A Última Mensagem Proféticas

Verso Principal
"Vi outro anjo voando pelo meio do Céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o Céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas" (Ap 14:6, 7).
A mensagem do juízo em Daniel 7 e 8 está relacionada diretamente com o cenário do grande conflito descrito em Apocalipse 12–14, onde encontramos as mensagens dos três anjos, que contêm os temas da criação, juízo e evangelho (Ap 14:6-12). Esse texto apresenta o urgente chamado final a fim de que as pessoas se preparem para a segunda vinda de Jesus.

A mensagem do primeiro anjo é realmente o "evangelho eterno", porque é a mesma verdade que os
apóstolos pregaram quando disseram que as pessoas deviam se converter dessas coisas vãs "ao Deus vivo, que fez o Céu, a Terra, o mar e tudo o que há neles" (At 14:15; compare com At 4:24). Realçando a importância da mensagem está o fato de que, no livro do Apocalipse, a palavra evangelho aparece somente nesse verso. Seja qual for a nossa pregação sobre os eventos finais, devemos assegurar que o "evangelho" esteja no centro dela.

Tempo de decepção
1. Leia Apocalipse 10. Qual é a mensagem do anjo com o livrinho? O que significa a expressão "é necessário que ainda profetizes"? Ap 10:11

A descrição do anjo lembra a representação de Cristo (Ap 1:13-16) e do divino "homem vestido de linho" na última visão de Daniel (Dn 10:5, 6; 12:5-7), sugerindo que eles são idênticos. Em Daniel 12:6, 7, Ele jurou por Aquele que vive eternamente quando mencionou a profecia dos três tempos e meio (1.260 anos). Essa é uma repetição da profecia crucial dada em Daniel 7:25, descrevendo que o povo de Deus enfrentaria terrível perseguição, outra verdade que se repete em Daniel 12:7.

O livro de Daniel devia ser selado até o tempo do fim. Então, ele seria aberto, e muitos obteriam conhecimento dele (Dn 12:4-9). Quando o período profetizado de 1.260 anos terminasse, chegaria o tempo de abrir o livro em busca de conhecimento adicional. Isso é simbolizado pelo livrinho aberto na mão do anjo de Apocalipse 10. A partir de então, as profecias de Daniel deviam ser mais bem compreendidas.

Ao mesmo tempo, Apocalipse 10 revela que a experiência não seria totalmente agradável. Conforme lhe foi ordenado, João comeu o livrinho, que foi doce em sua boca, mas amargo em seu estômago. João representa simbolicamente as pessoas que internalizaram o livro de Daniel. Cremos que essa descrição profética foi cumprida no movimento milerita, que surgiu na primeira metade do século 19, em meio ao grande interesse mundial nos eventos finais. Ela também descreve a amarga decepção daqueles que entenderam que as profecias de longa duração de Daniel se referiam ao seu tempo, mas não da forma que eles haviam pensado inicialmente. As "duas mil e trezentas tardes e manhãs" não anunciavam a volta de Cristo, mas o início da cena do grande julgamento de Daniel 7.

Logo após a amarga experiência, João foi instruído com as seguintes palavras: "É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis" (Ap 10:11). Isso está sendo cumprido enquanto os adventistas do sétimo dia pregam o "evangelho eterno" ao mundo.

Desapontamento não é estranho aos cristãos, especialmente quando eles erram na interpretação do significado dos acontecimentos. A experiência dos discípulos entre a morte de seu Mestre e Sua ressurreição foi decepcionante. Essa também foi a experiência dos mileritas em 1844. Como podemos lidar com as decepções sem perder a fé? A quais promessas bíblicas você pode se apegar em seus momentos de decepção?

Temam a Deus!
2. A mensagem do primeiro anjo nos ordena temer a Deus. O que isso significa? Sl 34:7-22

Temor pode ser compreendido de duas maneiras. Primeira, há um temor que se mostra pela reverência e respeito. Esse é o tipo de temor que o primeiro anjo quer trazer à nossa atenção. Os que temem a Deus são os verdadeiros cristãos (Ap 11:18). Temer a Deus significa honrá-Lo (Ap 14:7), louvá-Lo (Ap 19:5), obedecer-­Lhe (Ap 14:12) e glorificar Seu nome (Ap 15:4). O temor de Deus na mensagem do primeiro anjo também O reconhece como juiz e como Criador, e nos chama a adorá-Lo como tal.
Segunda, há um temor no sentido de ter medo de que, mais cedo ou mais tarde, Deus julgará o mundo. Para o infiel, a mensagem do juízo é uma mensagem de terror. Por isso costumamos dizer que as mensagens dos três anjos são a última advertência de Deus ao mundo. Inerente à própria noção de "advertência" existe algo a ser temido, e se lermos sobre o que os perdidos enfrentarão, veremos que eles realmente têm algo a temer.

