O Santuário, lugar da Presença divina

1. Lugar da aliança
O mistério do santuário não só evoca a nossa origem junto do Senhor, mas recorda-nos também que Deus, que outrora nos amou, jamais cessa de nos amar e que hoje, no momento concreto da história em que nos encontramos, diante das contradições e dos sofrimentos do presente, Ele está connosco. A voz unânime do Antigo e do Novo Testamento testemunha como o Templo é não só o lugar da recordação de um passado salvífico, mas também o ambiente da experiência presente da Graça. O santuário é o sinal da Presença divina, o lugar da sempre nova actualização da aliança dos homens com o Eterno e entre si. Ao ir ao santuário, o piedoso israelita redescobria a fidelidade do Deus da promessa a cada “hoje” da história.
Ao olharem para Cristo, novo santuário, de cuja presença viva no Espírito os templos cristãos são “embaixadas”, os seguidores de Cristo sabem que Deus está sempre vivo e presente entre eles e para eles. O Templo é a habitação santa da Arca da aliança, o lugar em que se actualiza o pacto com Deus vivo, e o povo de Deus tem a consciência de constituir a comunidade dos crentes, “a raça eleita, sacerdócio real, nação santa” (1 Pd 2, 9). São Paulo recorda: “Já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, com Cristo por pedra angular. N'Ele qualquer construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo no Senhor, em união com o Qual também vós sois integrados na construção, para vos tornardes, no Espírito, habitação de Deus” (Ef 2, 19-22).
O santuário é o lugar do Espírito, porque é o lugar em que a fidelidade de Deus nos atinge e nos transforma. Vai-se ao santuário, antes de tudo, para invocar e acolher o Espírito Santo, para depois levar este Espírito a todas as acções da vida. Neste sentido, o santuário oferece-se como o apelo constante da presença viva do Espírito Santo na Igreja, que nos foi dado por Cristo ressuscitado (cf. Jo 20, 22), para glória do Pai. O santuário é um convite visível a haurir da invisível fonte de água viva (cf. Jo 4, 14); convite, cuja experiência pode ser feita sempre para viver na fidelidade à aliança com o Eterno na Igreja.
2. Lugar da Palavra
A expressão “comunhão dos santos”, que se encontra na secção do Credo relativa à obra do Espírito, pode servir para exprimir com densidade um aspecto do mistério da Igreja, peregrina na história. O Espírito Santo, penetrando nos membros do corpo de Cristo, faz da Igreja o santuário vivo do Senhor, como recorda o Apóstolo Paulo:  ... Esta construção recebe vários nomes: casa de Deus (1 Tm 3, 15), na qual habita a Sua família; habitação de Deus no Espírito (cf. Ef 2, 19-22); tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21, 3). Nela, com efeito, somos edificados cá na terra como pedras vivas (cf. 1 Pd 2, 5)” (23).
"Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." 1 Cor. 3:9
O santuário pode tornar-se um lugar excelente de aprofundamento da fé, num espaço privilegiado e num

O SANTUÁRIO LUGAR DE ENCONTRO

1. Memória da obra de Deus
O santuário é, antes de tudo, lugar da memória da acção poderosa de Deus na história, que está na origem do povo da aliança e da fé de cada um dos crentes.
Já os Patriarcas recordam o encontro com Deus mediante a erecção de um altar ou memorial (cf. Gn 12, 6-8; 13, 18; 33, 18-20), ao qual retornam em sinal de fidelidade (cf. Gn 13, 4; 46, 1), e Jacob considera “morada de Deus” o lugar da sua visão (cf. Gn 28, 11-22).Na tradição bíblica, portanto, o santuário não é simplesmente o fruto duma obra humana, repleta de simbolismos cosmológicos ou antropológicos, mas testemunha a iniciativa de Deus no Seu comunicar-se aos homens, para estabelecer com eles o pacto da salvação. O significado profundo de todo o santuário é recordar na fé a obra salvífica do Senhor .
No clima da adoração, da invocação e do louvor Israel sabe que foi o seu Deus que quis livremente o Templo, e não a pretensão humana que O obrigou. Disto é testemunho exemplar a esplêndida oração de Salomão, que parte precisamente da dramática consciência da possibilidade de ceder à tentação idolátrica: “Mas, em verdade, habitará Deus sobre a terra? Se nem o céu, se nem os altíssimos céus Vos podem conter, muito menos esta casa que edifiquei! Apesar disso, Senhor, meu Deus, atendei à oração e às súplicas do Vosso servo: ouvi o clamor e a prece que hoje Vos dirijo. Que os Vossos olhos estejam dia e noite abertos sobre esse templo, do qual dissestes: O Meu nome residirá ali. Ouvi a oração que Vosso servo Vos faz neste lugar” (1 Rs 8, 27-29).
O santuário, portanto, não é edificado porque Israel quer aprisionar a presença do Eterno, mas, exactamente ao contrário, porque Deus vivo, que entrou na história, que caminhou com o Seu povo na nuvem, durante o dia, e no fogo durante a noite (cf. Êx 13, 21), quer dar um sinal da Sua fidelidade e da Sua presença sempre actual no meio do Seu povo. O Templo será, pois, não a casa edificada pelas mãos dos homens, mas o lugar que testemunha a iniciativa d'Aquele, que é o único a edificar a casa. É a verdade simples e grande confiada às palavras do profeta Natã: “Vai e diz ao Meu servo David: Diz o Senhor: Não és tu que Me construirás uma casa para Eu habitar... Será Ele próprio quem edificará uma casa para ti. Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então suscitarei, depois de ti, um filho teu, que nascerá de ti e consolidarei o seu reino. Ele Me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu régio trono. Eu serei para ele um pai e ele será para Mim um filho” (2 Sm 7, 5.11-14).
O santuário assume, portanto, o carácter de memória viva da origem, a partir do alto, do povo da aliança, eleito e amado. Ele é o apelo permanente ao facto que não se nasce da carne nem do sangue como povo de Deus (cf. Jo 1, 13), mas que a vida de fé nasce da iniciativa admirável de Deus, que

O SANTUÁRIO - Memória, Presença e Profecia do Deus vivo

1. Sentido e objectivo do documento
No interior da grande peregrinação que Cristo, a Igreja e a humanidade realizaram e devem continuar a realizar na história, todo o cristão é chamado a inserir-se e participar. O santuário para o qual ele se dirige deve tornar-se por excelência "a tenda do encontro", como a Bíblia chama ao tabernáculo da aliança. Estas palavras unem directamente a reflexão sobre a peregrinação àquela sobre o santuário, que é normalmente a meta visível do itinerário dos peregrinos: Sob o nome de santuário, entende-se a igreja ou outro lugar sagrado, aonde os fiéis em grande número, por algum motivo especial de adoração, fazem peregrinação. No santuário, o encontro com o Deus vivo é proposto através da experiência vivificante do Mistério proclamado, celebrado e vivido: Nos ( templos ou salas de culto) santuários, oferecem-se aos fiéis meios de salvação mais abundantes, anunciando com diligência a palavra de Deus, incentivando adequadamente a vida cristão e ao testemunho. Assim, os santuários são como pedras miliares que orientam o caminho dos filhos de Deus sobre a terra, promovendo a experiência de convocação, encontro e construção da comunidade local, regional ou mundial.
Reflectir, por isso, sobre a natureza e a função do santuário pode contribuir de maneira eficaz para acolher e viver o grande dom de reconciliação e de vida nova, que a igreja oferece continuamente a todos os discípulos do Redentor e, através deles, à inteira família humana.
A reflexão que a seguir se apresenta é apenas uma modesta ajuda para apreciar sempre mais o serviço que os santuários prestam à vida da comunidade.
2. À escuta da revelação
Para que a reflexão sobre o santuário/templo seja nutriente para a fé e fecunda para a acção pastoral, é necessário que ela derive da escuta obediente da revelação, na qual são apresentadas com densidade a mensagem e a força de salvação contidas no mistério do encontro ou da koinonia.
Na linguagem bíblica, sobretudo paulina, o termo “mistério” exprime o desígnio divino de salvação que se vem realizando na vicissitude humana. Quando na escola da Palavra de Deus se perscruta o “mistério do Templo”, percebe-se, para além dos sinais visíveis da história, a presença da “glória” divina (cf. Sl 29, 9), isto é, a manifestação de Deus três vezes Santo (cf. Is 6, 3), a sua presença em diálogo com a humanidade (cf. 1 Rs 8, 30-53), o seu ingresso no tempo e no espaço, através “da tenda” que Ele pôs no meio de nós (cf. Jo 1, 14). Aparecem assim as linhas de uma teologia do templo, em cuja luz pode ser melhor compreendido também o significado do santuário.
Esta teologia é caracterizada por uma concentração progressiva: em primeiro lugar, emerge a figura do “templo cósmico”, celebrado por exemplo pelo Salmo 19 através da imagem dos “dois sóis”, o “sol da Tora”, ou seja, da revelação explicitamente dirigida a Israel histórico bem como ao Israel espiritual (vv. 8-15), e o “sol do céu” que “narra a glória de Deus” (vv. 2-7) através duma revelação universal silenciosa, mas eficaz, destinada a todos. No interior deste templo a presença divina é viva em todas as partes, como recita o Salmo 139, e é celebrada uma liturgia aleluítica, atestada pelo Salmo 148, que além das criaturas celestes introduz 22 criaturas terrestres (tantas quantas são as letras do alfabeto hebraico, para significar a totalidade da criação) que entoam um aleluia universal.
Há, portanto, o templo de Jerusalém, guardião da Arca da aliança, lugar santo por excelência da fé hebraica e permanente memória do Deus da história, que estabeleceu aliança com o Seu povo e a ele permanece fiel. O templo é a casa visível do Eterno (cf. Sl 11, 4), preenchida pela nuvem da Sua presença (cf. 1 Rs 8, 10.13), repleta da Sua “glória” (cf. 1 Rs 8, 11).
Por fim, há o templo novo e definitivo, constituído pelo Filho eterno que veio na carne (cf. Jo 1, 14), o Senhor Jesus crucificado e ressuscitado (cf. Jo 2, 19-21), que faz dos crentes n'Ele o templo de pedras vivas, que é a Igreja peregrina no tempo: “Aproximai-vos d'Ele, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção dum edifício espiritual, por meio dum sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais que serão agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pd 2, 4-5). Ao aproximar-se d'Aquele que é “pedra viva” constrói-se o edifício espiritual da aliança nova e perfeita e prepara-se a festa do Reino “ainda não” plenamente realizado mediante os sacrifícios espirituais (cf. Rm 12, 1-2), agradáveis a Deus precisamente porque actuados em Cristo, por Ele e com Ele, a Aliança em pessoa. A Igreja, apresenta-se assim sobretudo como “o templo santo, representado de modo visível nos santuários de pedra.
3. As arcadas fundamentais
Na luz destes testemunhos é possível aprofundar o “mistério do Templo” em três direcções, que correspondem às três dimensões do tempo e constituem também as arcadas fundamentais de uma teologia do santuário, que é memória, presença e profecia do Deus connosco.
Em relação ao passado único e definitivo do evento salvífico, o santuário oferece-se como memória da nossa origem junto do Senhor do céu e da terra; em relação ao presente da comunidade dos remidos, reunida no tempo que está entre o primeiro e o último Advento do Senhor, delineia-se como sinal da divina Presença, lugar da aliança, onde sempre de novo se exprime e se regenera a comunidade da aliança; em relação à futura realização da promessa de Deus, àquele “ainda não” que é o objecto da maior esperança, o santuário apresenta-se como profecia do amanhã de Deus no hoje do mundo.
Em relação a cada uma destas três dimensões será possível desenvolver também as linhas inspiradoras de uma pastoral dos santuários, capaz de traduzir na vida pessoal e eclesial a mensagem simbólica do templo, no qual se reúne a comunidade cristã convocada pelo Senhor e pelos seus colaboradores.

