulo, 1963.
SHEED, Russel. O Novo Comentário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. I, págs. 143-154.
SHEED, Russel. O Novo Dicionário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. III, págs. 1553-1557.

NOTAS:
(1) COLE, Alan, Ph.D. Êxodo, Introdução e Comentário. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. São Paulo, 1963. Pág. 192.
(2) BARROW, Martyn. Artigo "O Santuário do Tabernáculo". http://www.domini.org/tabern. martyn@domini.org. Tradução: Pastor Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina Gardner (02/02). Calvin G. Gardner 03/02.
(3) id. ibid.
(4) id. ibid.
(5) id. ibid.
(6) COLE, Alan, Ph.D.. Op. cit. pág. 194.
(7) id. ibid. pág. 194.
(8) SHEED, Russel. O Novo Comentário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. I, pág. 146.
(9) COLE, Alan, Ph.D. Op. cit. pág. 195.
(10) SHEED, Russel. Op. cit., pág. 146.
(11) BARROW, Martyn. Op. cit.
(12) COLE, Alan, Ph.D. Op. cit. pág. 195.
(13) SHEED, Russel. Op. cit., pág. 146.
(14) id. ibid. pág. 146.
(15) COLE, Alan, Ph.D.. Op. cit. pág. 196.

AS OFERTAS E OS SACRIFÍCIOS

INTRODUÇÃO:
Leviticos:1-7

Sabemos que o Sumo-Sacerdote da Antiga Aliança, era uma figura, um tipo de Cristo o Grande Sacerdote instituído sobre a Casa de Deus. Assim como o Sumo-Sacerdote era o representante, o mediador entre Deus e os filhos de Israel, Jesus é o representante, o mediador da Nova Aliança em favor daqueles que hão de herdar a vida eterna! Porém há uma grande diferença entre o Sumo-Sacerdote no Antigo Testamento e Jesus. Enquanto que o Sumo-Sacerdote precisava primeiramente oferecer sacrifício pelos seus próprios pecados para depois oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, Jesus não precisou de quaisquer sacrifícios por si mesmo, uma vez que não tinha pecados, 1 Pe 2.21-22, "21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, 22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca". Enquanto que o Sumo-Sacerdote oferecia sacrifícios de animais para remissão de pecados, Jesus ofereceu-se a si mesmo pelos nossos pecados, Hb 9.28, "...assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos...". Por esta razão Jesus foi feito Sacerdote com um ministério muito mais excelente! Hoje queremos descrever as ofertas do Tabernáculo e ver os simbolismos que estavam por detrás delas.

AS OFERTAS E OS SACRIFÍCIOS
Em nossa apreciação sobre este tema, estaremos fazendo alusão às principais ofertas e sacrifícios que eram praticados diariamente no Tabernáculo. O povo comparecia perante seus representantes – os sacerdotes, que eram os intermediários, os mediadores entre Deus e eles. Se o israelita levava a oferta, ao sacerdote cabia oferecê-la ao Senhor que a aceitava como "cheiro agradável" em sua presença. Esta era a tônica dos rituais ofertórios. Sobre estas ofertas e sacrifícios não podemos deixar de considerar a palavra de Barrow:

"As Ofertas que Deus falou a Moisés a respeito, eram um meio de adoração, e também um sacrifício para perdão e restauração pessoal diante de Deus. Muitas das ofertas estavam relacionadas com o Altar de Holocausto.
Os sacerdotes sacrificavam várias ofertas à Deus, que eram oferecidas pelos seus próprios pecados e também pelos pecados do povo (tanto pecados conhecidos como desconhecidos). Algumas ofertas eram oferecidas regular e freqüentemente, enquanto outras eram oferecidas apenas em certos casos de necessidade".(1)

Queremos destacar principalmente as cinco principais ofertas e sacrifícios que são: A Oferta do Holocausto, A Oferta de Manjares, A Oferta Pelo Pecado, A Oferta Pelo Sacrilégio, O Sacrifício da Paz.

I. A OFERTA DO HOLOCAUSTO
LV 1.3-17; 6.8-13
DESCRIÇÃO:
1. Ao falarmos sobre a Oferta do Holocausto, precisamos entender que este tipo de sacrifício corresponde a toda carne queimada sobre o altar do holocausto. A palavra holocausto vem do termo hebraico "hle" - `olah, e tem como significado "queimado que sobe". No dizer de Shedd:
O termo original ‘olah de significado ‘aquilo que sobre’, tanto podia referir-se à oferta que subia ao Senhor, como ao ‘cheiro suave’ (Lv 1.17), ou ainda ao animal inteiro, e não apenas parte dele, que era oferecido, ou erguido sobre o altar. Embora não seja o mais importante, é no entanto este sacrifício o que se menciona em primeiro lugar, talvez por ser o mais grandioso" (2)
2. Alguns detalhes importantes relacionados aos holocaustos:
a) Os holocaustos deveriam ser oferecidos a cada manhã e também ao cair da tarde. Nos dias comuns deveria ser oferecido apenas um cordeiro com um ano de idade, sem defeito, mas aos sábados, dois cordeiros deveriam ser oferecidos pela manhã e outros dois à tarde, Nm 28.9-10, "9 No dia de sábado, oferecerás dois cordeiros de um ano, sem defeito, e duas décimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, em oferta de manjares, e a sua libação; 10 é holocausto de cada sábado, além do holocausto contínuo e a sua libação".
b) Em virtude da freqüência e regularidade em que ocorriam estes sacrifícios, eles eram também chamados de "sacrifícios contínuos", Êx 29.42, "Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da revelação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali". Os israelitas podiam somar aos holocaustos, ou sacrifícios contínuos as chamadas "ofertas queimadas".
c) O ofertante colocava as mãos sobre o animal destinado ao sacrifício, reconhecendo nele o seu substituto. Um detalhe importante é que o próprio ofertante abatia o animal na presença dos sacerdotes, os quais aspergiam o seu sangue sobre o altar, Lv 1.4-5, "4 E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação. 5 Depois, imolará o novilho perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, apresentarão o sangue e o aspergirão ao redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação". O animal inteiro, com exceção do seu sangue era, então, queimado e a fumaça subia representando a consagração do ofertante diante de Deus. Não podemos nos esquecer que o holocausto seria sempre uma "... oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR", Lv 1.9.

