Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor
está neste lugar, e eu não o sabia. E temeu e disse: Quão terrível é este
lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos Céus. Gén.
28:16 e 17.
A verdadeira reverência a Deus é inspirada pelo senso de Sua
infinita grandeza e a noção de Sua presença. Com este senso do invisível, todo
coração deve sentir-se profundamente impressionado. A ocasião e o lugar de
oração são sagrados, porque Deus está ali. E ao ser a reverência manifestada em
atitude e comportamento, o sentimento que a inspira será aprofundado.
"Santo e tremendo é o Seu nome" (Sal. 111:9), declara o salmista. Os
anjos, quando pronunciam este nome cobrem o rosto. Com que reverência, então,
não devemos nós, que somos pecadores e caídos, tomá-lo em nossos lábios!
Bem fariam velhos e jovens em ponderar as palavras das
Escrituras que mostram como deve ser considerado o lugar assinalado pela
especial presença de Deus. "Tira os teus sapatos", ordenou Ele a
Moisés junto à sarça ardente, "porque o lugar em que tu estás é terra
santa." Êxo. 3:5. Profetas e Reis, págs. 48 e 49.
Deus é altíssimo e santo; e, para a humilde alma crente, Sua
casa na Terra, o lugar em que Seu povo se reúne para adorá-Lo, é a porta do
Céu. O cântico de louvor, as palavras proferidas pelos ministros de Cristo, são
instrumentos designados por Deus para preparar um povo para a igreja de cima,
para aquele mais elevado culto de adoração em que nada do que é impuro ou não
santificado poderá ter parte. ...
Deus vê todo pensamento ou ato irreverente, o qual é
registrado nos livros do Céu. Ele nos diz: "Eu conheço as tuas
obras." Apoc. 2:19. Nada está escondido perante Seus olhos pesquisadores.
Se houverdes formado em qualquer grau o hábito de desatenção e indiferença na
casa de Deus, exercitai as faculdades que tendes para o corrigir, e mostrai que
sabeis respeitar-vos a vós mesmos. Praticai a reverência até que ela se torne
parte de vós mesmos. Mensagens aos Jovens, pág. 265.
Guardar Silêncio Diante DEle
Mas o Senhor está no Seu santo templo; cale-se diante dEle
toda a Terra. Hab. 2:20.
Da santidade atribuída ao santuário terrestre, os cristãos
devem aprender como considerar o lugar onde o Senhor Se propõe encontrar-Se com
Seu povo. Houve uma grande mudança, não para melhor mas para pior, nos hábitos
e costumes do povo com relação ao culto religioso. As coisas sagradas e
preciosas, destinadas a prender-nos a Deus, estão quase perdendo sua influência
sobre nosso espírito e coração, sendo rebaixadas ao nível das coisas comuns. A
reverência que o povo antigamente revelava para com o santuário onde se
encontrava com Deus, em serviço santo, quase deixou de existir completamente.
Entretanto, Deus mesmo deu as instruções para Seu culto, elevando-o acima de
tudo quanto é terreno.
A casa é o santuário da família; e o aposento ou a floresta
o lugar mais recôndito para o culto individual; mas a igreja é o santuário da
congregação. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 193.
Em nome de Jesus podemos ir perante Ele com confiança; não
devemos, porém, aproximar-nos dEle com uma ousadia presunçosa, como se Ele
estivesse no mesmo nível que nós outros. Há os que se dirigem ao grande,
Todo-poderoso e santo Deus, que habita na luz inacessível, como se se
dirigissem a um igual, ou mesmo inferior. Há os que se portam em Sua casa
conforme não imaginariam fazer na sala de audiência de um governador terrestre.
Tais devem lembrar-se de que se acham à vista dAquele a quem serafins adoram,
perante quem os anjos cobrem o rosto. Patriarcas e Profetas, pág. 252.
Mas os que se reúnem para adorá-Lo devem afastar de si toda
coisa má. A menos que O adorem em espírito e em verdade e na beleza da Sua
santidade, seu ajuntamento será de nenhum valor. Profetas e Reis, pág. 50.
É vosso privilégio, queridos amigos jovens, glorificar a
Deus na Terra. Para assim fazer, cumpre-vos desviar a mente das coisas
superficiais, frívolas e sem importância, para as que são de valor eterno.
Mensagens aos Jovens, pág. 265.