O SANTUÁRIO TERRESTRE



Imagem Acima: Tenda que Deus mandou Moisés construir no Deserto por volta de 1500 AC. Este Santuário do Deserto se tornaria o Templo de Salomão (Imagem abaixo), um dos edifícios mais luxuosos da História:

Introdução (entrar O SANTUÁRIO)
Deus sempre revelou o futuro para os seus filhos. A Bíblia por exemplo declara que Cristo foi morto antes da fundação da Terra (Ap 13:8). A razão disso é que Deus já sabia que o homem poderia pecar e Ele tinha um plano de emergência para isso, O plano de Salvação! Ele daria Seu Filho para pagar a penalidade do pecado no lugar de todos os que cressem nEle e dessa maneira tivessem direito a vida eterna. Jesus pagaria a pena de morte que o pecador receberia! Só que para manter a fé dos homens na primeira vinda do Messias, Deus passou a simbolizar a futura morte de Seu Filho na cruz através de sacrifícios de animais. Deus pedia geralmente um cordeirinho sem defeito para sacrifício. É por isso que João Batista disse de Jesus: Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! João 1:29.
Isso passou a ser ensinado desde que o pecado entrou no nosso mundo. Adão e Eva já sabiam disso, e ensinou seus filhos a sacrificarem o cordeirinho. Abel fez o sacrificio do cordeiro como seus pais ensinaram, mas Caim desobedecendo a ordem levou o cereal da terra. (Veja Génesis 4:4).
Cerca de 2 mil anos se passaram. Quando Deus retirou Israel do Egito resolveu apresentaro plano da salvação de maneira completa. Acrescentou novos detalhes ao mero sacrifício de cordeiros. Moisés deveria construir um santuário e Deus lhe mostrou uma planta. Veja Hebreus 8:5. Esse modelo era uma cópia simples do santuário que existe no céu, que o Senhor construiu e não um ser humano. Veja Hebreus 8:2. O santuário tinha 3 partes: a parte externa onde eram feitos os sacrifícios de animais, o lugar santo e o lugar santíssimo.
1. O PÁTIO EXTERIOR
No Pátio externo o pecador trazia uma animal sem defeito (que simbolizava o sacrifício de Cristo e confessava seus pecados sobre sua cabeça). Depois disso tinha que matá-lo, degolando-o com uma faca. O sacerdote pegava uma bacia de prata e coletava um pouco do sangue do cordeirinho. O resto da carne era queimada.

Enquanto a carne gordurosa era queimada (O Sacerdote poderia guardar a carne sem gordura para se alimentar, caso desejasse), o sacerdote se banhava na pia (à esquerda na imagem) antes de entrar com a bacia de sangue no Santuário.

O PRIMEIRO COMPARTIMENTO: O LUGAR SANTO

No lugar santo (veja na imagem o cômodo à direita) se encontrava a mesa de pães, o castiçal e o altar de incenso. Quando o sacerdote entrava com a bacia de sangue noprimeiro compartimento do santuário espirrava o sangue 7 vezes no altar de incenso, perto da segunda cortina. Os pecados individuais do povo eram transferidos simbolicamente para o santuário. Isso acontecia pelo menos 2 vezes por dia durante 1 ano inteiro! O sangue sapilcava a cortina que dividia o primeiro do segundo compartimento enão podia ser lavada. O Sacerdote JAMAIS entrava no SEGUNDO compartimento. Isso era feito apenas uma vez por ano.
3. O Segundo Compartimento (O Lugar Santíssimo)
No Lugar Santíssimo ficava a ARCA DA ALIANÇA. Dentro dela estavam os 10 mandamentos recebidos no Monte Sinai. Um luz sobrenatural irradiava sobre a arca, demonstrando a presença de Deus. O Sumo Sacerdote só entrava no Santíssimo uma vez por ano guando chegava até a presença de Deus, diante da arca da aliança e esparramava o sangue do cordeiro por cima da tampa da arca (o propiciatório). Nesse dia os pecados do ano inteiro eram expiados (o chamado yon Kippur judaico) e a cortina encharcada de sangue que dividia os compartimentos era retirada e colocada uma nova. Esse dia era cosiderado o dia de julgamento quando a nação ficava livre de seus pecados.
A Luz sobrenatural veio a desaparecer posteriormente. Já não existia quando o Profeta Jeremias mandou esconder a arca da aliança, antes da destruição do Templo em 587 AC.

O Santuário Celestial
A Bíblia diz que quando Jesus morreu na cruz, os símbolos do santuário terrestre se cumpriram. Então para Deus demonstrar que o serviço do Santuário terrestre deveria cessar, rasgou a cortina que dividia o lugar santo do santíssimo (Leia Mateus 27:50-51):

Desde o Século XIX os estudantes Bíblicos encontraram provas indiscutíveis da existência de um santuário no Céu. Moisés fez o santuário terrestre segundo o modelo que lhe foi mostrado. Paulo declara que aquele modelo era baseado no verdadeiro santuário que está no Céu. (ver Heb. 8:2 e 5). E João testifica de que o viu no Céu, inclusive com uma arca da aliança original. (Apoc. 11:19).
O Santuário Terrestre, construído por Moisés de acordo com o modelo que lhe foi mostrado no monte, por ordem de Deus, era uma “alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios” (Heb. 9:9). Os seus dois lugares santos eram “figuras das coisas que estão no Céu” (Heb. 9:23). Jesus Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote, subiu aos Céus e se tornou “ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Heb. 8:2). A Bíblia declara expressamente que “Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus”. Heb. 9:24.
O santuário do Céu, no qual Jesus passou a ministrar em nosso favor, é o grande original, de que o santuário terrestre construído por Moisés foi uma cópia. Assim como no santuário terrestre havia dois compartimentos, o santo e o santíssimo, existem dois lugares santos no santuário celestial. A arca contendo a lei de Deus, o altar de incenso e outros instrumentos, que se encontravam no santuário de baixo, também têm sua parte correspondente no santuário de cima. Assim, Tipo (O santuário terrestre) e o Anti-Típico ( o celestial) se encontraram perfeitamente.
Em santa visão, foi permitido ao apóstolo João penetrar no Céu, e ele contemplou Jesus entre o castiçal e o altar de incenso que fica no Lugar Santo conforme relata em Apocalipse 1:12-18. Veja a imagem que ilustra Jesus no Lugar Santo:

Novamente, contemplando os eventos finais da história desse planeta João vê “abrindo -se no céu o templo de Deus“, e dessa forma contempla também “a arca do Seu concerto”, no Lugar Santíssimo. (Leia Apoc. 11:19).

