Foi comunicada a Moisés, enquanto se achava no monte com
Deus, esta ordem: “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxodo
25:8), e foram dadas instruções completas para a construção do tabernáculo. Em
virtude de sua apostasia, os israelitas ficaram despojados da bênção da
presença divina, e por algum tempo impossibilitaram a ereção de um santuário
para Deus, entre eles. Mas, depois de novamente haverem sido recebidos no favor
do Céu, o grande chefe procedeu à execução do mando divino. {CS 25.1}
Homens escolhidos foram especialmente dotados por Deus de
habilidade e sabedoria para a construção do sagrado edifício. O próprio Deus
deu a Moisés o plano daquela estrutura, com instruções específicas quanto ao
seu tamanho e forma, materiais a serem empregados, e cada peça que fazia parte
do aparelhamento que deveria a mesma conter. Os lugares santos, feitos a mão,
deveriam ser “figura do verdadeiro”, “figuras das coisas que estão no Céu”
(Hebreus 9:24, 23) — uma representação em miniatura do templo celestial, onde
Cristo, nosso grande Sumo-Sacerdote, depois de oferecer Sua vida em sacrifício,
ministraria em prol do pecador. Deus expôs perante Moisés, no monte, um aspecto
do santuário celestial, e mandou-lhe fazer todas as coisas de acordo com o
modelo a ele mostrado. Todas estas instruções foram cuidadosamente registradas
por Moisés, que as comunicou aos chefes do povo. {CS 25.2}
Para a edificação do santuário, grandes e dispendiosos
preparativos eram necessários; grande quantidade dos materiais mais preciosos e
caros era exigida; todavia o Senhor apenas aceitava ofertas voluntárias. “De
todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a Minha
oferta” (Êxodo 25:2), foi a ordem divina repetida por Moisés à congregação. A
devoção a Deus e o espírito de sacrifício eram os primeiros requisitos ao
preparar-se uma morada para o Altíssimo. {CS 26.1}
Todo o povo correspondeu unanimemente. “E veio todo o homem,
a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o
excitou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da
congregação, e para todo o seu serviço, e para os vestidos santos. E assim
vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração: trouxeram fivelas, e
pendentes, e anéis, e braceletes, todo o vaso de ouro; e todo o homem oferecia
oferta de ouro ao Senhor.” Êxodo 35:21, 22. {CS 26.2}
“E todo o homem que se achou com azul, e púrpura, e
carmesim, e linho fino, e pêlos de cabra, e peles de carneiro tintas de
vermelho, e peles de texugos, os trazia; todo aquele que oferecia oferta alçada
de prata ou de metal, a trazia por oferta alçada ao Senhor: e todo aquele que
se achava com madeira de setim, a trazia para toda a obra do serviço. {CS 26.3}
“E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as suas
mãos, e traziam o fiado, o azul e a púrpura, o carmesim, e o linho fino. E
todas as mulheres, cujo coração as moveu em sabedoria, fiavam os pêlos das
cabras. E os príncipes traziam pedras sardónicas, e pedras de engastes para o
éfode e para o peitoral, e especiarias, e azeite para a luminária, e para o
óleo da unção, e para o incenso aromático.” Êxodo 35:23-28. {CS 26.4}
Enquanto a construção do santuário estava em andamento, o
povo, velhos e jovens — homens, mulheres e crianças — continuou a trazer suas
ofertas até que aqueles que tinham a seu cargo o trabalho acharam que tinham o
suficiente, e mesmo mais do que se poderia usar. E Moisés fez com que se
proclamasse por todo o acampamento: “Nenhum homem nem mulher faça mais obra
alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer
mais.” Êxodo 36:6. As murmurações dos israelitas e as visitações dos juízos de
Deus por causa de seus pecados, estão registradas como advertência às gerações
posteriores. E sua devoção, zelo e liberalidade, são um exemplo digno de
imitação. Todos os que amam o culto a Deus, e prezam as bênçãos de Sua santa
presença, manifestarão o mesmo espírito de sacrifício ao preparar-se uma casa
onde Ele possa encontrar-Se com eles. Desejarão trazer ao Senhor uma oferta do