Purificado do Pecado
Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou
um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os
meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Isa. 6:5.
Quando o profeta Isaías contemplou a glória do Senhor, ficou
assombrado, e, esmagado pelo senso da própria fraqueza e desvalia, clamou:
"Ai de mim! ..."
Isaías denunciara pecados de outros; agora, porém, vê-se a
si mesmo exposto à mesma condenação que pronunciara sobre eles. Satisfizera-se
com cerimônias frias e sem vida em seu culto a Deus. Não soubera disto até que
o Senhor lhe dera a visão. Quão pequenos lhe parecem agora sua sabedoria e
talentos à medida que considera a santidade e majestade do santuário. Sua visão
de si mesmo pode ser expressa na linguagem do apóstolo Paulo: "Miserável
homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?" Rom. 7:24.
"Mas um dos serafins voou para mim trazendo na sua mão
uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz. E com ela tocou a minha
boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi
tirada, e purificado o teu pecado." Isa. 6:6 e 7.
"Mas um dos serafins voou para mim trazendo na sua mão
uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com ela tocou a minha
boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi
tirada, e purificado o teu pecado." Isa. 6:6 e 7.
A visão dada a Isaías representa a condição do povo de Deus
nos últimos dias. Têm o privilégio de ver pela fé a obra que está sendo levada
no santuário celestial. ... À medida que olham pela fé no interior do lugar
santíssimo, e vêem a obra de Cristo no santuário celestial, percebem que são um
povo de impuros lábios - um povo cujos lábios muitas vezes falaram vaidades, e
cujos talentos não foram santificados e empregados para a glória de Deus. Bem
podem desesperar ao contrastarem sua fraqueza e indignidade com a pureza e
encanto do glorioso caráter de Cristo. Se, porém, como Isaías, receberem a viva
impressão que Deus deseja produzir no coração, se se humilharem diante de Deus,
há esperança para eles. O arco da promessa está acima do trono, e a obra dada a
Isaías será executada neles. SDA Bible Commentary, vol. 4, págs. 1.138 e 1.139.
O Espírito Santo no Templo da Alma
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de
Deus habita em vós? I Cor. 3:16.
Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os
seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um
templo para morada do Criador. Devido ao pecado, a humanidade cessou de ser o
templo de Deus. Obscurecido e contaminado pelo pecado, o coração do homem não
mais revelava a glória da Divindade. Pela encarnação do Filho de Deus, porém,
cumpriu-se o desígnio do Céu. Deus habita na humanidade, e mediante a salvadora
graça, o coração humano se torna novamente um templo.
O Senhor tinha em vista que o templo de Jerusalém fosse um
testemunho contínuo do elevado destino franqueado a toda alma. Os judeus, no
entanto, não haviam compreendido a significação do edifício de que tanto se
orgulhavam. Não se entregavam como templos santos para o divino Espírito. Os
pátios do templo de Jerusalém, cheios do tumulto de um tráfico profano,
representavam com exatidão o templo da alma. ... Purificando o templo dos
compradores e vendilhões mundanos, Jesus anunciou Sua missão de limpar a alma
da contaminação do pecado - dos desejos terrenos, das ambições egoístas, dos
maus hábitos que a corrompem. ...
Homem algum pode de si mesmo expulsar a turba má que tomou
posse do coração. Unicamente Cristo pode purificar o templo da alma. Não
forçará, porém, a entrada. Não vem ao templo do coração como ao de outrora; mas
diz: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir
a porta, entrarei em sua casa." Apoc. 3:20. Ele virá, não somente por um
dia; pois diz: "Neles habitarei, e entre eles andarei: ... e eles serão o
Meu povo." II Cor. 6:16. Sua presença purificará e santificará a alma, de
maneira que ela seja um santo templo para o Senhor, e uma "morada de Deus
em Espírito". Efés. 2:21 e 22. O Desejado de Todas as Nações, pág. 161.
O Senhor está mais disposto a dar o Espírito Santo àqueles
que O servem do que os pais a dar boas dádivas a seus filhos. Atos dos
Apóstolos, pág. 50.
O Desígnio do Santuário
E Me farão um santuário, e habitarei no meio dEles. Êxo.
25:8.
"Habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei
por Deus", "para que por Minha glória sejam santificados" (Êxo.