Na Arca da Aliança celeste, anjos verdadeiros velam o Trono de Deus .
A Purificação do Santuário
Como antigamente os pecados do povo eram transferidos, em figura, para o santuário terrestre mediante o sangue da oferta pelo pecado, assim nossos pecados são, de fato, transferidos para o santuário celestial, mediante o sangue de Cristo. E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante a remoção dos pecados pelos quais se poluíra, conseqüentemente, a real purificação do santuário celeste deve efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão registrados. Isso necessita um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma obra de juízo investigativo. Na antiguidade essa obra era feita no Santuário e depois no Templo de Jerusalém, sendo simbolizados pelo Dia da Expiação ou Yon Kippur.
Cristo deveria fazer o mesmo trabalho no santuário celeste. Ele foi simbolicamente o cordeiro morto no pátio e agora é nosso único sacerdote. Assim, ele entrou com (a Sua ascenção no ano 31) no lugar Santo. Ali, ele fazia o ofício de advogado, salvando a todos os que se refugiassem nele. Mas em determinado momento da história ele deveria começar o julgamento da raça humana. Ao contrário do entendimento leigo, o julgamento não se dá após a segunda vinda, mas antes, porque na segunda vinda é dada somente a sentença! As 7 pragas que acontecem meses antes da segunda vinda, já fazem parte da sentença.
A Bíblia declara que Jesus ficou 18 séculos (do ano 31 até 22/10/1844) intercedendo em nosso favor fazendo o serviço tipificado no Lugar Santo. Após este período ele veio fazer o serviço típificado pelo Lugar Santíssimo. Vejamos o gráfico abaixo:

O Processo de conhecimento ou juízo de investigação ou Juízo Pré-Advento, começou em 22 de Outubro de 1844 conforme é explicado na página que trata de 2 grandes profecias Bíblicas: As 70 SEMANAS, e as 2300 TARDES E MANHÃS de Daniel capítulos 8 e 9.
Assim, após 1844 Cristo não faz apenas o trabalho de advogado, mas o de Juíz! Nesse julgamento celeste somente passa pelas mãos de Cristo o caso dos filhos de Deus. Começa desde Adão e Eva ate chegar a época presente, dos vivos. Por exemplo: o caso de Abel é examinado, mas o de Caim não, já que negou Deus abertamente. Seguindo 4000 mil anos no futuro, o caso de Pedro é examinado, mas o de Pilatos, Judas ou Herodes não passa pelas mãos de Cristo, pois eles morreram sem advogado e portanto estão literalmente condenados. Dessa forma, quando terminar o juízo dos santos vivos, Cristo retornará!
OBS: A expiação de acordo com o modelo mostrado a Moisés em Exodo e confirmado no livro de Hebreus, não termina na Cruz. Ela prossegue no santuário celestial, onde é feita a intercessão contínua, especialmente após 1844, quando começou o Juízo Pré-advento (Yom Kipur).

O JUÍZO PRÉ-ADVENTO DO SANTUÁRIO CELESTIAL

Hebreus 8:1-2, 9:11 e 24, declara que Jesus entrou no Santuário Celeste como nosso advogado e intercessor. Veja antes as páginas: O Santuário Terrestre e O Santuário Celestial. A Bíblia também nos ensina que no dia 22 de Outubro de 1844, Jesus começou o julgamento dos humanos neste Santuário. Como descobrimos isso?
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O JUÍZO UNIVERSAL
No livro do Apocalipse encontramos o anúncio de um juízo. Um juízo universal e de conseqüências eternas. Um dia Lúcifer disse que estava certo e Deus, errado. O Criador deu-lhe o tempo necessário para provar a validade de suas acusações e para esclarecer qualquer dúvida na mente das criaturas. Mas, finalmente, chega o dia em que todas as acusações e seus resultados devem ser julgados.
No capítulo 14 de Apocalipse, o apóstolo João nos leva a contemplar essa cena crucial do grande conflito entre o bem e o mal. “Vi outro anjo” – diz o profeta – “voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, tribo, língua, e povo.” (Apocalipse 14:6).
 Quem é esse anjo e a quem simboliza?
Ao longo de todo o livro do Apocalipse são mencionados muitos anjos. Dessa vez João vê outro anjo. Este “anjo” ou “mensageiro” representa, segundo os comentaristas bíblicos, “os servos de Deus empenhados na tarefa de proclamar o evangelho”.1 Afinal de contas, a missão de pregar o evangelho foi dada por Jesus aos discípulos antes de o Mestre partir.” (Marcos 16:15 e 16). Quer dizer que, hoje, existe neste mundo um povo especial, com uma mensagem especial para ser dada aos moradores da Terra.
A mensagem que essas pessoas proclamam é a seguinte: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de Seu juízo.” (Apocalipse 14:7). Essa mensagem é de suma importância porque é o anúncio do dia do acerto de contas: finalmente chegou a hora do julgamento. Quando o juízo findar, todo o Universo saberá sem sombras de dúvidas quem estava com a razão: Satanás ou Cristo. Lá nos céus, muito tempo atrás, Lúcifer acusou a Deus de ser tirano, arbitrário e cruel. Acusou-O de estabelecer princípios de vida que nenhuma criatura poderia cumprir e, portanto, de não merecer mais adoração nem obediência. Mas agora chegou o momento do veredicto final. A História encarregou-se de acumular as provas. Os livros serão abertos, e o juízo começará.
A Bíblia está cheia de afirmações que confirmam a existência de um juízo para a raça humana. Observe algumas delas:
1. “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.” (Eclesiastes 12:14)
2. “Porquanto [Deus] estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça…” (Atos 17:31)
3. “Porque importa que todos nós compareçamos ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou mal que tiver feito por meio do corpo.” (II Coríntios 5:10)
Mas a grande pergunta é: Quando acontece o juízo? Como saber o tempo exato em que esse julgamento terá início? Se nosso destino eterno está em jogo, não deveríamos preocupar-nos por estudar a profecia a fim de estar preparados para aquele dia?
O DIA DO JUÍZO
Para compreender as profecias do Apocalipse é preciso conhecer bem o Velho Testamento. Isso porque, no Apocalipse, muitos detalhes proféticos do Velho Testamento cobram sentido. No Apocalipse está o maravilhoso final da história que começa no Gênesis. Portanto, para saber quando começa o juízo que o Apocalipse menciona, é preciso rever, na história bíblica, quando se realizava o juízo em Israel, o povo de Deus no Velho Testamento.
Segundo o Mishná, que é a coleção dos escritos judeus, o juízo de Israel começava no primeiro dia do sétimo mês, com a Festa das Trombetas, e terminava no décimo dia, com a Cerimônia da Expiação. Até hoje esse dia é denominado “Yom Kippur“, que significa literalmente “dia do juízo”.2 Nesse dia, cada verdadeiro israelita renovava sua consagração a Deus e confirmava seu arrependimento, ficando, assim, perdoado e limpo. (Levítico 16:30)
Nesse dia, também, o sumo sacerdote de Israel efetuava a limpeza ou purificação do santuário, com sacrifícios de animais. Note agora o que a Bíblia diz a esse respeito: “Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém, no mesmo Céu, para compadecer, agora, por nós, diante de Deus.” (Hebreus 9:23 e 24).
UM SANTUÁRIO NO CÉU E O JUÍZO
Se você analisar com cuidado essa declaração bíblica, chegará à conclusão natural de que existe um Santuário lá nos Céus e que o santuário terreno do povo de Israel era apenas uma figura do verdadeiro que está nos Céus. Bom, se o dia da purificação do santuário de Israel era o dia do juízo para aquele povo, está claro que o dia da purificação do Santuário Celestial será também o dia do juízo da humanidade. Mas quando acontecerá isso? Se descobrirmos essa data, teremos descoberto a data do início do julgamento do planeta em que vivemos. Não é fascinante?
Agora vem algo que surpreende: a Bíblia contém uma profecia quase desconhecida pela humanidade (se você tiver uma Bíblia em casa, é só conferir). Essa profecia esta registrada em Daniel 8:14, e diz assim: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado.” Essa profecia não pode se referir à purificação do santuário de Israel, porque essa purificação era realizada a cada ano. Aqui está falando necessariamente da purificação do Santuário nos Céus. E isto é confirmado pela própria Bíblia (Hebreus 9:25 e 26). Isso que dizer que, se descobrimos quando termina essa profecia, teremos descoberto o dia da purificação do Santuário Celestial, ou seja, o dia do juízo dos seres humanos.
Enquanto Daniel orava pedindo que Deus lhe revelasse o significado da profecia, o anjo apresentou-se novamente ao profeta, dizendo: “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão… Sabe e entende, que desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas… E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício.” (Daniel 9:23 a 27).
Nesse texto estão contidos dados necessários para entender a profecia. Com essa declaração bíblica podemos estabelecer o seguinte diagrama: (primeiro leia os pontos explicativos e depois olhe para o diagrama).
1. Perceba que o período profético de 2300 anos começa quando saiu “a ordem para restaurar e edificar Jerusalém”. (Daniel 9:25; Esdras 7:7 e 11; Esdras 7:21 e 22). E a História registra que essa ordem foi dada pelo rei Artaxerxes, da Pérsia, no ano 457 a.C. Este é, então, o ano do início do período profético.
2. A profecia diz que, do ano 457 a.C. “até o Ungido Príncipe” (ou seja, o batismo de Jesus), haveria “sete semanas e sessenta e duas semanas”. Esse total de 69 semanas, em linguagem profética, equivale a 483 anos, o que nos leva ao ano 27 d.C., data em que historicamente realizou-se o batismo de Jesus. Até aqui a profecia tem-se cumprido com exatidão.
3. A profecia fala de uma semana a mais (sete dias proféticos = sete anos), que nos leva do ano 27 d.C. até o ano 34 d.C., quando o apóstolo Estevão foi apedrejado pelo povo judeu e, com isso, o tempo de Israel estava acabado. “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo” (Daniel 9:24), tinha dito o anjo ao explicar a profecia para Daniel. Isso também se cumpriu com exatidão.
4. A profecia afirma que, na metade dessa última semana – que nos leva ao ano 31 d.C. – “fará cessar o sacrifício”. Noutras palavras, Jesus morreria na cruz e já não seria mais necessário o sacrifício de animais que Israel realizava. A História registra que, exatamente no ano 31 d.C., Jesus foi morto, e você pode ver mais uma vez como a profecia se cumpriu de maneira extraordinária.
5. Até aqui, tudo aconteceu como estava previsto. A profecia foi dada a Daniel por volta do ano 607 a.C. e, séculos depois, tudo se cumpriu ao pé da letra.
6. Agora me acompanhe no raciocínio. Se, depois do período de 70 semanas (490 anos) continuarmos contando o tempo, concluiremos que o período de 2300 anos termina em 1844. Quer dizer que, naquele ano, segundo a profecia, o Santuário Celestial seria purificado, ou seja, começaria o grande julgamento da raça humana.
 457 a.C. – Emissão da ordem para reconstruir Jerusalém (Esdras 7:11 e 12).
 408 a.C. – Jerusalém reconstruída e o Estado judeu restaurado.
 27 d.C. – Batismo de Jesus (Mateus 3:13 a 17).
 34 d.C. – Morte de Estevão (Atos 7:54 a 60); a Igreja é perseguida (Atos 8:1 a 3) e o Evangelho é levado aos gentios (Atos 13:44 a 48).
 1844 – Início do Juízo Investigativo (Daniel 8:14; Apocalipse 3:7 e 8).
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VIVENDO EM PLENO JUÍZO
Isso é algo surpreendente e de solene significado. A humanidade não pode viver este milênio sem saber que o juízo divino começou. Este não é um assunto para o futuro. Segundo a profecia, foi a partir de 1844 que o destino dos homens começou a ser definido, e milhões de pessoas no mundo ignoram essa verdade. Por isso o Apocalipse declara que era necessário levantar-se um anjo “voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a toda nação, tribo, língua, e povo, dizendo em grande voz: temei a Deus e dai-Lhe glória, pois “É CHEGADA A HORA DE SEU JUÍZO“.
Perceba que o anjo voa. Isso é urgente. Voar significa rapidez. Não há mais tempo a perder. Perceba que a mensagem é dada em alta voz. Isso não pode ser ignorado por mais tempo. Precisa ser proclamado em toda a Terra e para todos os seres humanos. E, finalmente, perceba que este evangelho é eterno. Não é nada novo; algo que foi inventado por alguém. Trata-se da história do maravilhoso amor de Deus pelos seres humanos.
Infelizmente, o juízo, por algum motivo, é mal compreendido pela humanidade. Muitos confundem o juízo divino com os flagelos e catástrofes que acontecerão antes da volta de Cristo, e que também estão profetizados no Apocalipse. Só que aqueles flagelos são parte da sentença. Eles são resultado do juízo. Não é juízo. A prisão ou pena de morte, por exemplo, não é o juízo da pessoa, mas a condenação. Juízo é o processo pela qual se considera o caso: existe um juiz, um advogado, um promotor de acusação, testemunhas e provas.
Veja como o profeta Daniel descreve o juízo celestial: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a lã pura… um rio de fogo manava e saía de diante dEle. Milhares e milhares O serviam, e miríades e miríades estavam diante dEle; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.” (Daniel 7:9 e 10) Note, aí estão o Juiz e também os livros.
Agora confira como o juízo é descrito pelo Apocalipse: “E olhei, e eis não somente umaporta aberta como também a primeira voz que ouvi dizendo: sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.” (Apocalipse 4:1). Depois de que coisas? Depois que a porta for aberta, claro. E quando é que a porta foi aberta?
Uma porta aberta em 1844
No santuário de Israel, a porta que levava do lugar santo ao lugar santíssimo, era aberta a cada ano, no Dia da Expiação (que era o dia do juízo). Com relação ao Santuário Celestial é dito que:
 “Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que Ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado.” (Hebreus 9:24 a 26)
(Assim, a oportunidade de Salvação ainda está aberta a todos, inclusive para você! Só que ela acabará quando cristo deixar o Lugar Santíssimo. O evento histórico que marcará isso são a queda das 7 pragas (AP 16). O Espírito Santo sempre tem razão, hoje é o dia de se decidir por Cristo, Hoje é o dia da sua, da nossa salvação. Porque amanhã Cristo poderá ter deixado de ser advogado e será apenas juíz e aí não haverá mais oportunidade de salvação para ninguém!). Veja abaixo o cronograma geral do juízo:
1844 Juízo Pré-Advento….Término do Juízo.… 7 Praga....Volta de Jesus.
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Referências:
Alejandro Bullón, O Terceiro Milénio e as Profecias do Apocalipse, 1.ª ed., 1998, pág. 29.
1. Seventh-Day Adventist Bible Comentary, vol.7, pág. 827.
2. The Jewish Encyclopedia, vol. 2, pág. 281.