2 SIMBOLISMOS
a) No Holocausto, o animal sacrificado deveria ser entregue sobre o altar para ser queimado. Isto era agradável a Deus, "cheiro suave": "Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor; é cheiro suave, oferta queimada ao Senhor", Êx 29.18. Da mesma maneira, Cristo entregou-se por nós em sacrifício a Deus, Ef 5.2, "... e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em "cheiro suave". A expressão "cheiro suave", vem dos termos gregos: "osmh" (osme) – cheiro, aroma e "euwdia" (euodia) – "cheiro doce", "fragância", "perfume agradável". O sacrifício de Cristo pelos nossos pecados subiu a Deus como uma fragância agradável a Deus. Falando sobre o sacrifício de Cristo nos escreve Mesquita:

"Jesus, nosso holocausto, foi entregue, nada reservando de sua santa personalidade, Seu sangue, sua mente, sua vontade, sua alma, Ele entregou ao fogo da vida e da cruz. Não será repetição dizer que o sacrifício de Cristo no Calvário reuniu todos os antigos sacrifícios numa forma perfeita e infinita, Toda a vida de Jesus foi um holocausto, mas a morte foi o seu clímax. É certo que ele não foi literalmente queimado, mas também nada lhe faltou para que fosse consumido pelos sofrimentos da cruz. Ali, te se deu todo inteiro em substituição, em obediência ao Pai. Nós, que agora vivemos e levamos o resto das aflições de Cristo, também oferecemos diariamente o nosso sacrifício. Nisso não fazemos mais que imitar o Senhor".(3)

b) Assim como o animal era levado ao sacrifício sem oferecer qualquer resistência, Cristo também, no dizer do profeta Isaías foi conduzido ao "matadouro", não demonstrando qualquer resistência aos seus opressores e algozes, Is 53.7, "Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca". Pelo contrário, as Escrituras nos dizem que Jesus entregou-se a si mesmo para o sacrifício, Gl 2.20, "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim". Esta entrega foi motivada pelo verdadeiro amor! No dizer de Paulo: "Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós", Rm 5.8.
c) Um ponto importante a considerar é que nos sacrifícios, o animal era uma representação do pecador; o sacerdote era representação da divindade. Homem e Deus estavam presentes ali! Em seu sacrifício, Cristo cumpriu estas duas exigências legais. Ele foi o "Cordeiro" oferecido em holocausto – "... eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", Jo 1.29. Mas, foi também ao mesmo tempo o Sacerdote, que conduz o homem à presença de Deus. Como diz Mesquita:

"O sacerdote tinha de ser da própria natureza do pecador, para poder interceder por ele e sentir todas as suas necessidades; tinha também de ser da natureza divina, para poder aproximar-se dela. De sua identidade com a raça em geral e com o pecador em particular, nada se pode dizer em contrário, porque ele era homem como os demais. Sua relação com a divindade era obtida por meios cerimoniais, que por sua vez eram prototípicos. O sacerdote devia ser consagrado, conforme veremos nos capítulos 8-10 de Levítico, e, por essa consagração, era inteiramente separado, para fins religiosos, dos demais homens. Era uma pessoa que, não obstante ser homem, era olhada como vivendo acima dos homens, partilhando dos privilégios da divindade mesmo. Assim, de um lado, ele era aceitável ao pecador como pertencente à mesma raça; por outro, era aceitável a Deus em virtude de sua consagração. Era, pois, para todos os efeitos, o mediador entre o pecador e Deus. A temporalidade deste ofício é inquestionável, considerando-se que ele não podia simpatizar em toda a extensão com a raça, nem podia partilhar perfeitamente da natureza divina. Sua obra era, pois, para o tempo somente, e as lições dela, para a eternidade".(4)