29:45 e 43), foi a segurança dada a Moisés. Patriarcas e Profetas, pág. 314.
Na construção do santuário como a morada de Deus, Moisés foi
instruído a fazer tudo segundo o modelo das coisas no Céu. Deus o chamou ao
monte e revelou-lhe as coisas celestiais; e o tabernáculo foi, em todos os seus
pertences, modelado à semelhança delas.
Assim também revelou Ele o Seu glorioso ideal de caráter a
Israel, de que Ele desejava fazer Sua morada. A norma deste caráter foi-lhes
mostrada no monte, ao ser do Sinai dada a lei, e quando passou Deus diante de
Moisés e este proclamou: "Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso,
tardio em iras e grande em beneficência e verdade." Êxo. 34:6.
Mas por si mesmos eram eles incapazes de atingir este ideal.
Aquela revelação no Sinai apenas poderia impressioná-los com sua necessidade e
incapacidade. O tabernáculo, com os seus sacrifícios, deveria ensinar outra
lição - a lição do perdão do pecado e do poder de obediência para a vida,
mediante o Salvador.
Por meio de Cristo deveria cumprir-se o propósito de que era
um símbolo o tabernáculo - aquela construção gloriosa, com suas paredes de ouro
luzente refletindo em matizes do arco-íris as cortinas bordadas de querubins; o
aroma do incenso, sempre a queimar, a invadir tudo; os sacerdotes vestidos de
branco imaculado, e no profundo mistério do compartimento interior, acima do
propiciatório, entre as figuras de anjos prostrados em adoração, a glória do
Santíssimo. Em tudo Deus desejava que Seu povo lesse o Seu propósito para com o
ser humano. Era o mesmo propósito muito mais tarde apresentado pelo apóstolo
Paulo, falando pelo Espírito Santo:
"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o
Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o
destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo." I Cor. 3:16 e
17. Educação, págs. 35 e 36.
Um Templo Edificado com Sacrifício
Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada;
de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha
oferta alçada. Êxo. 25:2.
O próprio Deus deu a Moisés o plano daquela estrutura, com
instruções específicas quanto ao seu tamanho e forma, materiais a serem
empregados, e cada peça que fazia parte do aparelhamento que deveria a mesma
conter. Os lugares santos, feitos a mão, deveriam ser "figura do
verdadeiro", "figuras das coisas que estão no Céu" (Heb. 9:24 e
23) - uma representação em miniatura do templo celestial, onde Cristo, nosso
grande Sumo Sacerdote, depois de oferecer Sua vida em sacrifício, ministraria
em prol do pecador. ...
Para a edificação do santuário, grandes e dispendiosos
preparativos eram necessários; grande quantidade dos materiais mais preciosos e
caros era exigida; todavia o Senhor apenas aceitava ofertas voluntárias.
"De todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a
Minha oferta" (Êxo. 25:2), foi a ordem divina repetida por Moisés à
congregação. A devoção a Deus e o espírito de sacrifício eram os primeiros
requisitos ao preparar-se uma morada para o Altíssimo.
Todo o povo correspondeu unanimemente. "E veio todo o
homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente
o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da
congregação; e para todo o seu serviço, e para os vestidos santos. E assim
vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração: trouxeram fivelas, e
pendentes, e anéis, e braceletes, todo o vaso de ouro; e todo o homem oferecia
oferta de ouro ao Senhor." Êxo. 35:21 e 22. ...
O povo, velhos e jovens - homens, mulheres e crianças - continuou
a trazer suas ofertas até que aqueles que tinham a seu cargo o trabalho acharam
que tinham o suficiente, e mesmo mais do que se poderia usar. ...
Todos os que amam o culto a Deus, e prezam as bênçãos de Sua
santa presença, manifestarão o mesmo espírito de sacrifício ao preparar-se uma
casa onde Ele possa encontrar-Se com eles. Patriarcas e Profetas, págs. 343 e
344.
Se houve um tempo em que se devem fazer sacrifícios, é
agora. Testimonies, vol. 6, pág. 450.
Força e Formosura no Seu Santuário
Glória e majestade estão ante a Sua face; força e formosura,
no Seu santuário. Sal. 96:6.