O SANTUÁRIO UM ESPAÇO SAGRADO

Aquele que no Antigo Testamento é o Templo de Jerusalém, no Novo Testamento encontra o seu cumprimento mais alto na missão do Filho de Deus, que Se torna o novo Templo, a habitação do Eterno entre nós, a aliança em pessoa. O episódio da expulsão dos vendedores que estavam no templo (cf. Mt 21, 12-13), proclama que o espaço sagrado, por um lado, se dilatou a todas as nações - como confirma também o particular de grande valor simbólico do véu do templo “que se rasgou em duas partes, de alto a baixo” (Mc 15, 38) -; por outro, se concentrou na pessoa d'Aquele que, vencedor da morte (cf. 2 Tm 1, 10), poderá ser para todos oS CRENTES o encontro com Deus.
Aos chefes religiosos, Jesus diz: “Destruí este santuário e Eu em três dias o levantarei”. Ao referir-se à réplica deles - “Foram precisos quarenta e seis anos para edificar este santuário e Tu reedificá-lo-ás em três dias?” - o evangelista João comenta: “Mas Ele falava do santuário do Seu corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, recordaram-se os discípulos do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra que Jesus dissera” (Jo 2, 19-22).
Também na economia da nova Aliança o Templo é o sinal da iniciativa do amor de Deus na história: Cristo, o enviado do Pai, o Deus que Se fez homem por nós, sacerdote supremo e definitivo (cf. Hb 7), é o Templo novo, o Templo esperado e prometido, o santuário da nova e eterna Aliança (cf. Hb 8). Tanto no Antigo como no Novo Testamento, portanto, o santuário é a memória viva da origem, isto é, da iniciativa com a qual Deus nos amou primeiro (cf. 1 Jo 4, 19). Todas as vezes que Israel olhou para o Templo com os olhos da fé, todas as vezes que com estes mesmos olhos os cristãos olham para Cristo, novo Templo, e para os santuários que eles mesmos edificaram a partir do édito de Constantino, como sinal de Cristo vivo no meio de nós, neste sinal reconheceram a iniciativa do amor de Deus vivo pelos homens.
Deste modo, o santuário testemunha que Deus é maior do que o nosso coração, que nos amou desde sempre e nos deu o seu Filho e o Espírito Santo, porque quer habitar em nós e fazer de nós o Seu templo e, dos nossos membros, o santuário do Espírito Santo, como diz São Paulo: “Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (1 Cor 3, 16-17; cf. 6, 19); “porque nós somos o templo de Deus vivo, como Deus diz: "Habitarei e caminharei entre eles, e serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo"” (2 Cor 6, 16).
O santuário é o lugar da permanente actualização do amor de Deus, que pôs a Sua tenda no meio de nós (cf. Jo 1, 14), por isso, como afirma Agostinho, no lugar santo “não há sucessão de dias como se cada dia tivesse de chegar e depois passar. O início de um não indica o fim do outro, porque nele se encontram presentes todos contemporaneamente. A vida, à qual esses dias pertencem, não conhece ocaso”. No santuário ressoa assim, de modo sempre novo, o anúncio jubiloso de que “Deus nos amou primeiro e nos deu a capacidade de O amar... Não nos amou para nos deixar feios como éramos, mas para nos mudar e nos tornar belos... De que modo seremos belos? Amando-O, a Ele que é sempre belo. Quanto mais crescer em ti o amor, tanto mais crescerá a beleza; a caridade é precisamente a beleza da alma”. O santuário, então, recorda constantemente que a vida nova não nasce “de baixo” por uma iniciativa puramente humana, que a Igreja não é fruto simplesmente da carne nem do sangue (cf. Jo 1, 13), mas que a existência remida e a comunhão eclesial em que ela se exprime, nascem “do alto” (cf. Jo 3, 3), da iniciativa gratuita e surpreendente do amor trinitário que precede o amor do homem (cf. 1 Jo 4, 9-10).
Admiração e adoração
Para a vida cristã, quais são as consequências desta primeira e fundamental mensagem, que o santuário transmite enquanto memória da nossa origem junto do Senhor?
Podem-se determinar três perspectivas fundamentais.
Em primeiro lugar, o santuário recorda que a Igreja nasce da iniciativa de Deus: iniciativa que a piedade dos fiéis e a aprovação pública da Igreja reconhecem no evento de fundação, que está na origem de cada santuário. Portanto, em tudo aquilo que se refere ao santuário e em tudo o que nele se exprime, é preciso discernir a presença do mistério, obra de Deus no tempo, manifestação da Sua presença eficaz, escondida sob os sinais da história. Esta convicção é, além disso, veiculada no santuário através da mensagem específica a ele conexa, tanto em referência aos mistérios da vida de Jesus Cristo, quanto em relação a qualquer um dos títulos de Maria, “modelo de virtude diante de toda a comunidade dos eleitos”, e também em relação a cada um dos Santos, cuja memória proclama “as grandes obras de Cristo nos Seus servos”.