II. A OFERTA DE MANJARES
LV 2.1-16; 6.14-18
DESCRIÇÃO:
1. As ofertas de manjares (hxnm Nbrq - qorban minchah), eram oferecimentos de cereais que os israelitas faziam ao Senhor. Observe o comentário de Shedd sobre os componentes e os detalhes deste tipo de oferta:
"... consistia na oferta dum cereal, em que entrasse sobretudo a flor de farinha, geralmente misturada com azeite (Lv 7:10; 5:11), ou com azeite e incenso por cima (Lv 2.6). Cozida ou não, o sacerdote tomaria um punhado dela e a colocaria sobre o altar, desde que contivesse todo o incenso indispensável. Tomava então e nome de memorial (Lv 2.2), talvez por causa do incenso sagrado (Êx 30:84) que oferecia no altar de ouro duas vezes por dia o sacerdote à hora da oração, servindo para obter a aprovação do Senhor, ou antes para que o Senhor não se esquecesse do oferente. Talvez es títulos dos Sl 88 e 70 indiquem que deviam ser recitados na ocasião da oferta deste memorial".(5)

2. Detalhes relacionados à oferta de manjares:
a) Da mesma maneira que o holocausto, a oferta de manjares precisava ser voluntária. A expressão "... Quando alguma pessoa fizer oferta de manjares ao SENHOR" (Lv 2.1), implica em disposição e voluntariedade por parte do ofertante.
b) Era o único sacrifício em que as carnes não estavam envolvidas. Era oferecido apenas farinha de trigo crua, grãos de cereais assados e bolos sem fermento. Todos os ingredientes eram oferecidos sobre o fogo com sal, óleo e incenso. O que sobrava era dos sacerdotes.
c) Esta oferta era um tipo de "oferta de gratidão", uma vez que lembrava aos israelitas de sua passagem pelo deserto, onde houve grande escassez de alimentos, dos quais foram eles supridos por Deus através do maná, o pão que caia do céu. Era uma forma de gratidão a Deus.

2 SIMBOLISMOS
a) Inicialmente podemos dizer que a Oferta de Manjares, simboliza o nosso sustento e provisão diária. Dependemos de Deus para ganhar o nosso pão-de-cada-dia. Foi por esta razão que Jesus, na oração do Pai-Nosso, nos orientou a orar pelo "pão": "... o pão nosso de cada dia nos dá hoje", Mt 6.11. Como filhos de Deus não precisamos conviver com a ansiedade e preocupação características dos homens sem Deus. Como nos ensinou Jesus: "Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?", Mt 6.25. Deus certamente suprirá cada uma de nossas necessidades, incluindo a necessidade de pão, Fp 4.19, "Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus". Queremos recorrer ao comentário de Mesquita:
"Antigamente, era o pão das Faces que significava a presença de Deus na mesa e no sustento dos crentes. Era uma mostra material, objetiva, de acordo com a capacidade dos crentes de antanho. Agora, com um novo santuário não feito por mãos, com novos moldes religiosos, novo sacerdócio, as antigas verdades se hão de crer e propagar de um modo diverso. Assim é o fato em Cristo Jesus.
Por todos os ensinos do Novo Testamento se encontram as promessas da presença real de Cristo em nós. Somos o seu templo, o seu órgão de revelação aos perdidos, por meio do testemunho da vida, somos as suas testemunhas. Vivendo de tal modo identificados nele, vivemos a vida dele. Paulo chega a afirmar que não vivia mais o Paulo, mas Cristo vivia nele, pois que a vida que agora vivia, vivia-a na fé do Filho de Deus (Gál. 2:20). Deste modo, Cristo é a nossa diária oferta, é o nosso pão, e as manifestações religiosas da vida são outras tantas mostras dessa verdade. Não vamos mais levar um punhado de farinha ao templo, mas vamos de outras maneiras públicas declarar que Me nos tem sustentado e sustenta. Se um hebreu confiava na sua provisão diária, muito mais nós, que vivemos mais diretamente ligados à divindade. Cristo é nossa provisão diária".(6)
b) Considerando que as Ofertas de Manjares não poderiam conter qualquer tipo de fermento, ou mel, isto porque estas substâncias alteram as características do produto ofertado, devemos entender que temos aqui um símbolo da vida cristã que deve ser autêntica, transparente, sem qualquer hipocrisia. Embora no Novo Testamento a figura do fermento foi usada para explicar o crescimento do reino (Mt 13.33), ele também é usado para ilustrar os efeitos devastadores do pecado que quando não tratado, se espalha rapidamente e contamina com facilidade (1 Co 5.6). Sobre esta característica do fermento nos fala Harrison:
"No Novo Testamento (Mt 13:33) o reino dos céus era assemelhado por Cristo ao fermento, presumidamente numa tentativa de ilustrar os efeitos permeadores do evangelho enquanto operava na sociedade para tomá-la cristã. Do outro lado, a natureza pervasiva do fermento era assemelhada por Cristo ao caráter do ensino indesejável (Mt 16:6, 11-12; 12:1), e por Paulo à propagação insidiosa do mal (1 Co 5:6; Gl 5:9). Estas referências tornam claro que o que há de importante no fermento é seu efeito permeador. O próprio agente é moralmente neutro, mas os resultados da sua atividade podem ser interpretados em termos de simbolismo positivo ou negativo, dependendo das circunstâncias".(7)
c) Outro detalhe importante a lembrar é que as Ofertas de Manjares deveriam ser sempre temperadas com sal. Embora o sal seja muito usado na antigüidade, seja para estabelecer alianças (Nm 18.19; 2 Cr 13.5), ou vínculos de amizade, o seu maior uso sempre foi como condimento alimentar. Note que são duas as suas principais características: Alterar o sabor dos alimentos e impedir que se estraguem. É dentro deste contexto que o Senhor Jesus disse que seus discípulos deveriam ser o "sal da terra", Mt 5.13. Como discípulos de Jesus precisamos "salgar", este mundo dando-lhe o sabor do Evangelho e impedir a corrupção do homem sem Deus. Devemos, no dizer de Paulo apresentar ao mundo uma palavra "temperada com sal", Cl 4.6. "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um". Se a Palavra de Deus estiver presente em nossos lábios, o mundo à nossa volta certamente será atingido pelo poder de Deus!