Porém, enquanto a misericórdia está disponível, Deus sempre deseja levar o perdido ao arrependimento, e o temor de Deus pode ser um incentivo para começar a buscá-Lo (Ap 11:13). Embora em última análise um relacionamento salvífico com Deus esteja fundamentado no amor, às vezes as pessoas precisam de uma boa dose de medo para abrir os olhos. E se for necessária uma advertência para obter a atenção delas, por que não?

Sabemos que "Deus é amor", e nada revela mais esse amor do que a cruz. Sabemos, também, que Deus ama este mundo, e deve sofrer muito ao ver os efeitos do pecado. Um Deus de amor e justiça não ficará passivo para sempre, deixando que o mal fique impune. "Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb 10:31). Como podemos encontrar o equilíbrio na compreensão do amor de Deus por nós e Sua ira contra o mal que nos faz sofrer tanto?

A fúria das nações
3. Leia Apocalipse 14:7. Sobre qual juízo esse verso está falando?

O juízo proclamado nesse texto começa antes da vinda de Cristo, descrita em Apocalipse 14:14-20. Ele é, portanto, o mesmo que o juízo pré-advento de Daniel 7. Seu início, para o qual Daniel 8:14 estabelece o ano 1844, coincide com o fato de que as mensagens dos três anjos chamam as pessoas para adorar a Deus e se afastarem da besta e sua "imagem". Essa "imagem" passa a existir somente após os 42 meses proféticos, ou depois dos 1.260 dias (porque esses dois períodos são a mesma coisa), que terminaram em 1798 d.C. (Ap 13:3-5, 12-14).
Enquanto é transmitido o chamado final de Apocalipse 14:6-12, a porta da graça ainda está aberta, porque as pessoas ainda estão sendo chamadas a se afastar de Babilônia e adorar o Deus verdadeiro.

4. O que está incluído no juízo de Deus? Ap 11:17, 18
Deus reage à fúria das nações revelando Seu poder. Apocalipse 13 descreve essa ira, incitada pela fúria de Satanás (Ap 12:17). A partir da perspectiva dos cristãos oprimidos, que clamam continuamente pelo juízo divino (Ap 6:10), pode parecer que o julgamento esteja muito atrasado. No entanto, o juízo começa no momento indicado pela profecia, e o Dia da Expiação escatológico segue seu curso totalmente de acordo com o plano de Deus.

Apocalipse 11:17, 18 apresenta um breve esboço do juízo de Deus. Ele começa no Céu e é trazido para a Terra, quando Deus destrói os poderes perversos que corromperam a humanidade (Ap 19:2). A ira de Deus se origina no santuário celestial e é derramada nas sete pragas (Ap 15–18).

Na segunda vinda de Cristo, Deus também recompensará os fiéis (Ap 22:12). Finalmente, Deus julgará os mortos e eliminará o mal (Ap 20:11-15). Quando tudo acabar, o caráter de Deus estará vindicado perante o Universo expectante. Todos verão que Ele é justo e reto em todos os Seus caminhos. No momento, nosso desafio é o de nos apegarmos a Ele com todo o nosso coração, toda a alma e mente, crendo que tudo isso acontecerá no tempo designado por Deus.

Adorem o Criador
O centro do livro do Apocalipse é a adoração. Enquanto o dragão, a besta do mar e a besta da terra (muitas vezes chamados de "falsa trindade") juntam forças para unir o mundo em torno da adoração a eles mesmos (Ap 13:4, 8, 12, 15; 14:9, 11), Deus chama a humanidade para adorar o Criador (Ap 14:7). Os que não adoram a "imagem da besta" correm o risco de perder a vida temporal (Ap 13:15; leia também Daniel 3), enquanto os que adoram essa imagem perdem a vida eterna (Ap 14:9-11). Que escolha tremenda!

5. Leia Apocalipse 14:12. Qual é o papel dos mandamentos de Deus no conflito final?

A adoração está intrinsecamente ligada aos mandamentos de Deus. Apocalipse 13 e 14 estão repletos de alusões a eles: "imagem" (Ap 13:14, 15; 14:9, 11), idolatria (Ap 13:4, 8, 12, 15; 14:9, 11), blasfêmia (Ap 13:1, 5, 6), sábado (Ap 14:7), homicídio (Ap 13:10, 15) e adultério (Ap 14:4, 8). "A controvérsia [final] será entre os mandamentos de Deus e os mandamentos dos homens" (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 188).

Desde o surgimento da teoria da evolução, tem sido especialmente importante que defendamos e afirmemos nossa crença em uma criação em seis dias. Esse ensinamento é a base da nossa adoração ao Senhor como Criador. Até mesmo a corrente da evolução que supostamente acredita na Bíblia, arranca do adventismo tudo o que ele representa. Sem a criação, a crença no "evangelho eterno", entre outros ensinamentos (como o sábado), fica seriamente comprometida, e mesmo negada.