O SANTUÁRIO - O BODE POR AZAZEL

"(...) Receberá da comunidade de Israel dois bodes como oferta pelo pecado (...) Depois pegará os dois bodes e os apresentará ao SENHOR, à entrada da Tenda do Encontro*. E lançará sortes quanto aos dois bodes: uma para o SENHOR e a outra para Azazel. Arão trará o bode cuja sorte caiu para o SENHOR e o sacrificará como oferta pelo pecado. Mas o bode sobre o qual caiu a sorte para Azazel será apresentado vivo ao SENHOR para fazer propiciação, e será enviado para Azazel no deserto.

Então sacrificará o bode da oferta pelo pecado, em favor do povo, e trará o sangue para trás do véu (...) Assim fará propiciação pelo Lugar Santíssimo por causa das impurezas e das rebeliões dos israelitas, quaisquer que tenham sido os seus pecados.

(...) Quando Arão terminar de fazer propiciação pelo Lugar Santíssimo, pela Tenda do Encontro e pelo altar, trará para a frente o bode vivo. Então colocará as duas mãos sobre a cabeça do bode vivo e confessará todas as iniqüidades e rebeliões dos israelitas, todos os seus pecados, e os porá sobre a cabeça do bode. Em seguida enviará o bode para o deserto aos cuidados de um homem designado para isso. O bode levará consigo todas as iniqüidades deles para um lugar solitário. E o homem soltará o bode no deserto..." (Levítico capítulo 16. Tradução: Nova Versão Internacional).
O MINISTÉRIO NO LUGAR SANTÍSSIMO
Em posse do sangue do bode do SENHOR (que representava o sangue de Cristo), o sumo sacerdote aplicava-o no altar dos holocaustos e no altar do incenso, os quais haviam sido diariamente aspergidos com o sangue das ofertas que simbolizava os pecados confessados (Levítico capítulo 4; Hebreus 9:1-10). E, no lugar santíssimo, ele aplicava esse sangue no propiciatório(a), na presença de Deus, a fim de satisfazer as exigências de Sua lei; pois, pecado é transgressão da lei e sem sangue não há perdão (I João 3:4; Hebreus 9:22). Essa ação simbolizava o imensurável preço que Cristo teria de pagar pelos nossos pecados (Hebreus capítulo 9; Isaías capítulo 53). Desta forma, o sumo sacerdote efetuava expiação pelo povo e pelo santuário. Assim ambos eram purificados.1

Na etapa seguinte, representando a Cristo como mediador, o sumo sacerdote assumia sobre si mesmo os pecados que haviam poluído o santuário e os transferia para o bode vivo, Azazel; que era em seguida conduzido para fora do acampamento do povo de Deus. Este ato removia os pecados do povo, os quais durante o ano, tinham sido simbolicamente transferidos para o santuário através do sangue ou da carne dos sacrifícios diário de perdão. Deste modo o santuário estava habilitado para mais um ano de atividade ministerial (Levítico 16:29-34).2 E assim todas as coisas eram colocadas em ordem entre Deus e Seu povo.3

O dia da expiação ilustra o processo de julgamento que lida com a erradicação do pecado. A expiação realizada nesse dia prefigurava a aplicação final dos méritos de Cristo a fim de banir a presença do pecado por toda a eternidade, e para tornar efetiva a reconciliação do Universo, sob o governo harmonioso de Deus.
O BODE PARA AZAZEL
A palavra "Azazel" provém do hebraico עזאזל ('aza'zel) e é formado por dois radicais: אזל ('azal) que significa "ir embora", e, עז ('ez) que significa cabra, bode.4, 5 A análise cuidadosa de Levítico capítulo 16 revela que Azazel representa Satanás, e não Cristo, como alguns erroneamente ensinam. Os fatos que apoiam esta interpretação, são:
O bode para Azazel não era morto como sacrifício, e assim não poderia ser usado como um meio para trazer o perdão, uma vez que "sem derramamento de sangue, não há remissão" (Hebreus 9:22);
O santuário era inteiramente purificado pelo sangue do bode do SENHOR antes que o bode de Azazel fosse introduzido no ritual (Levítico 16:20);
A passagem trata Azazel como um ser pessoal que é o oposto, e se opõe, a Deus. Levítico 16:8 diz, literalmente: "E lançará sortes quanto aos dois bodes: uma para o SENHOR e a outra para Azazel." (Levítico 16:8).

OS DOIS JARDINS – Neles o Pecado e a Salvação Encontram-se

A nossa salvação vem de um Deus que nos ama tanto que não Se poupou a esforços para nos reconquistar para Si. O relato da Sua atividade redentora no conflito entre o Bem e o Mal é a história mais grandiosa que alguma vez foi contada; é, na verdade, o espetáculo dos séculos.
Nesta história, há dois jardins que forma o palco dos principais desenvolvimentos. Do primeiro jardim, vêm o pecado, a perda, a vergonha e a morte. Do segundo, brotam a esperança, a alegria e a vida.

Deus plantou o primeiro jardim. Era belo, era perfeito, era o Éden. Neste ambiente incontaminado, Deus colocou os primeiros seres humanos, feitos também pelas Suas próprias mãos (Gén. 2:8 e 9), e comungava com eles. O Éden era o Paraíso, o Paraíso da inocência. Adão e Eva eram puros, mas eram como crianças. Ainda não tinham desenvolvido o caráter, pois ainda não tinham feito escolhas. E as escolhas iriam, em breve, ser postas diante deles.

A Entrada do Pecado.Por detrás da tranquilidade do jardim espreitava uma figura sinistra. O Mal, uma coisa totalmente desconhecida de Adão e Eva, não estava muito longe – ele nunca está! Um anjo caído, em tempos como Lúcifer, a estrela da alva, mas agora conhecido por Satanás, o enganador, aguardava a sua oportunidade.

Não sabemos quanto tempo os nossos primeiros pais viveram no jardim. Um dia, porém, caiu uma sombra sobre o Paraíso. Satanás, recorrendo a uma atraente serpente como médium, baloiçou diante deles a sedução de uma nova experência, que iria torná-los semelhantes ao próprio Deus.

Deus instituíra um simples teste de obediência: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do Bem e o do Mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gén. 2:16,17). No entanto, a serpente disse: “Certamente, não morrerás. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o Bem e o Mal” (Gén. 3:4,5).

Passaram-se muitos anos, mas o tentador continua hoje a vir ter com as pessoas da mesma maneira. Ele embeleza a desobediência, tornando-a atrativa. Pinta como enfadonho o apego aos mandamentos de Deus. Promete emoções, novas esperiências. Esconde a vereda da ruina, para onde nos convida a entrar – um caminho juncado de ébrios na valeta e de corpos a decomporem-se à distância.

O diabo procura sempre incutir a dúvida. Atribui a Deus o seu próprio caráter e finge assumir o verdadeiro caráter de Deus. Deus apenas quer o que é melhor para nós; Ele não nos priva de nada que resulte em saúde e felicidade. Satanás, por outro lado, oferece um pacote envenenado, o qual parece atrativo, mas que no fim degrada e nos corrompe.

Satanás é “mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). “Certamente, não morrereis”, assim convenceu ele Adão e Eva. Contudo, era uma grande mentira. Eles morreram de facto e, desde então, os seus descendentes tês estado a morrer.

“Sereis como Deus”, prometeu ele, mas tratava-se de uma promessa que ele não podia cumprir. Ele tentara ser como Deus nas cortes celestiais (Isaías 14:13; Ezeq. 28:12-18), mas a sua autoilusão levou-o a ser expulso do Céu.

Só Deus pode ser Deus. Ele é o Criador de todos, quer anjos quer humanos. A criatura nunca pode tornar-se no Criador. Deus fez os homens e as mulheres à Sua imagem para viverem n´Ele e prestarem-Lhe amorosa obediência. Só em Deus encontramos o nosso verdadeiro eu. “Tu nos fizeste para Ti mesmo, Ó Senhor, e o nosso coração está inquieto até que encontre descanso em Ti”, como bem disse Santo Agostinho.

O pecado é irracional; é a suprema loucura. Agarra-se ao impossível – ser como Deus. Ignora o facto de a nossa existência ter sido feita por Deus e de ser pendente d´Ele em cada respiração.

Não obstante, quantos homens e mulheres hoje em dia estão a seguir os passos dos nossos primeiros pais! A grande maioria das pessoas sucumbe à sedução do tentador, “sereis como Deus”, afastado Deus do seu pansr, negando a Sua existência ou reijetando-O declaradamente.

As Consequências da Queda.As consequências da queda começaram a manifestar-se quase imediatamente. Depois da agitação inicial do prazer, os nossos primeiros pais começaram a serntir vergonha (Gén. 3:7). Ao perceberem que Deus estava a aproximar-se (v. 8). Mas não lhes era possível enconderem-se de Deus, tal como nós hoje também não podemos esconder-nos d`Ele. Começaram a culpar-se um ao outro pela sua desobediência: “A mulher que me deste por companhia, ela me deu da árvore, e comi”, lamuriou-se Adão. (v. 12).