melhor que possuem. Uma casa construída para Deus não deve ser deixada em
dívida, pois desta maneira Ele é desonrado. Uma porção suficiente para realizar
o trabalho deve ser dada livremente, a fim de que os operários digam: ... “Não
tragais mais ofertas.” {CS 26.5}
O tabernáculo e sua
construção
O tabernáculo foi construído de tal maneira que podia ser
todo desmontado e levado com os israelitas em todas as suas jornadas. Era,
portanto, pequeno, não tendo mais de vinte metros de comprimento, e seis de
largura e altura. Contudo, era uma estrutura magnificente. A madeira empregada
para a edificação e seu aparelhamento era a acácia, menos sujeita a arruinar-se
do que qualquer outra que se podia obter no Sinai. As paredes consistiam em
tábuas verticais colocadas em encaixes de prata, e mantidas firmemente por
colunas e barras que as ligavam; e todas estavam cobertas de ouro, dando ao
edifício a aparência de ouro maciço. O teto era formado de quatro jogos de
cortinas sendo a mais interior de “linho fino torcido, e azul, púrpura, e
carmesim; com querubins as farás de obra esmerada” (Êxodo 26:1); as outras três
eram respectivamente de pêlo de cabras, pele de carneiro tingida de vermelho, e
pele de texugo, dispostas de tal maneira que proporcionassem proteção completa.
{CS 27.1}
O edifício era dividido em dois compartimentos por uma rica
e linda cortina, ou véu, suspensa de colunas chapeadas de ouro; e um véu
semelhante fechava a entrada ao primeiro compartimento. Estes véus, como a
cobertura interior que formava o teto, eram das mais belas cores, azul, púrpura
e escarlata, lindamente dispostas, ao mesmo tempo que trabalhados a fios de
ouro e prata havia neles querubins para representarem a hoste angélica, que se
acha em conexão com o trabalho do santuário celestial, e são espíritos
ministradores ao povo de Deus na Terra. {CS 27.2}
A tenda sagrada ficava encerrada em um espaço descoberto
chamado o pátio, que estava rodeado de cortinas ou anteparos, de linho fino,
suspensos de colunas de cobre. A entrada para este recinto ficava na
extremidade oriental. Era fechado com cortinas de custoso material e bela
confecção, se bem que inferiores às do santuário. Sendo os anteparos do pátio
apenas da metade da altura das paredes do tabernáculo aproximadamente, o
edifício podia ser perfeitamente visto pelo povo do lado de fora. No pátio, e
bem perto da entrada, achava-se o altar de cobre para as ofertas queimadas, ou
holocaustos. Sobre este altar eram consumidos todos os sacrifícios feitos com
fogo ao Senhor, e os seus cornos eram aspergidos com o sangue expiatório. Entre
o altar e a porta do tabernáculo, estava o lavadouro, que também era de cobre,
feito dos espelhos que tinham sido ofertas voluntárias das mulheres de Israel.
No lavadouro os sacerdotes deveriam lavar as mãos e os pés sempre que entravam
nos compartimentos sagrados ou se aproximavam do altar para oferecerem uma
oferta queimada ao Senhor. {CS 27.3}
No primeiro compartimento, ou lugar santo, estavam a mesa
dos pães da proposição, o castiçal ou candelabro, e o altar de incenso. A mesa
com os pães da proposição ficava do lado do norte. Com a sua coroa ornamental,
era ele coberto de ouro puro. Sobre esta mesa os sacerdotes deviam cada sábado
colocar doze pães, dispostos em duas colunas, e aspergidos com incenso. Os pães
que eram removidos, sendo considerados santos, deviam ser comidos pelos
sacerdotes. Do lado do sul estava o castiçal de sete ramos, com as suas sete
lâmpadas. Seus ramos eram ornamentados com flores artisticamente trabalhadas,
semelhantes a lírios, e o todo era feito de uma peça de ouro maciço. Não
havendo janelas no tabernáculo, nunca ficavam apagadas todas as lâmpadas a um
tempo, mas espargiam a sua luz dia e noite. Precisamente diante do véu que
separava o lugar santo do santíssimo e da presença imediata de Deus, achava-se
o áureo altar de incenso. Sobre este altar o sacerdote devia queimar incenso
todas as manhãs e tardes; seus cornos