Desde a criação e queda do homem até ao tempo presente, tem
havido um continuo desenrolar do plano de Deus para a redenção, por meio de
Cristo, à raça caída. O tabernáculo e templo de Deus na Terra tinham por modelo
o original no Céu. Em volta do santuário e suas cerimónias reuniam-se
misticamente as grandes verdades que se deviam desenvolver através de
sucessivas gerações. Não houve nenhum tempo em que Deus manifestara maiores
evidências de Sua grandeza e exaltada majestade, do que quando era o
reconhecido governador de Israel. As manifestações de um Rei invisível eram
grandes e indescritivelmente terríveis. Um cetro era empunhado, porém não era
seguro por mão humana alguma. A arca sagrada, coberta pelo propiciatório, e
contendo a santa lei de Deus, era o símbolo do próprio Jeová. Era o poder dos
israelitas para triunfar nas batalhas. Diante dela ídolos eram derrubados, e
por olharem imprudentemente dentro dela milhares pereciam. Nunca em nosso mundo
dera o Senhor tão abertas manifestações de Sua supremacia como quando
unicamente Ele era o reconhecido Rei de Israel. Review and Herald, 2 de março
de 1886.
A lei de Deus, encerrada na arca, era a grande regra de
justiça e juízo. Aquela lei sentenciava a morte ao transgressor; mas acima da
lei estava o propiciatório, sobre o qual se revelava a presença de Deus, e do
qual, em virtude da obra expiatória, se concedia o perdão ao pecador
arrependido. Assim na obra de Cristo pela nossa redenção simbolizada pelo
ritual do santuário, "a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça
e a paz se beijaram". Sal. 85:10. Patriarcas e Profetas, pág. 349.
Embora nos regozijemos hoje por nosso Senhor ter vindo,
pelos sacrifícios que na anterior dispensação tiveram lugar como perfeita
oferta pelo pecado, não somos desculpados em demonstrar desprezo por aquele
período. ... O de que se precisa agora é esclarecimento divino, e um
conhecimento mais inteligente do maravilhoso trato de Deus com Seu povo na antiguidade.
Review and Herald, 2 de março de 1886.
Redentor, Sacerdote e Rei
Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente,
imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os Céus. Heb. 7:26.
Por determinação divina a tribo de Levi foi separada para o
serviço do santuário. Nos tempos primitivos cada homem era o sacerdote de sua
própria casa. Nos dias de Abraão, o sacerdócio era considerado direito de
primogenitura do filho mais velho. Agora, em lugar dos primogénitos de todo o
Israel, o Senhor aceitou a tribo de Levi para a obra do santuário. ... O
sacerdócio, todavia, ficou restrito à família de Arão. A este e seus filhos,
somente, permitia-se ministrar perante o Senhor; o resto da tribo estava
encarregada do cuidado do tabernáculo. ...
De acordo com as suas funções, foi indicada ao sacerdote uma
veste especial. "Farás vestidos santos a Arão teu irmão, para glória e
ornamento" (Êxo. 28:2) - foi a instrução divina a Moisés. ...
Todas as coisas ligadas ao vestuário e conduta dos
sacerdotes deviam ser de molde a impressionar aquele que as via, dando-lhe uma
intuição da santidade de Deus, santidade de Seu culto, e pureza exigida
daqueles que iam à Sua presença.
Não somente o santuário em si mesmo, mas o ministério dos
sacerdotes, deviam servir "de exemplar e sombra das coisas
celestiais". Heb. 8:5. Patriarcas e Profetas, págs. 350-352.
o povo era ensinado cada dia, por meio de símbolos e
sombras, a respeito das grandes verdades relativas ao advento de Cristo como
Redentor, Sacerdote e Rei; e uma vez em cada ano tinham a mente voltada para os
eventos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, a purificação final
do Universo do pecado e pecadores. Os sacrifícios e ofertas do ritual mosaico deviam
sempre apontar para uma adoração melhor, celestial mesmo. Profetas e Reis,
págs. 684 e 685.
Os méritos de Seu sacrifício são suficientes para serem
apresentados ao Pai em nosso favor. Caminho a Cristo, pág. 36.
Devemos ter livre acesso ao sangue expiatório de Cristo.
Precisamos considerar isto como o mais sagrado privilégio, a maior bênção
jamais concedida ao homem pecador. SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.111.
Diária Consagração a Deus
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o
vosso culto racional. Rom. 12:1.