A expressão que descreve Deus como "Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar" é uma alusão ao mandamento do sábado (Êx 20:11). O sábado é a questão central no conflito sobre os mandamentos de Deus. De uma forma que não acontece com nenhum outro mandamento, o dia designado para adoração é adequado para pôr à prova a lealdade, porque não pode ser deduzido por raciocínio lógico. Nós o guardamos somente porque Deus nos mandou fazer isso. A criação também anda de mãos dadas com o juízo. A expressão "fontes das águas" (Ap 14:7) faz alusão ao Dilúvio (Gn 7:11) e aponta para Deus como o justo juiz do mundo (2Pe 3:5-7).

Nada do que cremos faz sentido quando separado do Senhor como Criador, e não há na Bíblia sinal tão claro da capacidade divina de criação quanto o sábado. Você leva a sério o sábado? Como você pode ter uma experiência mais profunda com o Senhor por meio da obediência a esse mandamento?

A "perseverança" dos santos
As mensagens do segundo e terceiro anjos de Apocalipse são uma advertência a todos os que não prestam atenção ao chamado divino da mensagem do primeiro anjo. Se as pessoas continuarem no caminho errado, participarão das sete últimas pragas, que são vistas como o "vinho da ira de Deus" (Ap 14:10). Esse vinho será derramado sobre aqueles que não saírem de Babilônia.
Na Bíblia, Babilônia representa rebelião contra Deus (Gn 11:1-9; Jr 50; 51). Babilônia assume com arrogância o lugar de Deus e é inimiga do povo de Deus. Na época do Novo Testamento, a palavra Babilônia se tornou um código para representar Roma (1Pe 5:13). No livro do Apocalipse, a Babilônia prostituta é um poder político-religioso em oposição a Deus e ao Seu povo. Como tal, tenta controlar o mundo. Apocalipse 13:15-17 descreve a "crise da Babilônia", quando as bestas de Apocalipse 13 unem forças para perseguir o remanescente de Deus. Babilônia é, portanto, um símbolo da aliança das igrejas apóstatas com os poderes políticos corruptos do mundo, no tempo do fim.

A mensagem dos três anjos chama os seguidores de Deus em Babilônia a sair dela e juntar-se aos visíveis e fiéis remanescentes de Deus no tempo do fim (Ap 18:4, 5). Sim, ainda há um remanescente fiel em Babilônia, e eles precisam ouvir a mensagem adventista do sétimo dia para o tempo do fim.

6. O que significa a fé de Jesus? Ap 14:12

Como vimos ontem, Apocalipse 14:12 descreve claramente o remanescente fiel de Deus. A "perseverança", ou "paciência", dos santos não reflete tanto uma tolerância passiva a ações hostis, mas uma firme espera por Cristo. Os crentes não apenas seguem os mandamentos, mas também os proclamam ao mundo.

Ao mesmo tempo, a "fé de Jesus" pode se referir à fé dos cristãos em Jesus e também à lealdade de Jesus, que conduz fielmente os cristãos em meio às dificuldades. O fim da mensagem do terceiro anjo dirige nossos olhos para Cristo. Mediante Seus méritos e Sua fidelidade, o povo de Deus é capaz de perseverar e guardar Seus mandamentos. "Vários me escreveram, indagando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e tenho respondido: 'É a mensagem do terceiro anjo, em verdade'" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 372).

Por mais importantes que sejam os mandamentos de Deus para a crise final, Ellen G. White diz que a justificação pela fé é a mensagem dos três anjos "em verdade". Como isso nos ajuda a entender por que devemos confiar apenas em Jesus e em Seus méritos para a salvação, como a grande esperança que nos guiará em meio à crise final?

Pensamento de Ellen G. White, no livro O Grande Conflito: A respeito da mensagem do primeiro anjo, às páginas 299-316: "Esperança Triunfante; p. 317-342: "Uma Profecia Muito Significativa"; p. 343-354: "Luz Para os Nossos Dias"; p. 355-374: "Um Grande Movimento Mundial"; sobre a mensagem do segundo anjo, p. 391-408: "Profecias Alentadoras"; p. 409-422: "O Santuário Celestial, Centro de Nossa Esperança"; p. 423-432: "Quando Começa o Julgamento Divino"; sobre a mensagem do terceiro anjo, p. 433-450: "A Imutável Lei de Deus"; p. 451-460: "Restauração da Verdade".


"Os adventistas do sétimo dia devem ser os primeiros a exaltar Cristo perante o mundo. A proclamação da terceira mensagem angélica requer a apresentação da verdade do sábado. [...] Mas o grande centro de atração, Cristo Jesus, não deve ser deixado à parte. Na cruz de Cristo é que a misericórdia e a verdade se encontram, e a justiça e a paz se beijam. O pecador deve ser levado a olhar ao Calvário; com a fé singela de uma criança, deve confiar nos méritos do Salvador, aceitando Sua justiça e confiando em Sua misericórdia" (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 156, 157).

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