Já conhecem este quadro? Culpar alguém, culpar até o próprio Deus, mas não admitir as faltas pessoais. Do mesmo modo procedeu Eva: “A serpente enganou-se, e eu comi”, procurou ela defender-se (v. 13).

Estas tentativas de lançar as culpas para qualquer outro lado e de justificar os respetivos atos foram tão débeis como as folhas de figueira que juntaram para cobrir a sua nudez. E ainda hoje abundam as desculpas e a autojustificação ao estilo de folha de figueira.

Foi então que o Senhor lhes delineou o futuro que estava diante deles. Seriam banidos do Paraíso para uma vida de árduo trabalho. Daí em diante, a Natureza iria dar-lhes cardos e espinhos. Eva daria à luz filhos com dor e, por fim, depois de uma vida de luta para conseguirem o pão de cada dia com o suor do seu rosto, voltariam ao pó de onde Deus os tinha formado (vs. 16-20).

O poeta John Milton, no final da sua obra épica. O Paraíso Perdido, descreve comovidamente os momentos finais que eles passaram no Éden:
“Tinhamos o mundo todo diante deles, para escolherem o seu lugar de descanso, e a Providência os guiaria: Eles, de mãos dadas, com passos inconstantes e arrastados, através do Éden seguiram o seu solitário caminho.”

Lugar onde seguramente Jesus orou antes de
ser crucificado.
Deus em seu Socorro.Deus, no entanto, não abandonou Adão e Eva sem uma esperança. Embora expulsos do jardim, não ficaram isolados da Sua presença. Para onde quer que a sua nova vida os levasse, Deus lá estaria.
Além disso, Deus deixou-lhes uma promessa para o futuro. Enquanto estavam ainda no jardim, Ele declarou à serpente: “Porei inimizade entre ti e a sua semente: esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (v. 15).

Esta “inimizade” não é uma reação humana natural. É uma coisa que Deus colocou em nós; é a graça em ação.
Ellen White escreveu: “É a graça que Cristo implanta na alma, que cria no homem a inimizade contra Satanás. Sem esta graça que converte, e este poder renovador, o homem continuaria cativo de Satanás, como servo sempre pronto a executar as sus ordens. Mas este novo princípio cria conflito na alma onde até então tinha havido paz. O poder que Cristo comunica dá ao homem a possiblidade de resistir ao tirano e usurpador. Quem quer que aborreça o pecado em vez de o amar, que resista a essas paixões que o têm dominado interiormente e as vença, demonstra a ação de um princípio inteiramente celestial” (O Grande Conflito, ed. P. SerVir, p. 422).

A obra da graça culmina na Semente da mulher – Jesus Cristo. Ao concluir a Sua vida sem pecado e a Seu ministério de amor, Ele foi orar a um jardim – o Jardim do Getsémani.

Este jardim foi plantado pel homem, não por Deus. Era o lugar de retiro favorito do Mestre. Ao findar a noite da última quinta-feira da Sua vida terrena, com a cruz olhando-O de perto, Jesus foi lá para contender com o Pai.

Com o peso dos pecados do mundo a oprimi-l´O fortemente, Jesus implorou: “Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres” (Mat. 26:39). “E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” (Luc. 22:44).

Nesse jardim, o destino da raça humana esteve pendente na balança Jesus ansiava pelo apoio dos Seus amigos mais intimos, mas todos eles adormeceram. Ele bebeu sozinho o cálice da aflição. Um outro ser estva presente, o mesmo enganador que estivera no Éden. Agora tentava Jesus a abandonar a Sua missão de salvar o mundo: Esta gente não é digna. Ninguém se interessa. Olha para eles – todos a dormir”

Ao contrário dos nossos primeiros pais, Jesus recusou ouvir a voz malévola, recusou acariciar qualquer dúvida. Aceitou da mão do Seu Pai o amargo cálice e prosseguiu para o Calvário.
Os dois jardins chamam-nos a contemplar em espírito de oração o preço da nossa salvação. Vemos aí quanto se perdeu, mas também vemos como como é grande a graça do maravilhoso Senhor que temos. Ellen White anima-nos a estudarmos cuidadosamente e compararmos “o Jardim do Éden com a sua infame nódoa de desobediência…com o Jardim do Getsémani, onde o Redentor do mundo sofreu uma agonia super humana, quando os pecadores de todo o mundo caíram sobre Ele” Manuscritos 1, 1892).
Aleluaia, Que Salvador!

Reflexão e Parilha:
1. Qual foi a primeira mentira de Satanás dirigida aos nossos primeiros pais, e como se repete ela agora na comunidade onde vive pessoalmente?
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2. Qual das consequências do pecado – o mal, a doença, a pobreza, a corrupção, etc. – mais incómodo lhe causa? O que é que lhe dá a si apoio nessta luta?
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3. Jesus, antes de morrer pelos nossos pecados , viveu para abençoar os outros. De que modo está a Sua Igreja na comunidade onde vive a abençoar outros?

O Santuário em Hebreus

O título nos manuscritos gregos mais antigos é simplesmente "Prós Hebráious" (Aos Hebreus). Este título é particularmente apropriado, já que o livro trata principalmente do significado do santuário e os seus serviços, temas que sem dúvida devem ter sido de especial significado para os primitivos cristãos de origem Hebraica ou judia. A paternidade literária do livro aos Hebreus foi motivo de debates desde os primeiros tempos. Muitos atribuíam o livro a Paulo, mas outros opunham-se intensamente a esta opinião. Orígenes, pai da igreja que escreveu a começos do século III, concluía o seu exame do livro com esta declaração: "Quem a tenha escrito é só conhecido por Deus" (chamado por Eusébio, História eclesiástica vi, 25, 14). Outros pais pensavam que o autor pôde ter sido Barnabé, Apolo, Clemente ou Lucas.
Esta incerteza quanto à paternidade literária da Epístola aos Hebreus foi um fator importante na relutância de muitos antigos cristãos do ocidente do Império Romano para a aceitar como canônica.
Nos séculos seguintes cessou a discussão sobre a paternidade literária de Hebreus, e a maioria dos cristãos aceitou como obra de Paulo, opinião que foi apoiada em forma geral até os tempos modernos; então se agitou de novo a polêmica, debatida especialmente pelos eruditos.
As evidências contra do ponto de vista de que Paulo escreveu a Epístola aos Hebreus foram extraídas principalmente de considerações quanto ao estilo literário e o conteúdo do livro. É possível que o vocabulário de um autor e seu estilo variem segundo o tema de que trate, mas essas variações serão principalmente nos termos técnicos, característicos dos diversos temas a respeito dos quais se escreva.
Apreciando o tema em seu conjunto, o estilo literário geral de Hebreus difere notavelmente de qualquer das epístolas que levam o nome de Paulo. O estilo Paulino tem a marca inconfundível de vívidos e ferventes passagens que revelam a corrente impetuosa dos pensamentos do autor. Mas Hebreus apresenta um tema completamente organizado e mantém um nível retórico mais elevado que o de qualquer outro livro.
Por meio do descobrimento dos papiros bíblicos do Chester Beatty, do século III, ficou manifesto alguma provável evidência em favor da paternidade literária paulina da Epístola aos Hebreus. No códice que contém as epístolas paulinas, Hebreus se acha entre Romanos e 1 Coríntios. Embora este fato não demonstra a paternidade literária paulina de Hebreus, é um significativo indício de que desde muito antigo na história da igreja havia quem acreditava que Hebreus devia ser incluída como parte dos escritos do Paulo.
Aceita-se geralmente que Hebreus foi escrito antes da queda de Jerusalém. O número de dirigentes da igreja era muito reduzido nos anos anteriores ao ano 70 d.c. Qual desses dirigentes poderia ter exposto um tema tão profundo como o que se apresenta no livro de Hebreus? A pessoa mais possível é, sem dúvida alguma, Paulo. Dizer que o autor foi um cristão desconhecido desse cedo período, só levanta um novo problema: como é possível que um cristão que possuísse o discernimento teológico necessário e a capacidade lógica

PLANOS ELABORADOS POR DEUS

Todos nós sabemos que há 4.000 anos, no topo do Monte Sinai, Deus deu a Moisés os Dez Mandamentos. Mas a maioria das pessoas não sabem que, ao mesmo tempo, o Senhor deu a Moisés os planos para uma das estruturas mais misteriosas já construídas – o santuário. Deve ter sido algo importante, porque os israelitas não podiam entrar na Terra Prometida até o término de sua construção. Este peculiar templo portátil representava a morada de Deus entre o Seu povo, e os seus serviços mostravam à nação de escravos recém-libertos um panorama tridimensional do plano de salvação. Um olhar cuidadoso nos segredos do santuário impressionaria a compreensão de como Jesus salva o perdido e conduz a igreja. O santuário é também uma chave para entender várias profecias. Descobrir neste maravilhoso santuário os seus significados ocultos. Foi uma experiência emocionante para mim e estou crente que o será também para você!
1. O que pede Deus a Moisés para construir?
“E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles” (Êxodo 25:8).
Nota: O Senhor pediu a Moisés para construir um santuário – um edifício especial que serviria de morada para o grande Deus do céu. O santuário era uma elegante estrutura do tipo tenda (15 ‘x 45′ – assumindo que a medida de um côvado é igual a 18 polegadas), onde a presença sobrenatural de Deus habitava e serviços especiais eram realizados. As paredes eram de tábuas verticais de madeira de acácia, colocadas em encaixes de prata e cobertas de ouro (Êxodo 26:15-19, 29). O telhado era feito de quatro camadas de