III. A OFERTA PELO PECADO
4.1-5.13; 6.24-30
DESCRIÇÃO:
1. Pela sua própria natureza, o homem é pecador, condição esta herdada de Adão – "Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus", "Não há um justo, nenhum sequer", Rm 3.23, 10. Não há como livrar-se do pecado a não ser através de uma intervenção divina, que tinha como seu representante o sacerdote, o responsável para oferecer o animal em sacrifício, para remissão dos pecados do ofertante. Este tipo de oferta, era oferta obrigatória ao Senhor, diferentemente das ofertas voluntárias. Conforme nos diz Shedd:
"As ofertas pelas culpas próprias ou alheias eram obrigatórias como expiação por certos pecados, que podiam ser derivados à ignorância ou ao erro. Embora involuntariamente, cometia-se um pecado, se se praticasse algo ‘do que não devia fazer" (vs. 2.13, 22, 27), sem poder recorrer-se muitas vezes à desculpa da ignorância. Assim sucedia com os pecados mencionado sem 5.1-4. Tal como é descrito, por exemplo 11.24-28 e 17.15 e segs., afastava-se a impureza por meio de meras lavagens e ausência do culto no Santuário até o pôr do sol. Mas se alguém contraísse tal impureza sem o saber (ainda que lhe fosse oculto – (2) e, portanto cumprir com a lei da purificação (11:27 e segs.), pecava e era culpado (2). Quando o souber depois (4), faria a sua oferta pelo pecado. Trata-se, evidentemente, do pecado por ignorância. Mas por outro lado a falta de comparência para atestar um crime, quando eram citadas as testemunhas, pode ser derivada a várias razões, como por exemplo no caso do "juramento, proferido temerariamente" (4). Estes, sim, são pecados provenientes da fraqueza humana, exceto o pecado de teimosia (a "alta mão"), para o qual não há remissão".(8)
2. Veja a principais particularidades da Oferta Pelo Pecado:
a) Era um tipo de oferta que era indicada para a condição geral do pecador diante de Deus, já que todos os homens são pecadores, pois possuem uma natureza pecaminosa; e também para os chamados "pecados não intencionais", ou seja aqueles pecados feitos de maneira involuntária.
b) Esta oferta deveria ser oferecida pelo Sumo-Sacerdote (8.12), pelo monarca (8.22-26), pela congregação (8.13-21) e enfim, por qualquer membro do povo (8.27-35). A culpa pelo pecado seria condizente com a posição daquele que o havia cometido.
c) Observando o capítulo 5.1-6, temos uma lista de pecados que careciam deste tipo de oferta: Recusar ser testemunha, o contato com animal imundo, contato com imundícies humanas e o julgamento precipitado.