O ministério no santuário consistia em duas partes: um
serviço diário e outro anual. O cerimonial diário era efetuado no altar dos
holocaustos, no pátio do tabernáculo, bem como no lugar santo; ao passo que o
rito anual o era no lugar santíssimo. ...
O culto cotidiano consistia no holocausto da manhã e da
tarde, na oferta de incenso suave no altar de ouro, e nas ofertas especiais
pelos pecados individuais. E também havia ofertas para os sábados, luas novas e
solenidades especiais.
Toda manhã e tarde, um cordeiro de um ano era queimado sobre
o altar, com sua apropriada oferta de manjares, simbolizando assim a
consagração diária da nação a Jeová, e sua constante necessidade do sangue
expiatório de Cristo. Deus ordenara expressamente que toda oferta apresentada
para o ritual do santuário fosse "sem mácula". Êxo. 12:5. ... Apenas
uma oferta "sem mácula" poderia ser um símbolo da perfeita pureza d´Aquele
que Se ofereceria como "um cordeiro imaculado e incontaminado". I
Ped. 1:19. O apóstolo Paulo aponta para esses sacrifícios como uma ilustração
do que os seguidores de Cristo devem tornar-se. Diz ele: "Rogo-vos pois,
irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." Rom. 12:1.
...
As horas designadas para o sacrifício da manhã e da tardinha
eram consideradas sagradas, e, por toda a nação judaica, vieram a ser
observadas como um tempo reservado para a adoração. ... Neste costume têm os
cristãos um exemplo para a oração da manhã e da noite. Conquanto Deus condene
um mero ciclo de cerimônias, sem o espírito de adoração, olha com grande prazer
àqueles que O amam, prostrando-se de manhã e à noite, a fim de buscar o perdão
dos pecados cometidos e apresentar seus pedidos de bênçãos necessitadas.
Patriarcas e Profetas, págs. 352-354.
O Incenso da Justiça
E andai em amor, como também Cristo vos amou e Se entregou a
Si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Efés. 5:2.
Os pães da proposição eram conservados sempre perante o
Senhor como uma oferta perpétua. Assim, era isto uma parte do sacrifício
cotidiano. Era chamado o pão da proposição, ou "pão da presença",
porque estava sempre diante da face do Senhor. Êxo. 25:30. Era um
reconhecimento de que o homem depende de Deus, tanto para o pão temporal como o
espiritual, e de que este é recebido apenas pela mediação de Cristo. ... Tanto
o maná como o pão da proposição apontavam para Cristo, o pão vivo, que sempre
está na presença de Deus por nós. Patriarcas e Profetas, pág. 354.
Na oferta do incenso o sacerdote era levado mais diretamente
à presença de Deus do que em qualquer outro ato do ministério diário. Como o
véu interno do santuário não se estendia até ao alto do edifício, a glória de
Deus, manifestada por cima do propiciatório, era parcialmente visível no
primeiro compartimento. Quando o sacerdote oferecia incenso perante o Senhor,
olhava em direção à arca; e, subindo a nuvem de incenso, a glória divina descia
sobre o propiciatório e enchia o lugar santíssimo, e muitas vezes ambos os
compartimentos, de tal maneira que o sacerdote era obrigado a afastar-se para a
porta do santuário. Como naquele cerimonial típico o sacerdote olhava pela fé
ao propiciatório que não podia ver, assim o povo de Deus deve hoje dirigir suas
orações a Cristo, seu grande Sumo Sacerdote que, invisível aos olhares humanos,
pleiteia em seu favor no santuário celestial.
O incenso que subia com as orações de Israel, representa os
méritos e intercessão de Cristo. Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída
ao Seu povo, e que unicamente pode tornar aceitável a Deus o culto de seres
pecadores. Diante do véu do lugar santíssimo, estava um altar de intercessão
perpétua; diante do lugar santo, um altar de expiação contínua. Pelo sangue e
pelo incenso deveriam aproximar-se de Deus - símbolos aqueles que apontam para
o grande Mediador, por intermédio de quem os pecadores podem aproximar-se de
Jeová, e por meio de quem unicamente, a misericórdia e a salvação podem ser
concedidas à alma arrependida e crente. Patriarcas e Profetas, pág. 353.
Cristo Morreu Pelo Homem
Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que
Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o
principal. I Tim. 1:15.