O MINISTÉRIO NO LUGAR SANTÍSSIMO

A segunda divisão do ministério sacerdotal acha-se centralizada primariamente no santuário, tendo a ver com a purificação do santuário e do povo de Deus. Essa forma de ministério, que focalizava o lugar santíssimo do santuário e que podia ser desempenhada tão-somente pelo sumo sacerdote, limitava-se a um único dia do calendário religioso.
A purificação do santuário requeria dois bodes – o bode do Senhor e o bode emissário (Azazel, em hebraico). Ao sacrificar o bode do Senhor, o sumo sacerdote efetuava a expiação pelo “santuário [na verdade, 'santuário' em todo este capítulo refere-se ao lugar santíssimo], pela tenda da congregação [o lugar santo], e pelo altar [o pátio]” (Levítico 16:15 a 21).
Tomando o sangue do bode do Senhor, o qual representava o sangue de Cristo, e levando-o para o interior do lugar santíssimo, o sumo sacerdote aplicava-o diretamente, na própria presença de Deus, ao propiciatório – a cobertura da arca, dentro da qual estavam contidos os Dez Mandamentos – a fim de satisfazer as exigências da santa Lei de Deus.
→ Sua ação simbolizava o imensurável preço que Cristo teria de pagar pelos nossos pecados, revelando quão ansioso Deus Se sente por efetuar a reconciliação de Seu povo consigo mesmo (II Coríntios 5:19). Então, o sumo sacerdote aplicava esse sangue ao altar do incenso e ao altar dos holocaustos, os quais haviam sido diariamente aspergidos com o sangue que representava os pecados confessados. Dessa forma, o sumo sacerdote efetuava a expiação pelo santuário, bem como pelo povo, efetuando assim a purificação

O JULGAMENTO DA HUMANIDADE

Eu estava em Nova Iorque na manhã em que saiu o veredito do julgamento de O. J. Simpson, acusado de ter matado a esposa e um amigo dela. Eu estava numa frutaria - da esquina da rua 216 Este com a rua 45. Os proprietários tinham colocado uma televisão enorme, e havia muita gente aglomerada em volta para assistir ao veredito final. Na realidade, os Estados Unidos praticamente pararam por 2 minutos. A expectativa era generalizada e o resultado do julgamento provocou as mais variadas reações. Os pais das vítimas choravam, sentindo-se impotentes diante do veredito que declarava Simpson inocente das acusações, enquanto o acusado respirava aliviado alegando que a justiça tinha sido feita.
No livro de Apocalipse encontramos o anúncio de outro julgamento. Desta vez, um juízo universal e de consequências eternas. Um dia, Lúcifer disse que estava certo e Deus, errado. O Criador deu-lhe o tempo necessário para provar a validade das suas acusações e para esclarecer qualquer dúvida na mente das criaturas. Mas, finalmente, chega o dia em que todas as acusações e os seus resultados devem ser julgados.
No capítulo 14 de Apocalipse, no versículo 6, o apóstolo João leva-nos a contemplar essa cena crucial do grande conflito entre o bem e o mal, dizendo: "Vi outro anjo voar pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo".

A MESA DOS PÃES

Também farás uma mesa de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados, a sua largura de um côvado e a sua altura de um côvado e meio. De ouro puro a cobrirás, e lhe farás uma moldura de ouro ao redor. Também lhe farás ao redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao redor da guarnição farás uma moldura de ouro. Também lhe farás quatro argolas de ouro, e porás as argolas nos quatro cantos, que estarão sobre os quatro pés. Junto da guarnição estarão as argolas, como lugares para os varais, para se levar a mesa. (Ex 25:23-28).
Material: Feita de madeira de Acácia revestida de ouro puro. Tinha 4 argolas para varais. Localizava-se em frente ao candelabro (Exodo 40:249.
No alimento Deus provê todas as nossas necessidades. É a presença de Jesus na vida do crente como principal fonte de alimento.
Comentário: A mesa dos pães era um quadro da vontade de Deus chamando ao companheirismo e comunhão (literalmente compartilhando algo). Isto seria igual a um convite para um almoço entre amigos. Comer junto é um acto de companheirismo, principalmente na época de Cristo. Deus está disposto a permitir que o homem entre na Sua companhia. Representa Cristo como o verdadeiro alimento, o pão da vida. Percebe-se que os pães estão organizados lado a lado em número de 6 (6 e 6), formando um número 66, que são a quantidade de livros da bíblia sem fermento, ou seja, uma bíblia original, não adulterada ou com livros apócrifos. Significa as 12 tribos de Israel e os 12 apóstolos de Cristo.
A cada sábado se colocava 12 pães sem fermento (fermento é símbolo de pecado) organizados em duas pilhas de 6, cada um feito com algo mais de 2,4 kg de flor de farinha.
Moisés tinha instruído o artesão cheio do Espírito em como construir a mesa dos pães. Esta mobília tipificou a vida e ministério de Jesus, incorruptível, tipificando a humanidade de Cristo que saiu como uma raiz de uma terra seca (Is 53:2). O ouro na mesa era um emblema de Jesus como divino. (Mt 28:20; Jo 2:24-25; Fl 3:21).
O Mishna (a primeira seção do Talmud) explica o procedimento que os sacerdotes quando ao mudar o pão. Quatro sacerdotes entram no lugar santo, dois deles que levam as pilhas de pão, e dois deles as xícaras de incenso. Quatro sacerdotes tinham entrado antes deles, dois para remover as duas pilhas velhas de pão, e dois para as xícaras de incenso.
O termo vem de uma palavra hebreia que significa pão da presença, porque os pães eram fixos ante a face ou presença de Jeová (Lev. 24:8).
Apresentando Jesus como alimento é um perfeito quadro desta mobília, assim como o evangelista João narra a multiplicação de 5 pães e 2 peixinhos, pois conhecendo Jesus o coração daquelas pessoas, os fez entender que a comida natural que deu só satisfazia temporariamente mas a comida espiritual provida por Ele, provê satisfação permanente. Entendendo mal tal declaração, as pessoas acreditaram que teriam que fazer algum trabalho externo para adquirir vida eterna. Mas as palavras do mestre tão claras quanto o sol mostrou que o verdadeiro alimento, a verdadeira vida era Ele mesmo (João 6:27-29).
A metáfora "comer deste pão" não ensina a necessidade de comer a carne de Jesus literalmente para adquirir vida eterna. Jesus simplesmente ensinou que como a comida se torna parte de um indivíduo quando é consumida, assim aqueles que acreditam nEle estão a fazer parte com Jesus.
Para produzir o pão com a farinha, é necessário que a massa seja esmagada, peneirada. Isso é um quadro do ministério divino! Jesus passou pelo processo da peneiração das tentações de Satanás (Mat. 4:1-11) e os líderes religiosos que testavam-no constantemente (Mt 22:15-40), contudo nenhum pecado foi achado em Ele (Hb 4:15). Ele passou por experiências esmagadoras, açoites e espancamentos (Is. 53:4-5; Mat. 27:26-30) e por fim crucificação (Mat. 27:33-50). A farinha refinada deve também ser assada, outro quadro de Jesus, que passou pelo fogo da perseguição, sofrimento, e morte por nós.
Depois que os pães eram colocados na mesa, eram pincelados com incenso como um comemorativo, e o resto queimado no altar do incenso como um oferecimento para Jeová (Lv 24:7). O incenso não deveria ser confundido com o incenso regular queimado no altar; era diferente em substância. O incenso emitiu um bálsamo como fragrância que enchia o lugar santo e passava para o lugar santíssimo.
Hoje, muitos cristãos sofrem fome espiritual. Alguns comparecem nas igrejas alimentados com o humanismo, com opiniões filosóficas e até mesmo heresias. Jesus deseja esses tais com o pão espiritual da Palavra de Deus que pode edificar para serviço.
Precisamos olhar ao redor, há almas famintas que estãoa sofrer fome por falta de comida espiritual e devemos prover-lhes alimento. Somos chamados a ir aos famintos dos bairros como única opção de alimento, pode você, em boa consciência, alimentar a outros com a medida de pão existente na sua vida? Isso representa levar a Cristo aos famintos, levar o pão de vida, para esses ao nosso redor satisfazendo-lhes as necessidades espirituais.
Obs: Os pães só eram substituídos quando os outros já estavam providenciados para os substituir, pois não podiam faltar.
Os pães que se tiravam eram considerados sagrados, os sacerdotes comiam no "lugar santo" (Lev. 24: 5-9). Estes 12 pães constituíam uma perpétua oferenda da parte das 12 tribos, em sinal de gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas diariamente da sua mão.
A mesa do "pão da proposição", ou "pão da Presença". Marcos fala dos "pães da proposição" (Mr 2:26), literalmente, "o pão da apresentação", quer dizer, o pão apresentado a Deus, Paulo usa a mesma palavra grega em Heb. 9:2.
João 6:35 "Jesus é o pão da vida".
Utensílios: Todos de ouro, pratos, bacias, tigelas e colheres.