2 SIMBOLISMOS
a) Enquanto que o sacerdote oferecia a Deus um sacrifício insatisfatório, insuficiente, uma vez que o sangue de animais não podia remover definitivamente o pecado – Hb 10.4, "porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados", o sacrifício de Cristo foi completo e suficiente, tratando definitivamente com o pecado do homem em sua profundidade – Hb 9.11-12, "11 Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, 12 não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção". Nos diz Mesquita:
"Jesus, como sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, ofereceu um sacrifício pleno, cujo conteúdo tinha valor e mérito suficientes para perdoar os pecados dos maiorais entre os povos e os maiorais entre os pecadores. Sabemos que o sumo sacerdote tinha de oferecer primeiro sacrifícios por si mesmo, para depois aceitar o sacrifício do príncipe ou do plebeu. Em Jesus, porém, não é necessária esta exigência, porque ele era sacerdote sem defeito, sem pecado. Portanto, o seu sacrifício tinha poder bastante para cobrir o maior pecado do maior pecador. Uma das graças da religião cristã é sua gloriosa provisão para ricos e pobres. Não há distinção. Um sacrifício só para todos".(9)
b) Enquanto que no Tabernáculo, o sangue do animal era trazido para o interior do Santuário, onde era espargido por sete vezes na presença do véu, Cristo penetrou para dentro do véu e ali aspergiu o seu próprio sangue, Hb 9.12, "... não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção". É através do sangue de Cristo que nos tornamos vitoriosos contra o pecado, o mundo e satanás. Observe o que nos diz Mesquita:
"... quando o sangue de Cristo vem ao nosso coração, temos força sobre o pecado e toda a vida se renova e revigora pela abolição do pecado em nós, pois que ele não mais tem domínio sobre o crente. Ainda mais: o sangue de Jesus derramado no madeiro da cruz é a realidade da sombra do derramamento junto ao altar. Todo o sangue da vítima era ali derramado, assim como também todo o sangue de Jesus foi derramado na cruz. Se alguém quiser ver a Jesus no Velho Testamento, basta abrir o livro de Levítico e ler estes maravilhosos capítulos. Não era uma brincadeira, todo este ritual. Era para os tempos de antanho a coisa mais séria que podia haver, e não poderia deixar de ser assim, porque a obra futura de Jesus estava sendo profetizada ali".(10)
c) Enquanto que a confissão no Tabernáculo deveria ser realizada sobre a cabeça do animal, para assim o pecador ser aceito diante de Deus, hoje devemos confessar nossos pecados diretamente a Jesus, se quisermos receber o verdadeiro perdão, 1 Jo 1.9, "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". No Tabernáculo o sacerdote era o intermediário da confissão; em Jesus não temos quaisquer intermediários, ou mediadores. Conforme Mesquita:
"Nós devemos, hoje, colocar nossa mão sobre a cabeça do Cordeiro de Deus e confessar sobre ele os nossos pecados, para que então sejamos aceitos, Que cerimônia tocante não seria aquela, quando um homem chegasse à porta oriental do Tabernáculo e fosse ao encontro do sacerdote, levando sua vítima substitucionária pela mão. Ali, na presença do representante de Deus, ele colocaria a mão direita com força sobre a cabeça da vítima e confessaria o pecado que ele sabia tinha cometido, e, ato contínuo, mataria ele mesmo a vítima como se fosse a si mesmo que se estivesse imolando por suas culpas, apanhando então o sacerdote o sangue para ir fazer a expiação diante do véu. Maior significação tem hoje o ato de um pecador jogar-se aos pés de Jesus, confessar ali suas culpas e aceitar o sangue que foi derramado uma só vez e ser incontinente perdoado. Que novas coisas surgem de tão singela cerimônia! Uma vida em novidades, uma vida renascida!"(11)
d) O contato com coisas, animais e pessoas imundas, era um tipo de transgressão que exigia a Oferta Pelo Pecado. Este tipo de pecado exigia do ofertante uma purificação; caso não observada, o infrator poderia ser morto, Nm 19.20, "No entanto, quem estiver imundo e não se purificar, esse será eliminado do meio da congregação, porquanto contaminou o santuário do SENHOR; água purificadora sobre ele não foi aspergida; é imundo". Não podemos nos esquecer de que o pecado nos torna "imundos", "impuros", e precisamos ser purificados, lavados não pela água, mas pelo "sangue de Cristo", Ap 22.14, "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas". No dizer de João: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça", 1 Jo 1.9. A palavra "purificar" neste texto, vem do grego "kayarizw" – katharizo, e significa "limpar-se da sujeira", "purificar-se". Em quase todas as purificações judaicas usava-se a água. Porém na Nova Aliança, não precisamos da água para nossa purificação pessoal, e sim somos limpos através do sangue de Cristo e pela Palavra de Deus, Jo 15.3, "Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado".

IV – A OFERTA PELA TRANSGRESSÃO, OU SACRILÉGIO
LV 5.14-6.7; 7.1-10

DESCRIÇÃO:
1. A Oferta Pela Transgressão ou Sacrilégio, era um tipo de sacrifício envolvendo certos pecados, onde ficava patente que o dano causado carecia de uma retribuição. Ele é apresentado de duas maneiras: 1) A transgressão envolvendo uma falta diante de Deus, na omissão em dar as "coisas santas ao Senhor", aquilo que é do Senhor, como por exemplo, os dízimos, as ofertas, as primeiras coisas da colheita. Quando estas exigências não eram cumpridas pelos israelitas, exigia-se a entrega ao sacerdote dos bens retidos, ou o resgate; 2) A transgressão de mandamentos e princípios dados pelo Senhor. – Neste caso, a defraudação era contra o semelhante. Antes do ofertante apresentar qualquer oferta ao Senhor, deveria reparar o dano através de uma compensação do prejuízo. Shedd nos fala deste tipo de oferta:
"Este sacrifício refere-se ao pecado que exige uma restituição, mesmo antes da oferta, e apresenta-se sob duas formas: uma, pela transgressão de faltar em dar as ‘coisas sagradas do Senhor’ (5.15) isto é. nos dízimos, nas ofertas, nas primícias, etc., como pertencendo a Deus, e exigindo a entrega ao sacerdote ou o resgate: outra, pela transgressão ‘contra os mandamentos do Senhor’ (5.17). Já que as mesmas palavras se encontram várias vezes no cap. 4 (vs. 2, 13, 22 e 27), não há dúvida que o pecado em causa exigia uma restituição".(12)
2. Particularidades deste tipo de oferta:
a) O produto do roubo ou defraudação deveria ser compensado, antes mesmo do oferecimento de qualquer oferta a Deus, Lv 6.4, "... se, pois, houver pecado e for culpado, restituirá o que roubou, ou o que obteve pela opressão, ou o depósito que lhe foi dado em guarda, ou o perdido que achou".
b) Se o prejuízo fosse ocasionado por um juramento falso, além da restituição inteira do prejuízo, deveria ser acrescentada a "quinta parte", que seria entregue àquele que sofreu o prejuízo, no dia do oferecimento da oferta, "... ou qualquer coisa sobre que jurou falso; por inteiro o restituirá, e ainda a isso acrescentará a quinta parte; a quem pertence, lho dará no dia em que trouxer a sua oferta pela culpa", Lv 6.5.
c) A oferta exigia um carneiro "sem defeito", apresentado ao sacerdote que faria a expiação, Lv 6.6-7, "6 E como a sua oferta pela culpa, trará ao Senhor um carneiro sem defeito, do rebanho; conforme a tua avaliação para oferta pela culpa trá-lo-á ao sacerdote; 7 e o sacerdote fará expiação por ele diante do Senhor, e ele será perdoado de todas as coisas que tiver feito, nas quais se tenha tornado culpado".