A parte mais importante do ministério diário era a oferta
efetuada em prol do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta à
porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava
seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o sacrifício
inocente. Pela sua própria mão era então morto o animal, e o sangue era levado
pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do qual estava a
arca que continha a lei que o pecador transgredira. Por esta cerimónia,
mediante o sangue, o pecado era figuradamente transferido para o santuário.
Nalguns casos o sangue não era levado ao lugar santo; mas a carne deveria então
ser comida pelo sacerdote, conforme instruiu Moisés aos filhos de Arão,
dizendo: "O Senhor a deu a vós, para que levásseis a iniquidade da
congregação." Lev. 10:17. Ambas as cerimónias simbolizavam semelhantemente
a transferência do pecado, do penitente para o santuário.
Tal era a obra que dia após dia continuava, durante o ano
todo. Os pecados de Israel, sendo assim transferidos para o santuário, ficavam
contaminados os lugares santos, e uma obra especial se tornava necessária para
sua remoção. Deus ordenara que se fizesse expiação por cada um dos
compartimentos sagrados, assim como pelo altar, para o purificar "das
imundícias dos filhos de Israel", e o santificar. Lev. 16:19.
Uma vez ao ano, no grande dia da expiação, o sacerdote
entrava no lugar santíssimo para a purificação do santuário. O cerimonial ali
efetuado completava o ciclo anual do ministério. Patriarcas e Profetas, págs.
354 e 355.
O santuário terrestre era "uma alegoria para o tempo
presente, em que se oferecem dons e sacrifícios"; seus dois lugares santos
eram "figura das coisas que estão no Céu" (Heb. 9:9 e 23); pois
Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote, é hoje "Ministro do santuário, e do
verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem". Heb. 8:2.
Profetas e Reis, pág. 685.
Ele Se apresenta na presença de Deus, ... pronto para
aceitar o arrependido e responder as orações de todo o Seu povo. Signs of the
Times, 22 de novembro de 1883.
O Sacrifício Voluntário de Jesus
Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito
de Mim: Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está
dentro do Meu coração. Sal. 40:7 e 8.
Ordenou-se outrora aos filhos de Israel que trouxessem uma
oferta por toda a congregação, a fim de purificá-la da contaminação cerimonial.
Esse sacrifício era uma bezerra ruiva, e representava o perfeito sacrifício que
deveria remir da poluição do pecado. Era esse um sacrifício ocasional, para
purificação de todos os que, por necessidade ou acidentalmente, haviam tocado
em cadáver. Todos os que entravam em contato com a morte de qualquer maneira,
eram considerados cerimonialmente impuros. Destinava-se isso a impressionar
profundamente o espírito dos hebreus com o fato de que a morte veio em consequência
do pecado, sendo, portanto, representação do pecado. Um novilho, uma arca, uma
serpente ardente, apontam com insistência para uma grande oferta - o sacrifício
de Cristo.
Essa bezerra devia ser ruiva, o que era símbolo de sangue.
Tinha de ser sem mancha nem defeito, e nunca ter estado sob o jugo. Aqui, de
novo, é representado Cristo. O Filho de Deus veio voluntariamente, para
realizar a obra da expiação. Não havia sobre Ele jugo obrigatório; pois era
independente e acima de toda a lei. Os anjos, como inteligentes mensageiros
divinos, achavam-se sob o jugo da obrigação, nenhum sacrifício pessoal deles
poderia expiar a culpa do homem caído. Cristo, unicamente, estava livre dos
reclamos da lei, para empreender a redenção da raça pecadora. ...
Jesus poderia ter ficado à destra do Pai, usando a coroa e
as vestes reais. Mas preferiu trocar as riquezas, honra e glória do Céu pela
pobreza da humanidade, e Sua posição de alto comando pelos horrores do Getsémani
e a humilhação e agonia do Calvário. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 481 e
482.
As mãos feridas, o lado traspassado, os pés cravejados,
pleiteiam pelo homem decaído, cuja redenção foi comprada com tão infinito
preço. O Grande Conflito, pág. 416. Oh! condescendência maravilhosa! Nem o
tempo nem os acontecimentos podem diminuir a eficácia do sacrifício expiatório.
Testimonies, vol. 4, pág. 124.
O Sangue Continuamente Aplicado
Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma
novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da
carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a
si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas,
para servirdes ao Deus vivo? Heb. 9:13 e 14.
