Os escritos Judaicos ensinam que os casamentos são
“combinados” nos Céus. Diz o Talmud (no tratado Sotá 2a): “Quarenta dias antes
da concepção é decretado nos Céus que a filha desta pessoa está prometida ao
filho daquela outra”.
Fonte: Revista
Morashá Edição 29 – Junho de 2000
Mas não podemos esquecer do livre arbítrio. Por isso, apesar
de Deus estar envolvido na união de cada par, a decisão final cabe ao
indivíduo, já que cada um de nós pode interferir no seu próprio destino.
O próprio
Todo-Poderoso, ao criar o homem, percebeu a necessidade deste ter um
companheiro fiel que o acompanhasse ao longo da vida. “E disse o Eterno: “Não é
bom que o homem esteja só” (Génese 2:18). E Deus criou Eva a partir da costela
de Adão, assim ordenando: “E é por isso que o homem deixará o seu pai
e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Génese 2:24).
e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Génese 2:24).
Moisés diz que Adão estava só porque não havia alguém a quem
ele pudesse se “dar”. Com a criação de Eva, as coisas mudaram. Alguém precisava
dele e do seu amor, assim como ele precisava do dela. A palavra hebraica para
amor – ahavá – vem da raiz hav, que significa dar, o que já indica quão
importante é saber “doar-se” ao “bechirat libó”, o eleito de seu coração.
O casamento não é uma instituição criada pelos homens, mas
sim um mandamento divino. O homem e a mulher foram criados como uma entidade
única, por isso o seu estado natural é a união e, ao se unirem, realizam
plenamente “a imagem de Deus”. A Torá afirma: “Deus criou o homem à sua imagem.
Na imagem de Deus, Ele os criou, homem e mulher. Ele os criou e os abençoou e
lhes disse: “Sejam fecundos, multipliquem-se” (Génese 1:27).
Numa primeira análise, o Shir Hashirim, Cântico dos
Cânticos, um dos mais belos livros da Bíblia, de autoria do rei Salomão, parece
ser uma canção de amor entre um homem e uma mulher. No entanto, ao ser analisada
mais cuidadosamente, a obra pode ser considerada uma alegoria do amor entre Deus
e o povo de Israel. O fato de o rei Salomão ter utilizado o amor entre homem e
mulher como alegoria mostra o quão poderoso e sagrado deve ser o amor – pois
sagrada e indissolúvel é a união entre Deus e Israel.
A união e o amor entre os cônjuges são descritos com
insistência nas biografias dos patriarcas (Abraão e Sara, Isaac e Rebeca, Jacó
e Lea e, mais tarde, Jacó e Raquel. Estes dois últimos vivem uma das mais bonitas
histórias de amor em toda a literatura, uma relação repleta de devoção e
ternura.
Com Isaac e Rebeca o texto bíblico relata o primeiro
casamento conhecido na história da humanidade. Descreve Rebeca entrando na
tenda de Sara, a falecida mãe do seu futuro marido. O Midrash indica que os
milagres que se realizavam através de Sara e que haviam cessado com a sua morte
reaparecem através de Rebeca.
O matrimónio.
O matrimónio recebe o nome hebraico de kidushin
(consagração, santificação ou dedicação), pois o casamento é uma ocasião
sagrada no judaísmo. É um mandamento divino, a criação de um laço sagrado. O
casamento entre dois judeus é visto como o início de uma nova vida para ambos.
O casal passa a ter uma relação exclusiva, e isto implica numa dedicação total
entre o noivo e a noiva para que possam tornar-se o que Deus pretende “…e eles serão uma só carne” (Génese 2:24).
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