2 SIMBOLISMOS
a) Um tipo de pecado dentre os pecados de transgressão, era o juízo temerário, um tipo de pecado que atinge o nosso semelhante, o próximo. Temos aqui em pauta o pecado da língua, um dos piores pecados. Certamente, o mau uso da língua pode destruir uma vida! Harrison faz a seguinte observação:
"O cristão é relembrado que a língua é um instrumento poderoso (Tg 3.5-6), e é especificamente advertido no Sermão da Montanha contra o fazer juramentos (Mt 5.34-36) e nas repreensões de Cristo dirigidas aos escribas e fariseus (Mt 23.16-22). Os servos do Senhor devem ser completamente fidedignos e confiáveis como testemunhas dEle"(13)
b) Devemos lembrar aqui também daqueles pecados que fazemos diretamente contra Deus: a defraudação nas ofertas, nos dízimos, a entrega dos primogênitos, das primícias, etc. Se defraudar o homem é pecado, muito mais o será quando defraudamos a Deus, retendo o que é dEle. Muitos filhos de Deus não são abençoados no mundo porque "seguram", para não dizer "roubam" o que pertence ao Senhor. Basta lembrarmos que Malaquias chama a retenção do dízimo de roubo, Ml 3.8, "8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas". Há ainda muitas outras coisas nas quais roubamos a Deus. Disto nos fala Mesquita:
"Não estamos, é certo, sujeitos às faltas a que estava sujeito o crente judaico, não satisfazendo às exigências da entrega dos primogênitos, das primícias, da assistência a certas festividades etc., e por isso não estaremos expostos a tantas falhas, mas, assim mesmo, há umas tantas coisas que sabemos serem exigidas e que devemos praticar, e, se as não praticamos, incorremos nas penalidades impostas aos hebreus. Digamos que o crente não foi à igreja, ainda que nada o impedia disso; ficou preguiçosamente em casa. Transgrediu, roubando o culto do Senhor. Deveria, neste caso, avaliar, se pudesse, o dano cometido, as despesas que teria feito e não fez com o transporte e coletas e pagar tudo isto com um quinto de multa. Seria isto mesmo que Deus exigiria? O autor não dogmatiza, mas não teme afirmar que, se transgredimos os preceitos da vida cristã, seja em não cumprirmos nossos deveres, seja em não pagarmos nossos dízimos, devíamos fazer restituição e pagar a multa. Os governos exigem pesadas multas dos contribuintes que não pagam dentro do prazo legal; será que Deus nos trata de modo diferente?".(14)