A bezerra sacrifical era conduzida para fora do arraial, e
morta da maneira mais impressionante. Assim Cristo sofreu fora das portas de
Jerusalém, pois o Calvário achava-se fora dos muros da cidade. Isto se
destinava a mostrar que Cristo não morreu pelos hebreus somente, mas por toda a
humanidade. Ele proclama ao mundo caído que veio a fim de ser seu Redentor, e
insta com os homens a que aceitem a salvação que lhes oferece. Morta a bezerra
do modo mais solene, o sacerdote, trajando vestes puramente brancas, tomava nas
mãos o sangue quando jorrava do corpo da vítima, e lançava-o em direção do
templo sete vezes. ...
O corpo da bezerra era queimado e reduzido a cinzas, o que
significava um sacrifício amplo e completo. As cinzas eram então reunidas por
pessoa não contaminada pelo contato com morto, e colocadas num vaso que
continha água provinda de uma corrente. Essa pessoa limpa e pura tomava então
uma vara de cedro com pano de escarlate e um ramo de hissopo, e aspergia o
conteúdo do vaso sobre a tenda e o povo reunido. Esta cerimónia era repetida
várias vezes, ... e fazia-se como purificação do pecado.
Assim Cristo, em Sua própria justiça imaculada, depois de
derramar Seu sangue precioso, penetra no lugar santo para purificar o
santuário. E ali a corrente escarlate é empregada no serviço de reconciliar
Deus com o homem. Poderá haver quem considere esse sacrificar da bezerra como
cerimônia destituída de significado; mas era celebrada por ordem de Deus, e tem
profundo significado, que não perdeu sua aplicação ao tempo presente. ...
O sangue de Cristo é eficaz, mas precisa ser aplicado
continuamente. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 482 e 483.
Se, naqueles tempos, era necessário que o impuro se
purificasse pelo sangue aspergido, quão imprescindível para os que vivem nos
perigos dos últimos dias, expostos às tentações de Satanás, é terem diariamente
o sangue de Cristo aplicado ao seu coração! Testimonies, vol. 4, pág. 123.
No Compartimento Santo
Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu próprio
sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Heb.
9:12.
Na primavera do ano 31, Cristo foi crucificado. O Grande
Conflito, pág. 410.
Quando Cristo bradou na cruz: "Está consumado", o
véu do templo rasgou-se em duas partes. Este véu significava a nação judaica.
Era feito do mais caro material, de púrpura e ouro, e era de grandes dimensões.
No momento em que Cristo exalou o último suspiro, havia testemunhas no templo
que contemplaram o rasgar daquela peça forte e resistente, de alto a baixo por
mãos invisíveis. Esse ato significava para o universo celeste e para o mundo
corrompido pelo pecado, que se abriu à raça caída um novo e vivo caminho, que todas
as ofertas sacrificais terminaram na única e grande oferta do Filho de Deus.
SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1.109.
O tipo encontrara o antítipo por ocasião da morte do Filho
de Deus. ... Acha-se aberto o caminho para o santíssimo. Um novo, vivo caminho
está para todos preparado. Não mais necessita a pecadora, aflita humanidade
esperar a chegada do sumo sacerdote. Daí em diante, devia o Salvador oficiar
como Sacerdote e Advogado no Céu dos Céus. ... Agora têm fim todos os
sacrifícios e ofertas pelo pecado. O Filho de Deus veio, segundo a Sua palavra:
"Eis aqui venho (no princípio do Livro está escrito de Mim), para fazer, ó
Deus, a Tua vontade." Heb. 10:7. "Por Seu próprio sangue, entrou uma
vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção." Heb. 9:12. O
Desejado de Todas as Nações, pág. 757.
O Espírito Santo, que desceu no dia de Pentecoste, levou a
mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde Jesus havia
entrado com o Seu próprio sangue, a fim de derramar sobre os discípulos os
benefícios de Sua expiação. Primeiros Escritos, pág. 260.
Os olhos dos homens voltaram-se para o sacrifício verdadeiro
pelos pecados do mundo. O sacerdócio terrestre terminou; mas nós olhamos a
Jesus, o ministro do novo concerto. O Desejado de Todas as Nações, pág. 166.
O Irmão mais velho de nossa raça está junto ao trono eterno.
A Ciência do Bom Viver, pág. 71.
Fé pela qual eu Vivo, MM, 1959
E.G.White
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