A PRIMEIRA PÁSCOA DE JESUS NO TEMPLO

Aqui está uma pergunta intrigante: O que sabia Jesus sobre o Seu Ministério? O texto a seguir é um relato imaginário do reconhecimento consciente de Jesus sobre o Templo, durante a Sua primeira celebração da Páscoa, em Jerusalém, como “filho da lei”. Está baseado na descrição de Ellen White sobre o Templo, escritos hebraicos daquele período e pesquisa actuais sobre a arquitectura do Templo. Apenas caminhe pela estrada de Nazaré e Jerusalém e descubra, com Jesus, não apenas a beleza, mas o significado do Templo.
O menino Jesus está no Seu quinto dia de caminhada, de Nazaré rumo a Jerusalém. É um adolescente de 12 anos e é agora um “filho da lei”. Mais do que um rito de passagem, essa é a Sua primeira celebração da Páscoa em Jerusalém! Ao tornar-Se mais maduro, começa a perceber que a Sua principal responsabilidade é a obediência à lei e a Seu Pai celestial.
O grupo faz paragens nos lugares familiares da história dos seus antepassados: Dotã, Sicar, Betel. Às vezes, hospedam-se em pousadas. Às vezes, dormem sob as estrelas. O jovem gosta da brisa da noite, do cheiro da mostarda silvestre, do arrulhar de uma pomba.
No quinto dia, finalmente, os peregrinos aproximam-se da cidade de Jerusalém. Jesus está ansioso para ver Jerusalém. “Não hoje”, disse José. “Vamos passar a noite com os nossos parentes em Emaús.”
“Muito bem”, concordou Maria. “Precisamos tomar banho e lavar as nossas roupas.”
Emaús está repleta de peregrinos. Alguns caminharam ou viajaram durante semanas. Vieram de países vizinhos, como o Egipto e até de Roma, para ver o “Edifício mais bonito do mundo”; o santo Templo de Jerusalém! “Caio, o romano, não o descreveu assim?”, observa José.
À medida que os peregrinos sobem o Monte das Oliveiras, uma mulher começa a cantar: “Os nossos pés já se encontram dentro das tuas portas, ó Jerusalém! (…) Haja paz dentro dos teus muros e segurança nas tuas cidades!” (Sal. 122:2,7). Todos se unem a ela.
Assim que chegam ao topo da montanha e que vista! Eleva-se acima da cidade, está o maravilhoso Edifício, incrivelmente alto, e o sol nascente é reflectido nas suas paredes revestidas de ouro. Uma coroa de deslubrante mármore branco quase toca o céu. É impressionante! Jesus tinha crescido a ouvir histórias sobre o Templo. Os judeus de todos os lugares têm orgulho da sua beleza. Um grande rabino descreve-o como “a luz do mundo”. Mesmo a mais eloquente linguagem, porém, é incapaz de prevenir os peregrinos daquela visão.
O grupo é recebido por um sacerdote idoso que gosta de falar sobre o Templo, “O rei Herodes dobrou o tamanho do monte do Templo”, explica ele. “Ele queria que o Templo fosse como era nos dias de Salomão. Aumentou a sua altura dos 60 covados especificados por Ciro, para 100 covados. (1) Acrescentou quartos ao redor e acima do santuário, assim como pátios e prédios para os gentios. Ele usou dez mil pedreiros e carpinteiros. Herodes queria que o judaísmo fosse a religião mundial. Quando o Messias vier, não dominaremos o mundo?
Acompanhe-me: deste ponto podemos ver o local onde é queimado incenso todos os dias, o lugar santo.” “O Templo é tão alto!”, exclamou o mancebo à Sua mãe. “E olhe os pilares! E aquela é a vinha dourada da qual a mãe me falou?”
“Sim”, interrompe o sacerdote. “Cada cacho de uva é do tamanho de um homem. Foi um presente do rei Herodes, mas pessoas de todo o império contribuíram com uma folha ou uva. Olha com mais atenção. Talvez consigas ver o santo véu. Ele tem 40 covados de comprimento e 20 covados de largura. Na realidade, são dois véus com um covado de distância entre si. No Dia da Expiação, o sumo sacerdote atravessa o primeiro, passa por entre os véus para o outro lado, e só então chega ao lugar santíssimo.
Todos os anos são feitos novos véus por 82 virgens, cuidadosamente escolhidas para a tarefa. São necessários trezentos sacerdotes para os levantar!”
“Olhem!”, grita um peregrino. “Aquele é o altar? É enorme!” (2)
“É verdade!”, diz o sacerdote. “Desse modo, todos podem ver os sacrifícios. E observar as piras. Duas queimam constantemente e quatro em dias especiais.” Pessoas de todas as direcções estão a convergir para os amplos degraus diante dos portões gêmeos, na parte baixa do muro sul.
“É o sacrifício da manhã”, diz Maria. “Devemos apressar-nos!”
Entram pelo portão da direita, sobem através de um túnel iluminado e lindamente decorado, e chegam ao monte do Templo.
Enquanto os fiéis judeus se apinham em direção ao Templo, os visitantes gentios seguem em direção à Stoa Real. Há ali um muro baixo, o soreg, circundando o pátio interior. Placas, em três idiomas, avisam os não judeus a não entrarem, “sob pena de morte”.
Quando chegam ao Pórtico de Salomão, a família vai para a tesouraria, também conhecida como Pátio das Mulheres. Ao entrar no vasto recinto, podem ver o coral de levitas, acompanhado por uma orquestra arrumada em 15 degraus semicirculares. De uma torre do Templo, homens com trompetes de prata chamam os adoradores para celebrar o sacrifício da manhã. O coral e orquestra apresentam o Salmo escolhido para o primeiro dia. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem.” (Sal. 24:1).
No pátio, há galerias elevadas em três lados, para as mulheres, revestidas com caixas em forma de trompete. Os homens permanecem no piso térreo. Através de um lindo portão, eles entram no Pátio dos Israelitas, onde os cordeiros são sacrificados como ofertas pelo pecado. Com a mão do pai sobre os Seus ombros, o adolescente observa o sangue do cordeiro ser recebido numa bacia e entregue ao sacerdote. Uma fila de sacerdotes descalços passa para a frente as bacias com sangue, trocando as cheias pelas vazias, que retornam para o sacrifício seguinte. Quando o sacerdote mais próximo ao altar recebe a oferta e o lança sobre ele, uma trompete soa. O jovem chora. Será que reconhece ser Ele mesmo o Cordeiro de Deus?
Ali está a grande bacia, apoiada por doze touros enormes. Os sacerdotes necessitam de água para lavar o sangue que lhes salpica as mãos e também o pátio. A bacia é cheia, todos os dias, com água abundante, que chega ali pelo magnífico aqueduto romano.
O sacerdote, que presidirá ao altar de incenso apenas uma vez na vida, sobe os dez degraus até ao Templo e solemente acende o incensário. “As orações do povo de Deus”, sussurra José. O menino surpreende-Se com a entrada de vinte metros de altura do lugar sagrado. Ele examina tudo. Textos das Escrituras passam pela Sua mente.
Ele fica a saber que os sacerdotes e rabis se reúnem no terraço do Templo para falar sobre as Escrituras. Os fariseus desafiam o conhecimento dos saduceus. Unindo-se a eles, o jovem ouve com atenção e faz perguntas; algumas delas exigem séria reflexão e até pesquisa.
Logo após o sacrifício da tarde, um grupo de sacerdotes, com as mãos levantadas pronunciam a antiga bênção: “O Senhor sobre ti levante o Seu rosto…” (Núm. 6.24-26).
No Sábado Pascal, há milhares de pessoas no monte do Templo. Os trompetistas anunciam o sábado, o coral canta o povo adora.
Assim, por uma semana emocionante, a família de Nazaré desfruta da majestade e da inspiração do santo Templo.
Tantas coisa para ver e ouvir! A ceia pascal é celebrada com os parentes em Emaús; então voltam ao monte do Templo, onde milhares de pessoas enchem os pátios e a Stoa Real. Eles ouvem ouvem muitos idiomas entrageiros. Quando sentem fome, compram tâmaras e pão nas lojas do lado de fora dos muros com a moeda do Templo. Jesus, procura ficar sózinho, aparta-Se dos Seus pais e permanece nos pátios do Templo.
Termina a Páscoa e os peregrinos voltam para casa. José e Maria esperam que o filho Se encontre com eles ao cair da noite. Mas Ele não está entre o grupo de Nazaré. Preocupados, voltam rapidamente a Jerusalém. Eles procuram-n´O durante três dias no monte do Templo. Finalmente, encontram-n´O rodeado pelos mestres! Ele está envolvido numa discussão teológica!
Com lágrimas de alegria Maria grita: “Filho! Como pudeste fazer isto connosco? Estamos à Tua procura há três dias!”
“Porque Me procurais?” disse o jovem, levantando-Se. “Não sabem que preciso tratar dos negócios de Meu Pai?” Os Seus pais ficam confusos, mas Maria nunca mais se esqueceu dessa resposta. Jesus sabe que realmente é o “Filho da lei” e que ainda há muito a ser feito nos “negócios do Seu Pai”.

Notas:(1) Estudiosos consideram o côvado entre 45-52 centímetros.
(2) Aproximadamente 15X15 metros e 7,3 metros de altura.
• Todos os textos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Autor: Pr. Oliver Jacques (reformado, mora em Fallbrook, Califórnia, E.U.A. Serviu como pastor, evangelista, missionário e administrador/presidente de União IASD.