V. O SACRIFÍCIO DA PAZ, OU OFERTA PACÍFICA
LV 3.1-17. 7.11-34

DESCRIÇÃO:
1. A oferta pacífica, ou sacrifício da paz deveria acontecer de forma voluntária, quando o ofertante fosse movido pelo desejo de agradecer a Deus por algum motivo especial. Um animal macho ou fêmea deveria ser oferecido, mas sem qualquer mancha. Esta oferta era também chamada de "oferta da comunhão", já que inspirava por parte do ofertante um relacionamento de comunhão com o Senhor. Barrow a descreve com alguns detalhes:
"O sangue da Oferta Pacífica era espargido sobre o Altar de Holocausto, a gordura e as partes internas eram removidas e o restante era assado. A gordura e as partes internas eram queimadas; para satisfazer a Deus como cheiro suave. Por Deus havido mostrado claramente o que lhe agradava, a pessoa que oferecia tal oferta estava fazendo exatamente aquilo que agradava a Deus, e desta maneira tendo comunhão com Ele.
Havia também a ocasião em que a carne da oferta era para o sacerdote e o oferente consumir, comerem juntos, com bolos ázimos amassados com azeite, coscorões ázimos amassados com azeite de flor de farinha, similar a Oferta de Alimentos.
A Oferta Pacífica era uma indicação de um bom, saudável e amoroso relacionamento entre o oferente e Deus, e entre o oferente e o sacerdote. Havia paz com Deus e paz entre as pessoas em geral".(15)
2. Como nas outras ofertas temos também algumas particularidades em relação às Ofertas Pacíficas:
a) Dentre as outras ofertas, a Oferta Pacífica era a que expressava uma grande alegria e júbilo por parte do ofertante, já que ela era oferecida por aqueles que se julgavam estar em comunhão e paz com o Senhor. A oferta se constituía, então, numa forma de gratidão a Deus.
b) Outro detalhe importante é que esta oferta era aquela que era observada em último lugar, o que nos impulsiona a dizer que a paz certamente nos vem quando, como filhos de Deus, praticamos a obediência incondicional ao Senhor e procuramos andar em seus princípios.
c) Esta oferta poderia ser oferecida publicamente ou privativamente. Um exemplo de Oferta Pacífica pública está relacionado aos dois cordeiros que eram oferecidos por ocasião da Festa de Pentecoste, a qual era considerada "santíssima". Normalmente estas ofertas públicas ocorriam durante grandes manifestações nacionais, ou solenidades coletivas, onde havia muita alegria e regozijo.
d) As ofertas privadas vinham de:
- ações de graças, como reconhecimento do alcance de misericórdias, Lv 7.12, "Se fizer por ação de graças, com a oferta de ação de graças trará bolos asmos amassados com azeite, obreias asmas untadas com azeite e bolos de flor de farinha bem amassados com azeite".
- provenientes de votos, Lv 7.16, "E, se o sacrifício da sua oferta for voto ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício, se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte".
- Através de ofertas voluntárias, Lv 7.16, "E, se o sacrifício da sua oferta for voto ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício, se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte".
e) As Ofertas Pacíficas normalmente eram acompanhadas com uma libação e uma oferta de cereais, onde eram oferecidos um bolo feito de cereais ralados e de farinha de trigo misturada com azeite, além de bolos asmos, que eram preparados de três formas diferentes, com azeite, Lv 7.11-14, "11 Esta é a lei das ofertas pacíficas que alguém pode oferecer ao SENHOR. 12 Se fizer por ação de graças, com a oferta de ação de graças trará bolos asmos amassados com azeite, obreias asmas untadas com azeite e bolos de flor de farinha bem amassados com azeite. 13 Com os bolos trará, por sua oferta, pão levedado, com o sacrifício de sua oferta pacífica por ação de graças. 14 E, de toda oferta, trará um bolo por oferta ao SENHOR, que será do sacerdote que aspergir o sangue da oferta pacífica".
f) Era exigido do ofertante que colocasse suas mãos sobre o sacrifício, através de uma confissão de pecados e ainda que fizesse ação de graças a Deus. Após o animal ser abatido pelo próprio ofertante, o seu sangue era aspergido sobre o altar através do sacerdote; as entranhas e as gorduras eram queimadas ao Senhor. Esta oferta culminava numa festa grandiosa e jubilosa, onde a carne do animal, juntamente com os bolos asmos era comida pelos participantes.
g) Outro detalhe significativo desta oferta é que o ofertante, juntamente com seus amigos, os sacerdotes reuniam-se num relacionamento de feliz comunhão com o Senhor, no átrio do tabernáculo, Dt 12.17-18, "17 Nas tuas cidades, não poderás comer o dízimo do teu cereal, nem do teu vinho, nem do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, nem nenhuma das tuas ofertas votivas, que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem as ofertas das tuas mãos; 18 mas o comerás perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, e tua serva, e o levita que mora na tua cidade; e perante o SENHOR, teu Deus, te alegrarás em tudo o que fizeres". Essa refeição denotava a comunhão entre os adoradores e Deus. E também simbolizava e prometia amizade e paz com Deus.

2 SIMBOLISMOS
a) Como o próprio nome nos diz, a Oferta Pacífica, tem a ver com "comunhão e paz", que somente pode vir através de um íntimo relacionamento entre Deus e o ofertante. Através desta oferta, a comunhão entre Deus e o pecador se tornava realidade. Nenhum homem poderia chegar ao Altar para oferecer a Oferta Pacífica, sem antes haver passado pela Oferta da Expiação, ou seja, não poderia haver qualquer comunhão do pecador com Deus, sem que antes, uma vítima substitutiva pelo pecado fosse oferecida. Cumprindo esta exigência, o ofertante podia chegar para oferecer a Oferta Pacífica, e gozar da paz oferecida pelo Senhor. Porém, a paz com Deus nos dias do Velho Pacto não era absoluta, uma vez que havia necessidade de se fazer constantes oferendas. Já, na Nova Aliança, a paz é permanente e foi conquistada através do Senhor Jesus em nosso favor, Rm 5.1. Conforme diz Mesquita:
"Cristo ofereceu por nós o sacrifício de paz. Ele não nos salvou para ainda nos deixar no mesmo estado de ansiedade e dúvida ou guerra com Deus. Certa vez Jesus disse que o Reino de Deus estava dentro de nós, e o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas paz... Se há coisa que um cristão deve gozar como resultado de sua salvação, é paz, e paz com Deus. Não há dúvida de que ele terá muitas aflições, como Jesus mesmo adverte, mas Ele também diz que venceu o mundo, e é certo que nos conforta, para que vençamos também nossas lutas. A paz é o principal patrimônio do crente em Jesus. De tudo ele poderá ter pouco. Poderá ter pouco talento para umas tantas coisas; poderá ter pouco conhecimento das coisas desta vida; poderá ter pouco de tudo que há em todo sentido, mas poderá ser enriquecido de paz. É a única coisa em que todos podemos ser iguais e viver por igual nesta vida — na paz conosco mesmos e com Deus. "Não se turbe o vosso coração...". Se temos sido resgatados da maldição do pecado, tenhamos paz com Deus e paz dentro de nós. Certo que corvejam sobre esta nossa riqueza espiritual milhares de corvos. Sobre ela piam todas as corujas. Todavia, urge que não deixemos arrebatar tão preciosa dádiva. Conservemos a paz".(16)
b) Outro simbolismo envolvida na Oferta pacífica é o fato de que podemos erguer nossa voz para dar ações de graças a Deus. Devemos ter em mente que inúmeros dos sacrifícios que compunham as Ofertas Pacíficas, eram sacrifícios que deveriam expressar por parte do ofertante uma gratidão ao Senhor, "Se alguém o oferecer por oferta de ação de graças, com o sacrifício de ação de graças oferecerá bolos ázimos amassados com azeite, e coscorões ázimos untados com azeite, e bolos amassados com azeite, de flor de farinha, bem embebidos", Lv 7.12. Como filhos de Deus, temos muitos motivos para agradecê-LO! Falando aos crentes de Corinto Paulo não somente reconhece que devemos dar "graças a Deus", mas que esta prática seja também abundante, 2 Co 4.15, "Pois tudo é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus". Falando ainda aos efésios, afirma que devemos dar graças continuamente, Ef 5.20, "sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo"
c) Outro ponto importante de simbolismo está em que a gratidão a Deus, sempre vem acompanhada com a alegria. Sabemos que a alegria é outro fator que deve ocupar a vida do filho de Deus. Não se pode admitir crente carrancudo, emburrado, mal humorado, pavio curto, etc., Em nós deve brilhar a alegria da salvação! Quando Davi pecou, uma das coisas que ele lamenta ter perdido, foi o gozo da salvação. Porém, Davi não deixou de reivindicar esta bênção, quando implorava pelo perdão e restauração de seu pecado, Sl 51.12, "Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário". Como é bom servir a Deus e viver na alegria da Palavra. Segundo Mesquita:
"Já se disse que a vida do cristão é de festa. O que existe destoante deste postulado deve ser levado à conta de notas desafinadas na sinfonia humana. Devemos viver em festa espiritual, e assim vivem os que vivem verdadeiramente em Cristo. Há muitos cristãos tristes e chorosos, como há muitos queixosos e descontentes, mas simplesmente porque não vivem a verdadeira vida cristã. Pelo menos três vezes no ano deviam os crentes judeus comparecer a Jerusalém, a sede do culto, para oferecerem seus sacrifícios e fazerem festa. A nação não podia deixar-se matar de desânimo. Nós não podemos comparecer três vezes ao centro de nosso culto, porque comparecemos todos os dias e todos os momentos, pois que já chegou o dia quando nem em Jerusalém nem em Samaria se adora a Jeová, mas em qualquer parte da terra. Portanto, desta comunhão deve resultar maior alegria. Mesmo as melhores partes do culto de domingo são estragadas pelo espírito de amargura e angústia. Quantos crentes deixam a casa do Senhor em pior condição do que quando lá entraram! Há coisas que não estão sendo feitas como desejamos? Lembremo-nos de que tampouco as faríamos a contento de todos. O pregador não pregou como gostaríamos? Lembremo-nos de que não pregaríamos melhor do que ele. Há um mundo de coisas defeituosas e que não correm a nosso jeito, mas também nós somos um amontoado de defeitos e imperfeições e, todavia, nosso Pai nos aceita. Só há uma coisa que deve entristecer-nos: se andamos em pecado. Nenhuma outra coisa deve levar-nos a deixar de dar graças ao Senhor e vivermos alegres".(17)

BIBLIOGRAFIA:
BARROW, Martyn. Artigo "O Altar dos Holocaustos". http://www.domini.org/tabern. martyn@domini.org. Tradução: Pastor Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina Gardner (02/02). Calvin G. Gardner 03/02.
BÍBLIA ONLINE. Sociedade Bíblica do Brasil. Versão 2.01. 1999.
HARRISON, R. K., Ph. D., D. D., "Levítico, Introdução e Comentário". Editora Mundo Cristão. São Paulo-sp, 1989.
LEA, LARRY. "Supremo Chamado", Editora Abba Press. São Paulo.
SHEED, Russel, PhD. O Novo Comentário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. I, págs. 157-163.
MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo do Livro de Levítico. Juerp (Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira). Rio de Janeiro-RJ. 1971.

NOTAS:
(1) BARROW, Martyn. Artigo "O Altar dos Holocaustos". http://www.domini.org/tabern. martyn@domini.org. Tradução: Pastor Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina Gardner (02/02). Calvin G. Gardner 03/02.
(2) SHEED, Russel. O Novo Comentário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. I, pág. 158.
(3) MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo do Livro de Levítico. Juerp (Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira). Rio de Janeiro-RJ. 1971. Págs. 33-34.
(4) Id. ibid. pág. 35.
(5) SHEED, Russel. Op. cit., pág. 159
(6) MESQUITA, Antônio Neves de. Op. cit. págs. 47-48.
(7) HARRISON, R. K., Ph. D., D. D., "Levítico, Introdução e Comentário". Editora Mundo Cristão. São Paulo-sp, 1989. Pág. 49.
(8) SHEED, Russel. Op. cit. pág. 160.
(9) MESQUITA, Antônio Neves de. Op. cit. pág. 71.
(10) Id. ibid. pág. 72.
(11) Id. ibid. pág. 73.
(12) SHEED, Russel. Op. cit., pág. 161.
(13) HARRISON, R. K., Ph. D., D. D. Op. cit. pág. 63.
(14) MESQUITA, Antônio Neves de. Op. cit. pág. 83.
(15) BARROW, Martyn. Op. cit.
(16) MESQUITA, Antônio Neves de. Op. cit., págs. 61-62.
(17) Id. ibid. pág. 64.